10 pessoas com funções bizarras em cortes reais

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Muitas vezes as pessoas pensam que os membros da corte real são refinados e dignos, mas alguns membros dessas cortes se mostraram grosseiros, vulgares e rudes. Outros tiveram de desempenhar papéis desagradáveis e até nojentos. Alguns até tinham que se sacrificar. Aqui estão 10 pessoas que realizaram trabalhos estranhos em cortes reais.

Will Somers

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William, ou apenas Will Somers foi o bobo da corte de Henrique VIII ou Bobo do Rei (em inglês: Jester of the King). Nascido em Shropshire, Sommers chamou a atenção de Richard Fermor, um comerciante de Calais, que o levou a Greenwich em 1525 para apresenta-lo ao rei. Impressionado com o senso de humor de Somers, Henrique prontamente ofereceu-lhe um lugar na corte. Ele logo ascendeu nas graças do Rei, cujo sua liberalidade é atestada pelas contas da casa real.

O escritor Robert Armin (1600) conta como Somers humilhou Thomas, o malabarista do rei. Ele interrompeu uma das performances de Thomas transportando leite e um pão. Will pediu ao rei uma colher, o rei respondeu que não tinha nenhuma e Thomas disse-lhe para usar as mãos. Em seguida, cantou:

”Este pedaço Harry, eu dou para ti (referindo-se ao Rei)
e este próximo pedaço deve servir a mim,
tanto que comerei rapidamente.
Este pedaço minha senhora é para você
e este outro pedaço eu mesmo comerei agora
e o restante irá sob tua face!”

Ele então atirou o leite sob o rosto de Thomas que envergonhado, nunca mais retornou à corte.
Uma vez, Somers chamou a Rainha Anne Boleyn de “mulher lasciva” e a Princesa Elizabeth de “bastarda”. Embora o Rei Henrique VIII tivesse ameaçado matar Somers, ele cedeu e o bobo continuou seu serviço até a morte do rei.

Archibald Armstrong

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Archibald Armstrong (Archy), o bobo de rei James do Inglaterra, tinha liberdade para fazer qualquer tipo de piada sem temer as consequências, pois era o preferido do rei. Porém, um dia, ele foi longe demais. Muito grosseiro, um dia ele humilhou publicamente o arcebispo Laud enquanto ele fazia suas preces.

Laud significa “Louvor” e Armstrong, utilizando-se desse trocadilho com o nome do arcebispo, interrompeu suas preces dizendo: “Grande louvor seja dado a Deus e pouco Laud ao Diabo”. E como se não fosse o suficiente, Armstrong continuou agredindo verbalmente o arcebispo até que ele se cansou e exigiu que o tolo fosse demitido da corte. Assim, Armstrong foi substituído por outro bobo.

Stanczyk

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O bobo da corte dos reis poloneses Alexander, Sigismund o velho, e Sigismund Augustus, Stanczyk era um satirista pensativo, que usou seu talento para brincar com a situação política atual da época. Aparentemente, ele também era um sábio analista político e estudante de assuntos internacionais.

Na pintura de Jan Matejko (imagem acima), o bobo da corte é representado de forma sombria, triste, pensativo, enquanto a festa acontece em outra sala. Sobre a mesa está uma carta que falava da tomada de Smolensk (que era uma das maiores cidades da união Lituânia/Polônia) pelo exército de Vasily III, da Rússia. Ironicamente, o rei e os cortesãos pareciam ignorar o fato de que os russos logo iriam controlar a Polônia. Somente Stanczyk, o bobo abatido, imagina os horrores que viriam dali por diante.

Nigel Roder

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Quando o rei Charles I da Inglaterra perdeu a cabeça em 1649, seu tolo perdeu o emprego. Oliver Cromwell aboliu esse serviço e não houve mais bobos da corte na Inglaterra até 2004. Nessa época, o malabarista profissional, Nigel Roder, ganhou um concurso de humor contra seis competidores e ganhou o título de Bobo do Estado.

A partir daí Roder se apresentou em toda a Inglaterra nos eventos da English Heritage, uma instituição responsável por todos os locais históricos da Inglaterra. Os outros bobos, no entanto, não ficaram estavam satisfeitos com o concurso e entraram com uma ação pedindo a sua anulação. O National Guild of Jesters, órgão responsável pelo concurso, afirmou que o pedido era inconsistente e o concurso não foi anulado.

