ISIS destruiu dois dos monumentos arqueológicos mais simbólicos da Síria

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Recentemente o Ministério da Defesa da Federação Russa divulgou imagens (capturadas por um drone) de toda destruição que o ISIS causou a antiga cidade de Palmira na Síria – um dos locais romanos mais famosos do Oriente Médio.

O famoso e imponente anfiteatro romano de Palmira, está agora em ruínas, e a maior parte de seu Tetrápilo – um monumento único de 16 colunas, datado de mais de 1.700 anos atrás – está ao pedaços.

As imagens capturadas pelo drone russo mostram os resultados da mais recente ofensiva do Estado Islâmico (ISIS) na antiga cidade.

Mas não é de hoje que esse tipo de destruição vem acontecendo. Em maio de 2015, os militantes do ISIS conseguiram invadir Palmira e a mantiveram por quase 12 meses, durante o qual deliberadamente destruíram uma série de monumentos históricos da cidade.

Em março de 2016, forças sírias e russas conseguiram expulsa-los, mas só puderam proteger a cidade até o final do ano passado, quando a notícia de uma nova ofensiva do ISIS surgiu, logo após relatos de que os militantes haviam destruído duas das cidades mais importantes do mundo – Dur-Sharrukin e Nimrud.

Agora, a grande fachada do anfiteatro romano está completamente em ruínas, e apenas duas das 16 colunas do Tetrápilo permanecem de pé.

Confira as imagens comparativas do antes e depois:

O ativista Khaled al-Homsi, que é de Palmira, confirmou a escala do dano. Segundo al-Homsi, a face do teatro romano agora é apenas uma pilha de escombros e apenas quatro das 16 colunas do Tetrápilo parecem estar de pé.

Apenas para lhe dar uma ideia de como essas estruturas eram incríveis e importantes para a cultura local, confira abaixo uma foto tirada em março de 2016, durante a apresentação de uma das orquestras mais antigas da Rússia, a Orquestra Mariinsky. A presentação no anfiteatro era uma comemoração do fim da primeira ofensiva do ISIS a antiga cidade.

E aqui está como era o Tetrápilo antes de ser destruído. Com quatro conjuntos de colunas, o Tetrápilo marca a interseção das duas principais passagens de Palmira.

tetrápilo-palmyra

Embora, a maioria das colunas eram réplicas modernas, uma delas era original, datada do século III d.C. – mais de 1.700 anos atrás.

A diretora geral da UNESCO, Irina Bokova, classificou a destruição deliberada de Palmira como um “crime de guerra”.

Palmira não é apenas uma antiga importante cidade para os sírios que vivem na região, é o local de alguns dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo, o que deu ao lugar a reputação de “Pérola do Deserto”, por conta de seus achados.

Um dos seus momentos mais interessantes na história, foi durante o século III, quando a lendária Rainha Zenóbia governou a cidade quando ainda estava cheio de calcário e dolomita.

Muitas vezes descrita como a “rainha guerreira” de Palmira, Zenóbia nasceu em Palmira e ficou conhecida por suas proezas militares e desafios ao Império Romano.

Rainha Zenóbia por Herbert Schmalz
Rainha Zenóbia por Herbert Schmalz

Com poucos anos de reinado, ela já havia conquistado o controle de quase 1/3 das terras do Império Romano, incluindo alguns de seus territórios mais valiosos, o Egito e a Turquia moderna.

Segundo Richard Stoneman, professor de história antiga na Universidade de Exeter, Reino Unido, Zenóbia era bonita, altamente educada e se tornou uma governante em uma época onde o mundo e, especificamente, o deserto árabe, era um lugar majoritariamente masculino.

Ela assumiu o poder de Roma, o maior império do mundo, e quase conseguiu criar um estado separatista.

Agora, o que nos resta, é esperar que o ISIS algum dia seja parado, antes que destrua outras cidades históricas e a civilização moderna em si.

Isto não é apenas a destruição de ruínas antigas, é a destruição da civilização, disse Maamoun Abdulkarim, Ministro de Antiguidades da Síria.

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