Lua não foi formada da maneira que se pensava, apontam evidências

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Durante décadas, os cientistas têm debatido o que teria se rompido e formado a nossa Lua há cerca de 4,5 bilhões de anos atrás. E agora novas evidências químicas sugerem que tudo foi bem mais violento do que pensávamos. Os pesquisadores sugerem que o impacto que definiu nossa Lua, foi “como uma marreta batendo numa melancia”.

É bem estabelecido que a Lua era uma parte da Terra antes de ser desgarrada e jogada em nossa órbita, mas as circunstâncias em que esse “grande desacoplamento” ocorreu, tem sido alvo de um debate acalorado no meio cientifico.

Até recentemente, a hipótese mais aceita de como a Lua foi formada, sugeria que um objeto do tamanho de Marte (às vezes chamado de Theia), colidiu com a Terra ainda em desenvolvimento, cerca de 20 a 100 milhões de anos após o Sistema Solar surgir.

Enquanto o nosso jovem planeta parece ter saído da colisão relativamente ileso, o impacto teria feito o núcleo de Theia e seu manto se afundarem e se fundirem com o núcleo e o manto da Terra.

Do pó e detritos restantes que foram expulsos para a órbita da Terra, um pequeno disco com matéria acumulada, chamado de acreção, foi formado, e com isso, a nossa Lua, eventualmente, tomou forma.

Embora este encontro pode parecer muito violento, o consenso entre os cientistas, há quase cinco décadas, tem sido de que Theia fez um “arranhão” de energia bastante baixa por toda a superfície da Terra.


Esta hipótese, que é conhecida como Big Splash ou Grande Impacto, passou a explicar todos os outros tipos de coisas – como o grande tamanho da Lua em relação à Terra e suas taxas de rotação distintas – e há um monte de evidências que apoiam essa hipótese.

Mas havia sempre um grande problema com esta hipótese. Não faria sentido que uma grande parte do material que compõe a Lua tivesse vindo de Theia, pois análises químicas em amostras trazidas pelas missões Apollo na década de 1970, indicam que a Terra e as rochas lunares são quase idênticas.

As simulações de impacto anteriores indicavam que a maior parte do material (de 60 à 80 por cento) que formou a Lua, teria vindo de Theia, em vez da terra, e que era extremamente improvável que a Terra e Theia tivessem a mesma composição química.

Mas agora, geoquímicos da Universidade de Harvard e de Washington, relataram que os resultados de uma análise mais recente e mais detalhada de rochas lunares e terrestres, não esclareceram as coisas da maneira que eles esperavam.

Na verdade, não só a nova análise não encontrou nenhuma nova evidência de materiais que poderiam ter vindo de outra coisa que não a Terra, mas ela realmente sugere que as origens dessas rochas lunares estão ainda mais fortemente vinculadas à Terra do que se pensava.

E também havia outro pequeno detalhe. Cada uma das assinaturas isotópicas na análise química, correspondiam tanto com a Terra, quanto com a Lua, com exceção de uma: um isótopo pesado de potássio nas amostras lunares.

Para que este isótopo pesado de potássio aparecesse separadamente nas rochas lunares, ele deve ter sofrido com algumas com temperaturas extremamente quentes. O que sugere que a colisão que formou a Lua foi bem mais violenta do que se pensava.


Segundo os pesquisadores, a colisão que formou a Lua não era totalmente de baixa energia. O impacto foi extremamente violento, a tal ponto de transformar a Terra e Theia em uma especie de vapor. Neste cenário, ambos se vaporizaram e se misturaram em uma gigantesca atmosfera densa. Esta atmosfera, em seguida, resfria e condensa em nosso planeta e seu satélite (a Lua).

Enquanto ninguém tem uma reivindicação definitiva quanto a isso, o ônus está agora com essa nova pesquisa. Mas a equipe precisa deixar sua recente hipótese, mais convincente e ponderada do que a que vem sendo desenvolvida em torno de quase 50 anos. E isso envolve uma demonstração de como estas amostras lunares podem representar fielmente a composição global de potássio da Lua.

Embora, ainda não haja dados suficientes para apoiar essa hipótese. Já que as amostras usadas não são as melhores, os pesquisadores não parecem muito perturbados com as críticas. Segundo Kun Wang uma dos membros da equipe, cada nova hipótese leva tempo para se instalar e se tornar aceita.

Demorou décadas para que as pessoas aceitassem a hipótese do “Grande Impacto”. Agora nós estamos dizendo que esta hipótese do grande impacto não é a correta. E por isso, pode levar de 10 a 20 anos para que esse novo modelo seja aceito. Afirma Kun Wang.

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