Hugh Denys

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O noivo do banquinho era o mais íntimo dos cortesãos de um monarca inglês, responsável por assistir o rei na execução das funções corporais de excreção e ablução. A intimidade física do papel naturalmente levava ele a se tornar um homem em quem o rei confiava muito, revelando para ele alguns segredos da corte.

O noivo do banquinho do rei Henry VII, de Inglaterra, Hugh Denys de Osterley, foi, provavelmente, o primeiro membro da corte real. Ao longo do tempo, o ele se tornou o confidente do rei e até aconselhou o rei sobre assuntos de estado e do coração.

Sir William Compton e Sir Henry Norris

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O noivo do banquinho do rei Henrique VIII, Sir William Compton, ficava mais ocupado do que a maioria, pois o apetite do rei exigia frequentes visitas ao banheiro. Além disso, Compton era responsável por procurar mulheres para satisfazer o enorme apetite sexual do monarca e organizar a agenda do rei para acomodar seus negócios. Com sua influência, Compton enriqueceu-se aceitando o dinheiro para favores.

Sir Henry Norris foi quem sucedeu a Compton como noivo do tamborete do rei Henry VIII. Enquanto um servo próximo do rei, ele também apoiou a facção no tribunal liderado pela rainha Anne Boleyn, e acabou sendo acusado de traição e adultério com ela. Ele foi considerado culpado e executado.

Sarah Churchill

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Sarah Churchill, duquesa de Marlborough, foi uma das mulheres que executaram os serviços de dama de companhia da rainha Ana, da Inglaterra. Embora a dama e a rainha fossem amigas desde a infância, eles se separaram quando Churchill tentou dominar e controlar a rainha.

Ela teve problemas em aceitar que a prima Abigail havia se tornado a nova dama de companhia da rainha, e por esse motivo começou a agir de forma rude e prejudicou sua amizade com Ana. A rainha se chateou a tal ponto que cortou relações com Churchill.

Eutrópio

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Eutrópio foi funcionário e cônsul eunuco do Império Bizantino do final do século IV. Castrado na infância e vendido como escravo, foi propriedade de vários indivíduos, sobretudo militares, até adquirir sua libertado no fim da década de 370. Desde então serviu na corte imperial sob Teodósio I e conseguiu ascender nas fileiras imperiais através do patrocínio de Abundâncio. Em 393, foi enviado em uma importante missão ao Egito e então, com a morte do imperador, se tornou regente de seu filho e sucessor, o jovem Arcádio.

Devido à sua proximidade com Arcádio, tornou-se o verdadeiro poder por trás do trono e, para legitimá-lo, se envolveu em inúmeras conspirações. Em 395, conseguiu organizar o casamento do imperador com Élia Eudóxia, filha do poderoso prefeito pretoriano do Oriente Rufino. Logo organizou a execução de Rufino, bem como de Abundâncio e Timásio, todos eles potenciais rivais. Em 398, liderou um exército contra invasores hunos que estavam pilhando as províncias orientais. Por conseguir uma vitória significativa contra eles, foi nomeado cônsul, mas permaneceu pouco tempo no poder, pois logo foi executado sob influência do oficial Ostrogótico Gainas.

Liu Jin

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O imperador Zhengde da dinastia Ming, da China, era conhecido por sua loucura e crueldade. Ele liderou suas tropas em missões impulsivas e emitiu comandos para “um duplo imaginário”, o General Zhu Shou.

No início de seu reinado, o imperador deu a cargo dos assuntos de estado a um eunuco, Liu Jin, com quem brigou cinco anos depois. Consequentemente, o imperador ordenou que o eunuco fosse cortado em pedaços lentamente, durante três dias. Liu Jin não aguentou por muito tempo; morreu no segundo dia da tortura.

William Murray

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Outro ofício estranho na corte real era o do menino chicoteado. Um menino era escolhido no reino para ser criado junto com o príncipe, de modo que os dois se tornassem muito amigos. A esse menino era dado o posto de “menino chicoteado”. O menino chicoteado morava no palácio real e desfrutava dos mesmos luxos que o príncipe.

Esse menino recebia chicotadas quando o príncipe se comportava mal. Presumia-se que isto fizesse o príncipe sofrer emocionalmente, pois ele testemunhava a punição de seu amigo inocente.

William Murray, que serviu como o menino chicoteado para o rei Charles I de Inglaterra. Ele foi muito bem recompensado quando Charles se tornou rei. Em 1643, o rei fez de seu amigo o primeiro conde de Dysart.

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