10 enigmas bizarros da antiga Malta

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Com apenas 313 km², Malta é um dos países mais pequenos e densamente povoados do mundo. Esta ilha do Mediterrâneo também abriga as estruturas mais antigas do mundo e os mistérios duradouros.
Habitada há mais de 7.000 anos, Malta foi colonizada por fenícios, gregos, romanos, bizantinos, o emirado muçulmano da Sicília e as Cruzadas sob o sagrado Império Romano. A história da misteriosa Malta é a história de todo o Mediterrâneo e muito.

Pilares de Melcarte

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Em 1694, os cavaleiros de São João descobriram dois pilares ornamentais, conhecidos como pilares de Melcarte (Cippi de Melqart) na aldeia de Marsaxlokk. Os pilares continham gravuras que permitiu aos linguistas desvendar a antiga e misteriosa língua fenícia. Eles foram feitos em homenagem a Melcarte (Melqart), o Deus fenício da vida e da morte. Por volta de 500 a.C., os gregos começaram a associar Hércules a Melcarte. Logo os dois povos (gregos e fenícios) uniram forças para construir um templo Maltês honrando Hercules e Melcarte no santuário Tas-Silg, onde os pilares foram descobertos.

Os pilares foram esculpidos em mármore branco e têm cerca de 1 metro de altura. Como a maioria dos pilares ornamentais, eles contêm inscrições: três linhas de texto grego e quatro linhas de fenícios. A mensagem escondida dos pilares, uma ode a Melcarte, foi finalmente traduzida por um arqueólogo francês, em 1758. Os pilares de Melcarte foram, sem dúvida, a chave para entender a língua fenícia.

O templo dos gigantes

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Os templos megalíticos de Malta são mais velhos que o Stonehenge e as pirâmides do Egito. Estes templos gigantes foram construídos entre 5500 a.c. e 2500 a.C.. A data das estruturas foi suposta através de datação por radiocarbono de restos humanos e cerâmica encontrados ao longo da ilha. Localizado na ilha de Gozo, Ggantija é a mais antiga estrutura autônoma do mundo. De acordo com a lenda, foram os gigantes que construíram esses templos.

Blocos maciços de pedra calcária compõe o exterior. Lajes de até 8 metros cobrem essa estrutura. As paredes interiores são feitas de pedaços de pedra calcária áspera. É provável que essas paredes irregulares tenham sido uma vez alisadas com argila e uma camada fina de gesso de cal.

Naufrágio Fenício

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Ao longo da costa de Malta, os arqueólogos descobriram um navio fenício que naufragou a pelos menos 2.700 anos atrás. E apesar de ser o naufrágio mais antigo do Mediterrâneo central, o porão de carga do navio está praticamente intacto. Com base na carga do navio, os especialistas acreditam que ele estava a caminho da Sicília quando afundou. A localização exata do naufrágio não foi revelada.

Até agora, mais de 50 ânforas e cerca de duas dúzias de pedras, de aproximadamente 35 kg, foram recuperadas. Entre as ânforas encontradas existem sete tipos diferentes, sugerindo que o navio esteve em vários portos antes de sua viagem final.

A terra natal dos fenícios ficava no Líbano moderno. No entanto, seu império comercial se estendeu pelo Mediterrâneo. A chave para seu sucesso foi o domínio do mar. Não se sabe muito sobre esses misteriosos comerciantes.

Trilhas misteriosas

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Malta é o lar de misteriosas trilhas feitas, aparentemente, por um carro pequeno. Essas trilhas enigmáticas atravessam a ilha e ninguém sabe como chegaram lá. Algumas passam perto das rochas e outras aparecem debaixo d’água. Uma teoria comum é que esse era um sistema de armazenamento de água.

A maior parte das trilas são mais ou menos da Idade do Bronze, por volta de 200 a.C., quando colonizadores sicilianos vieram para Malta. Outra teoria afima que as trilas começaram quando os habitantes faziam transporte de objetos pesados através de trenós. Esses meios de transporte acabavam formando pequenas trilhas no solo, que se aprofundaram com o passar dos anos.

Em meio a tantas teorias, é improvável pensar que essas trilhas seriam mesmo para armazenamento de água, pois não faria sentido já que alguma passam debaixo da água. O mais provável é que elas tenham sido feitas por trenós de carga, pois levam diretamente a uma pedreira.

O povo dos templos

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Em pouco mais de um milênio, o povo de Malta encheu sua pequena ilha com mais de 30 templos de pedra. Esta cultura desenvolveu um completo isolamento. Quanto mais a cultura avançava, mais extremo se tornava o isolamento, parecendo até ignorar toda a influência do mundo exterior. Os complexos do templo contêm locais de ritual e de enterro junto a centenas das estátuas.

