Mal-entendido quase dá início à Terceira Guerra Mundial em 1995

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O dia 20 de janeiro de 1995 tinha tudo para ser uma data qualquer, já que nenhum fato de grande relevância ocorreu. No entanto, a Terceira Guerra Mundial passou perto de ter acontecido no dia em questão.

O pior é que a Terceira Guerra Mundial quase aconteceu em função de um mal-entendido, completamente isolado do cenário geopolítico de relativa paz, após a Guerra Fria e o fim da União Soviética. Na época, alguns conflitos isolados ocorriam pelo mundo, como a Guerra da Bósnia, mas eram confrontos regionalizados.

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A história

Foguete semelhante ao que estava a caminho de Moscou (Foto: Wikimedia)
Foguete semelhante ao que estava a caminho de Moscou (Foto: Wikimedia)

Tudo começou quando Boris Iéltsin, presidente da Rússia na época, foi acordado com um alerta importante feito pelo controle de espaço aéreo russo. Um foguete de quatro estágios (normalmente utilizados com ogivas nucleares), no rumo da capital Moscou, foi detectado pelos radares. O míssil vinha da base de lançamento de Dakota do Norte, nos Estados Unidos.

O foguete atingiu 1.452 km de altitude, o que encaixava o projétil em um possível míssil nuclear Trident, desenvolvido por americanos. Tudo apontava que os Estados Unidos, presididos por Bill Cliton à época, haviam resolvido atacar a Rússia de surpresa, mesmo com o cenário de relativa paz entre os dois países.

A Terceira Guerra Mundial quase começa

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Em alerta máximo, as forças militares da Rússia levaram uma maleta de lançamento de mísseis nucleares para Boris Iéltsin. Ele deveria tomar a decisão de liberar mísseis nucleares russos em direção aos Estados Unidos antes que o suposto foguete americano chegasse a Moscou. Caso isso acontecesse, a Terceira Guerra Mundial fatalmente ocorreria.

Para se ter noção do poderio de Estados Unidos e Rússia, deve-se entender que, na época, 30 mil das 31 mil bombas nucleares existentes no planeta pertenciam aos dois países, juntos. O arsenal era oito mil vezes mais potente que o utilizado nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, ao fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Obviamente, as consequências de um confronto dessa magnitude não seriam sofridas apenas por Estados Unidos e Rússia. Todo o mundo sentiria o baque, pois, caso todo o arsenal de bombas nucleares de ambos os países fosse utilizado, formaria-se uma camada de gás capaz de tapar a luz do Sol por, pelo menos, seis meses. Seria o fim da raça humana e, provavelmente, da vida na Terra.

O mal-entendido

Boris Iéltsin e Bill Clinton, presidentes da Rússia e dos Estados Unidos no período de reaproximação (Foto: Wikimedia)
Boris Iéltsin e Bill Clinton, presidentes da Rússia e dos Estados Unidos no período de reaproximação (Foto: Wikimedia)

Por sorte, o comando aéreo da Rússia constatou que o míssil estava mais alto e havia mudado de direção. Boris Iéltsin desistiu do ataque e, em contato com o governo americano, descobriu que era um foguete lançado para o espaço com o objetivo de realizar estudos científicos.

O foguete lançado era o Black Brant XII, com equipamento para estudar as auroras boreais em um arquipélago Svalbard, na Noruega. As autoridades dos Estados Unidos haviam comunicado todos os países cujos espaços aéreos seriam cruzados pelo projétil, inclusive a Rússia. No entanto, o comando russo não recebeu (ou ignorou) a mensagem.

A raça humana segue viva até então. O mal-entendido de 1995 foi solucionado antes de a Terceira Guerra Mundial ter início.



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