Sua primeira ação será garantir as necessidades básicas para a sobrevivência do dia-a-dia. Água, comida, remédio… e armas. Muitas e muitas armas. O próximo passo será fugir de áreas densamente povoadas, pois onde há pessoas, há almas desesperadas o suficiente para fazer qualquer coisa para permanecer vivo. Sua terceira fase será encontrar um refúgio que o proteja das hordas errantes – hordas de mortos-vivos. Legiões de zumbis, todos lutando para comer quaisquer seres humanos que restaram de uma civilização arruinada.
Os zumbis têm sido um suporte de folclore e mídia criativa há centenas de anos, mas eles se tornaram realmente o centro das atenções acerca da década passada. Surgiram então uma série de diferentes tipos de zumbis teorizados por escritores e cientistas. Alguns causados por um vírus que se infiltra e manipula o corpo humano. Outros são resultado da exposição à radiação. Há ainda outros que são a manifestação de uma maldição voodoo ou talvez uma infecção fúngica parasitária.
Os zumbis do filme “A Noite dos Mortos Vivos” de 1968, foram originalmente chamados de ghouls, mas eles definitivamente exibiram muitas características do que consideramos zumbis. Lenta, mas impiedosamente, eles “traçavam” seu caminho em direção a qualquer pessoa com vida que pudessem encontrar, compensando sua falta de velocidade com paciência incessante e números esmagadores.
Os zumbis mais modernos, como os de “Guerra Mundial Z”, de 2013, podem ser um reflexo de nossa sociedade mais rápida e abastecida pela Internet. Eles são mortos-vivos, mas eles também são capazes de derrubar as vítimas mais lentas, e exibem cintilações de inteligência.
Os zumbis são um paradoxo físico
Eles são mortos-vivos, mas se movimentam como se estivessem vivos. Eles são frios e sem vida, mas de alguma forma abrem crânios para obterem uma sobremesa de cérebros. Eles estão apodrecendo, mas ao mesmo tempo estão vagando pelas ruas da cidade e atacando as pessoas azaradas por todo lado.
Felizmente para você, de acordo com a nossa compreensão atual da biologia humana, zumbis simplesmente não podem acontecer. Veja os motivos, agora!
1. A umidade é um inferno
O instável e implacável que é o clima da Terra acabaria com uma horda de zumbis de infinitas maneiras. Alta temperatura e umidade aceleram a deterioração da carne podre, fornecendo condições perfeitas para a proliferação de insetos e bactérias, que decompor qualquer coisa que definir suas enzimas. O calor seco de um deserto iria sugar zumbis e deixá-los como cascas em questão de horas.
Os rigorosos invernos causariam luxações nos ossos dos zumbis, tornando-os mais frágeis do que já são. Mesmo o menor golpe ou tropeço tornaria seu esqueleto completamente vulnerável, talvez até mesmo seu próprio peso.
Isso sem mencionar a deterioração causada por raios ultravioleta, ventos fortes dos furacões, chuvas fortes e granizo e a grande quantidade de neve acumulada. É claro que todo esse mau tempo pode ser o motivo de a maioria dos zumbis preferirem a relativa segurança dos porões, das masmorras e das prisões abandonadas.
2. Eles são catástrofes cinéticas
Todos nós somos animais mecânicos, nossa locomoção é possível graças às ligações entre músculos, tendões, elementos esqueléticos e muito mais. Quando parte desse sistema tem mal funcionamento, não nos movemos direito, isso se conseguirmos nos mover. Isso torna ainda mais intrigante que os zumbis modernos sejam perfeitamente capazes de se movimentar mesmo quando sua carne e seus ossos estão pendurados e flutuando.
E, apesar disso, lá estão todos os zumbis, cambaleando (às vezes com uma velocidade assustadora), aparentemente alheios à uma física impossível, movimentando seus músculos apodrecidos, destroçados e seus ossos quebrados. Isso sem considerar a sua falta de atividade cerebral.
O sistema nervoso central do ser humano controla toda a nossa atividade muscular enviando sinais elétricos do cérebro para as células musculares, que se contraem em resposta aos comandos da matéria cinzenta. Muitos zumbis apresentam feridas na cabeça que tornaria qualquer cérebro completamente não-funcional, tornando a ideia de movimento ainda mais impossível.
3. Impossivelmente Imune
Vírus, fungos, bactérias e outros invasores microscópicos têm atormentado a humanidade desde o início do tempo, encurtando nossas vidas e muitas vezes tornando-as miseráveis. Isso sem contar a varíola e o HIV, descobertos por volta de 1800 e considerados até então nossos mais perigosos inimigos biológicos.
Nosso sistema imunológico é cheio de armas de glóbulos brancos, acaba com infecções e nos mantém vivos… pelo menos por um tempo. Pessoas que sofrem de deficiências do sistema imunológico lutam com todos os tipos de problemas.