Como essa cultura era desenvolvida, ninguém sabe. Seu desaparecimento também é um mistério. As pessoas da ilha não foram exterminadas por invasão, doença ou fome, pois não há nada que comprove alguma dessas razões. Eles simplesmente desapareceram por volta de 2900 a.C.. E não restou nenhum documento escrito para reconstruir o seu passado.

A análise isotópica de restos humanos revelou que consumiam, principalmente, carne e vegetais. Estranhamente, para um povo de ilha, eles quase não tinham frutos do mar em sua dieta. Alguns teorizam que a rápida mudança climática acabou com a era do povo dos templos. Mas ainda não há pesquisa suficiente para afirmar isso.

Catacumbas de estudo

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Conforme se estendiam os campos de pesquisa do St. Paul Missionary College, os pesquisadores descobriram antigas catacumbas. Elas continham os restos de pelo menos oito indivíduos, incluindo um bebê. Os restos não foram tocados por ladrões de túmulos, pois as câmaras foram seladas com pedras. Para os bebês, havia estantes de enterro, que eram tumbas em miniatura fechadas em gesso.

A identidade dos mortos permanece um mistério. Chamá-los de “maltês” seria errado, pois essa identidade é moderna, e as catacumbas tem as características das construções do Império Romano, a 2.000 anos atrás. No entanto, a localização e o conteúdo das tumbas sugerem que a região estava passando pela transição de uma colônia cartaginesa para uma província romana.

Megalíticos Vandalizados de Mnajdra

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O complexo do templo de Mnajdra fica situado na costa do sul de Malta. O local foi feito, provavelmente, em 3600 a.C.. O elemento mais impressionante do templo é a relação que seus construtores tinham com a astronomia.
Eles procuraram harmonizar o local com a atividade celestial. A entrada do templo sul é decorada com grandes blocos de pedra contendo centenas de perfurações. A entrada e os blocos decorados marcam os equinócios e os solstícios.

Em 2000, os vândalos derrubaram cerca de 60 megalíticos do templo de Mnajdra. Suspeita-se que a maioria eram caçadores de aves migratórias, que usam pedras antigas para construir cabanas. Os vândalos atravessaram a cerca que mantém o local seguro. Em 2009, o templo foi coberto com Teflon, para proteger o revestimento contra a degradação causada pelo tempo.

Templo do Culto de Fertilidade Desconhecido

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O templo de Hagar Qim é um monumento megalítico que foi escavado pela primeira vez em 1839, datando da mesma fase que a cidade de Tarxien (c.3200-2500 AC), também na ilha de Malta. Hagar Qim consiste em uma única unidade de um templo.

Durante o solstício de verão, os raios do Sol ascendente entram no santuário através de um buraco elíptico cortado de uma abside particular e iluminam as pedras inferiores. Combinado com a matriz de estátuas de fertilidade descobertas aqui, os arqueólogos teorizam que Hagar Qim era um local de antigos rituais de reprodução.

Catacumbas paleocristãs

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As catacumbas de Ta ‘Bistra refletem o surgimento do cristianismo, do judaísmo e do paganismo. Há muito tempo as catacumbas têm sido saqueadas. Os Cavaleiros de São João tinham o hábito de conceder licenças de caça ao tesouro.
Localizado em Mosta, estas catacumbas datam tem cerca de 1.700 anos. Foram construídas a partir do modelo de túmulos malteses dos períodos fenício e helenístico. Elas são decoradas com conchas, prateleiras e mesas. O local tem 90 metros de comprimento e contém 57 túmulos, que se acredita fazerem parte de um sistema muito maior de catacumbas.

Depois das escavações, foi utilizado grande parte do local para fechar uma fazenda. Os pesquisadores acreditam que isso tenha afetado a localização real das catacumbas.

Os 110 hz

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O Hipogeu de Hal Saflieni é o único templo subterrâneo pré-histórico conhecido. Foi construído por volta de 2500 a.C.. Sua função primordial foi de ser santuário e depois converteu-se em uma necrópole. Fica localizado nos limites do município de Paola, no sudeste da ilha de Malta.

O hipogeu foi descoberto por acidente, em 1902, durante as obras de construção de cisternas. As primeiras escavações foram dirigidas pelo Padre Manuel Magri, da Companhia de Jesus. Após a morte de Magri em 1907, o arqueólogo Themistocles Zammit assumiu a empreitada. Entre 1992 e 1996 foram realizados alguns trabalhos de restauração. O compositor maltês Ruben Zahra e uma equipe italiana descobriram que os sons dentro do hipogeu reverberam a 110 Hz. Esta sensibilidade de tom também foi detectada em outros locais antigos como o New Grange, da Irlanda.

Um estudo da UCLA, de 2008, revelou que os tons a 110 Hz mudam a atividade do cérebro no córtex pré-frontal. O resultado é uma diminuição da atividade linguística e um aumento no processamento emocional. Não se sabe se as dimensões da sala ou sua construção têm mais impacto sobre o som gerado. Muitos mistérios sobre o hipogeu permanecem.

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