Qual é o lugar mais frio do Universo?

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É difícil determinar qual é o lugar mais frio do universo. No entanto, pesquisadores já têm a resposta para essa pergunta.

Em 2013, astrônomos descobriram que a Nebulosa do Boomerang (que é uma mistura interestelar de poeira e gases ionizados), tem uma temperatura de menos 272 graus negativos, o que é apenas um grau acima do zero absoluto. Para chegar a está constatação, os astrônomos usaram o rádio-observatório chileno Atacama Large Millimeter Array (ALMA) para medir a temperatura da protonebulosa planetária.

Localizada a cinco mil anos-luz de distância da terra, esta jovem nebulosa planetária se originou de uma estrela gigante vermelha, que fica em seu centro. Uma gigante vermelha é uma estrela luminosa em uma fase avançada da evolução estelar, com uma massa pequena ou intermediária – e, no caso desta, com 8 massas solares.

Nebulosa do Boomerang em toda a sua colorida glória. Imagem capturada pelo Telescópio Espacial Hubble.
Nebulosa do Boomerang em toda a sua colorida glória. Imagem capturada pelo Telescópio Espacial Hubble.
Como a estrela queima o suprimento de hidrogênio em seu núcleo, fundindo-o em hélio, sua luminosidade realmente aumenta. Isso acontece porque a estrela não pode gerar calor suficiente para suportar o seu próprio peso, de modo que o hidrogênio restante começa a ser comprimido em camadas do lado de fora do núcleo. Esta compressão gera mais energia, e como resultado, ela começa a inflar por causa da expansão dos gases em suas camadas exteriores.

Então, mesmo que a estrela seja bastante luminosa, seus gases arrefecem e a estrela fica com uma aparência bem avermelhada. As gigantes vermelhas são estrelas grandes. Quando o sol se transformar em uma (algo que não acontecerá tão cedo), sua superfície se estenderá à órbita atual da Terra.

Com a rápida expansão, o gás se move para o exterior à velocidades acima de 585 mil km/h. E é por isso que a nebulosa é tão fria – ainda mais fria do que o fundo de radiação cósmica remanescente do Big Bang, que é de cerca de 2,76 kelvin (-270,39°C).

Por causa dessa expansão, os gazes ficam mais frios. Isso acontece porque a expansão faz com que a pressão caia, e uma diminuição na pressão, consequentemente, deixam as moléculas do gás mais lentas. A temperatura é basicamente uma medida de quão rápidas as moléculas se movem. Quanto mais rápida são as moléculas, mais quente é o gás.

Você pode observar o fenômeno da rápida expansão de gás quando você usa um spray de ar comprimido para limpar alguma coisa. A lata fica mais fria quando você usa o spray porque a pressão do gás no interior diminui rapidamente. Uma parte da energia para fazer o gás de expandir é tomada a partir da energia de calor na lata de ar. Esse efeito na Nebulosa do Boomerang é ainda mais forte, porque os gases que são lançados pela estrela central se movem numa velocidade tão alta que uma grande quantidade de energia térmica é liberada em um piscar de olhos.

O pesquisador Raghvendra Sahai, do Jet Propulsion Laboratory na NASA (JPL), acredita que a Nebulosa do Boomerang é ainda mais fria do que outras nebulosas em expansão, porque ela está jogando fora de sua massa, cerca de 100 vezes mais rápido do que outras estrelas moribundas, ou cerca de 100 bilhões de vezes mais rápido do que o sol ejeta de sua massa.

Mas o que dizer de temperaturas super baixas na Terra?

Pesquisadores do MIT refrigeraram um gás de potássio de sódio à 500 nanokelvin. (A esfera menor é o átomo de sódio e a esfera maior é o átomo de potássio).
Pesquisadores do MIT refrigeraram um gás de potássio de sódio à 500 nanokelvin. (A esfera menor é o átomo de sódio e a esfera maior é o átomo de potássio).
Em 2015, uma equipe de físicos do MIT, refrigeraram átomos à uma temperatura extremamente fria: 500 nanokelvin ou 0,0000005 kelvin (-273,15°C). Isso é mais frio do que a Nebulosa do Boomerang, mas apenas porque os cientistas usaram lasers para resfriar individualmente os átomos de sódio e potássio.

Muitas equipes de cientistas continuam trabalhando em fazer gases ainda mais frios. Um deles é o projeto chamado “Cold Atom Laboratory”, que está sendo feito pelo Jet Propulsion Laboratory. Ele está previsto para ser lançado para a Estação Espacial Internacional (ISS) em 2017.



fonte livescience
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