Essa é a uma impossibilidade para os zumbis também, já que eles não têm sistema imunológico. Com a sua grande quantidade de tecido adiposo, os zumbis são um terreno fértil perfeito para uma infinidade de bactérias, fungos e vírus que tornariam curto o tempo de “vida” de seus anfitriões, pois iram devorá-los de dentro para fora. E olhando para o fato de eles serem zumbis, isso provavelmente seria uma coisa boa.
4. Incapacidade metabólica
Nós, seres humanos, nos alimentamos para que possamos converter os nutrientes em energia química que nos mantêm vivos, da respiração à reprodução. E quem mantém estes processos ativos é o nosso metabolismo. Metabolismo é um termo que abrange todas as reações químicas que acontecem dentro de nossos corpos.
Em teoria, os zumbis consomem cérebros porque eles também exigem sustento que os mantenha ativos. Há, todavia, um problema – zumbis não estão realmente vivos. Como membros da sociedade de mortos-vivos, eles carecem de capacidades metabólicas de qualquer tipo.
Os nutrientes que os seres humanos consomem se quebram no momento em que começamos a mastigar uma fatia de pizza ou quiche. Nossos estômagos assumem a partir daí, convertendo os nutrientes em calorias, as quais precisamos para permanecer vivo.
Zumbis, por outro lado, não têm nenhum metabolismo que seja. Mesmo se eles pudessem magicamente obter nutrientes comendo alguns cérebros saborosos, seus estômagos (se eles ainda tiverem estômagos) não poderiam fornecer um caminho químico para que estes fossem convertidos em energia, deixando os mortos-vivos bastante inanimados e, bem, sem vida.
5. Canídeos que comem zumbis
Hienas, lobos, ursos, coiotes, raposas e matilhas de cães ferozes. Quando o apocalipse irromper, você terá tanto medo de esses predadores quanto de zumbis. Eles são rápidos, às vezes ferozes, e quando são vorazes tornam-se mais ousados e muito mais dispostos a atacar seres humanos saudáveis.
Então, como esses animais reagiriam à visão e ao cheiro dos mortos reanimados, que são essencialmente sacos de carne? Em um ecossistema despedaçado pelo caos de uma invasão de zumbis, a fome é a certeza de ser um desafio não apenas para os seres humanos restantes, mas também para os animais. E, como os seres humanos, os animais farão qualquer coisa para sobreviver, mesmo que isso signifique mordiscar os restos mortais e rastejantes do que resta de alguém amado.
Os ataques de animais também não seriam limitados aos predadores de primeira linha. Animais menores como ratos, guaxinins e gambás também felizmente aproveitaram a deixa para mordiscar algumas guloseimas de mortos-vivos- como um zumbi sem pernas, sem braços esparramado em um poço de lama, aguardando seu fim final, triste.
6. Sub-carga sensorial
Visão, audição, tato, paladar e olfato são elementos fundamentais para a nossa sobrevivência. Sem nossos cinco sentidos, vagaríamos pela Terra sem rumo e por um curto período de tempo, comendo plantas venenosas, batendo a cabeça em cada moldura da porta e, sem dúvida, esfregando os dedos dos pés em cada mesa de café também.
Como os zumbis estão se desintegrando perpetuamente, é difícil entender como eles iriam realizar qualquer uma das ações vitais necessárias para caçar cérebros gostosos. À medida que começam a apodrecer, os tecidos moles dos seus olhos estão entre os primeiros órgãos a desmoronar, deixando os zumbis dependentes da sorte de que algum distraído caísse em suas mãos enegrecidas.
Seus tímpanos se deformariam, rasgariam e cairiam em farrapos, como o resto do sistema auditivo. Surdos e cegos, os zumbis então recairiam sobre seu olfato, o qual provavelmente seria oprimido pelo fedor de sua própria carne apodrecida.
Isso significa que os zumbis precisariam sentir seu caminho no mundo. Em grande número, alguns certamente fariam vítimas de tempos em tempos, mas os humanos plenamente funcionais seriam capazes de evitar esses monstros na maioria das vezes.
7. Não é exatamente uma gripe aviária
A natureza inventou algumas maneiras engenhosas e horríveis de espalhar germes. Veja o sarampo, por exemplo, que é espalhado pela tosse e espirros. É uma doença tão contagiosa que cerca de 90% das pessoas que entram em contato com uma pessoa infectada também ficam doente [fonte: CDC]. É um vírus traiçoeiro, pois ele pode viver por cerca de duas horas fora do corpo, pendurado no ar, apenas esperando até uma pessoa infeliz inalá-lo para dar início ao processo de replicação outra vez.
Os zumbis, por sua vez, contaminam as pessoas através da mordida. Há uma série de questões este tipo de propagação, começando com o fato de que é terrivelmente ineficiente.
Em primeiro lugar, o zumbi tem que, de alguma forma, agarrar uma pessoa tempo suficiente para infligir uma mordida. Esta é uma proposta difícil para uma criatura que talvez esteja sem um braço ou perna, tornando-se então desafiador eles perseguirem suas presas aterrorizadas. Em segundo lugar, o ato de morder consome enormes quantidades de tempo e energia, duas coisas que zumbis apodrecendo certamente não possuem. E terceiro, morder requer contato físico próximo com uma vítima. Numa época em que os sobreviventes estarão sempre vigilantes e escondidos, os zumbis, frios e lentos, terão dificuldade em ter contato a carne de qualquer um de seus primos de sangue quente.
8. O tempo cura todas as feridas, mas não dos zumbis
Antes de se ter cremes antibióticos e pílulas, simples arranhões e cortes foram um esforço traiçoeiro mesmo para seres humanos saudáveis como um cavalo. Cortes permitem a entrada de sujeira e germes para obter um pouco wiggle quarto e fazer o seu caminho em seu innards. Mas com a higiene adequada, incluindo a limpeza de feridas e lavagem das mãos, a maioria das pessoas acaba por se recuperar desses tipos de lesões, embora o processo de cicatrização seja demorado e às vezes resulta em efeitos colaterais de longo prazo.
Levemos então em consideração que os seres humanos têm tecidos que podem se regenerar e curar-se. Esta ação não está disponível em zumbis. Suas feridas, não importa se são leves ou graves, são permanentes. Imagine, se você quiser, um corte de papel que não se cura e ainda se torna maior e mais profunda a cada dia. À medida que a carne continua a se abrir, o osso é exposto e, eventualmente, os últimos pedaços de carne caem no chão.
Um pequeno arranhão se tornaria um emaranhado de pele que com o tempo se soltariam e cairiam do corpo do zumbi. Pele que sofre alguma queimadura tende a se transformar em uma mistura pegajosa, suja, acontecimento este que serve para a melhora da ferida- ninguém quer ser um zumbi por muito tempo, afinal.
9. Zumbis provavelmente não podem defecar
Nosso estômago é um saco muscular que tem uma capacidade de cerca de 50 ml de matéria líquida e sólida. As pessoas que comem grandes quantidades de comida regularmente podem esticar essa capacidade até certo ponto. E aqueles que fazem dietas íngremes podem realmente diminuir seus estômagos.
Basta dizer que os zumbis não são suscetíveis a aderir dietas a qualquer momento. Os zumbis são comedores competitivos do mundo dos monstros, inclinados a encher-se de cada buffet cerebral que poderem encontrar.
Existem alguns problemas na alimentação dos zumbis, e não me refiro à maneira como eles comem. Na verdade, o problema maior é o destino que sua comida leva
Zumbis não possuem corpos em pleno funcionamento, eles podem muito bem ter lacunas em seu sistema digestivo, em algum lugar entre suas bocas e seu ânus. Qualquer defeito nesta rota torna impossível para zumbis obter qualquer tipo de benefício de suas refeições.
Claro que, como pouquíssimas partes do corpo de um zumbi funcionam, é possível que os cérebros que eles comem não achem a saída depois. E como o zumbi come muito cérebro, o que não for digerido apenas continuaria fermentando, formando gases e, eventualmente, explodindo através das paredes do seu estômago.
10. “Sem dentaduras para os mortos vivos”
O esmalte de seus dentes é a substância mais dura de seu corpo. Esta casca resistente protege seus dentes do atrito causado ao mastigar alimentos, e com os cuidados dentários adequados vai durar por toda a vida. A frase chave aí, é claro, é aquela sobre cuidados adequados. A ingestão excessiva de doces e refrigerantes, juntamente com a negligência ao fio dental, deixa você suscetível a problemas, tais como dentes esburacados, danos às gengivas e uma série de outras coisas horríveis.
Zumbis tipicamente não escovam os dentes regularmente. À medida que suas gengivas apodrecem e o esmalte se racha e desaparece, e isso acarretará no caimento dos dentes, e sua mordida, consequentemente, não terão mais efeito.
Ainda assim os dentes de um zumbi são provavelmente a última parte de seu corpo a falhar. Mesmo que esses dentes estejam quebrados, eles ainda servem como armas formidáveis se você for descuidado o suficiente para cair no abraço da morte de um zumbi.
Mas é claro que isso provavelmente não vai acontecer. Até o momento nenhum vírus, vazamento de radiação ou infecção fúngica causou no mundo a invasão por hordas de mortos-vivos.
O lado positivo é que você provavelmente nunca terá que correr pela sua vida enquanto centenas de pessoas mortas tropeçam, murmurar, gemem e arranham seu rosto tentando comer o seu cérebro e de sua família. O lado negativo é que você nunca terá a chance de colocar seu plano sofisticado de sobrevivência ao apocalipse zumbi em ação. De qualquer forma, os zumbis são uma impossibilidade física. Somente uma magia de voodoo incrível faria deles uma ameaça real para a humanidade.
