10 práticas religiosas que são verdadeiros desafios para seus devotos

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Para muitas pessoas, práticas religiosas são atividades que ocorrem apenas em finais de semana e feriados. Só que muitos rituais religiosos são verdadeiros desafios de resistência para testar os limites humanos, como forma dos devotos provarem e reforçarem suas crenças e fé.

Confira abaixo 10 desafiadoras práticas religiosas praticadas ao redor do mundo:

10) Sentar no topo de um pilar…por anos

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No final do Império Romano, o cristianismo se tornou a religião oficial do Estado. Apesar de deixar de ser proibida, muitos critãos ficaram um pouco incomodados justamente por conta de todo o passado envolvendo a religião e Roma.

Para responder a essas mudanças sociais, muitos cristãos optaram por práticas para se distanciar da sociedade. A mais extremas delas era a chamada “sentada no pilar”. Essencialmente, um cristão podia optar por perder parte de sua vida (senão, ela toda) sentado no topo de um pilar, o que o separava do mundo. Sua sobrevivência dependeria da boa vontade dos elementos da natureza e da ajuda da comunidade.

Acredita-se que a primeira pessoa a fazer uso dessa prática foi Simeão Estilita, que fez isso um pouco ao norte da atual cidade de Aleppo, na Síria, no início do século V.

Apesar de ter se tornado popular na porção oriental do Império Romano, que posteriormente se tornou o Império Bizantino, ela nunca pegou na parte ocidental, com apenas um registro, onde hoje é a França.

9) Morar em cavernas…ao lado de um penhasco

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Em tempos antigos, a região onde atualmente fica o Afeganistão era um dos centros do Budismo. A vila de Bamyan, no centro do país, é conhecida por suas estátuas cravadas em penhascos  que permaneceram no local por séculos, antes de serem destruídas pelo regime Talibã em 2001, mas ela ainda possui alguns resquícios da arquitetura budista. Bamyan é o lar de diversas cavernas que estão cravadas em seus enormes penhascos.

Essas cavernas possuíam em seu interior uma vila que oferecia aos monges um lugar calmo e isolado, onde poderiam meditar sem serem perturbados. Da mesma forma que no item acima, esses monges dependiam da ajuda de outras pessoas para sobreviverem, já que muitos deles permaneciam por muito tempo dentro dessas cavernas.

E para piorar, como você pode ver na imagem acima, essas cavernas ficam em lugares muito altos, de difícil acesso. Até mesmo as pessoas que moram nelas atualmente afirmam que é um verdadeiro desafio chegar nos locais mais altos.

8) Se isolar em um quarto…para o resto da vida

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Durante a Idade Média, centenas de cristãos, homens e mulheres, entraram em ordens monásticas, como conventos, por exemplo. Uma prática muito comum na época era se isolar em um quarto, onde a pessoa passaria o resto de sua vida. Para sua sorte, esses quartos possuíam uma janela que lhes permitia ver um pouco do mundo exterior, além de permitir que a comunidade entregasse comida e medicamentos para esses religiosos.

Esses quartos eram construídos adjacentes a igreja local, então esses ermitões ainda tinham um pouco de contato com os habitantes do local. Ironicamente, os homens e mulheres adeptos dessa práticas se tornaram famosos. Um exemplo é Julian de Norwich, que viveu na Inglaterra do século XIV. Muitos habitantes a procuravam para conselhos espirituais e dicas.

7) Andar sobre brasas…enquanto carrega algo quente sobre a cabeça

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O costume de andar sobre brasas é até comum em várias partes do planeta. Diversas culturas empregam essa prática, de uma forma ou de outra, como uma espécie de rito de passagem. Um exemplo são os hindus, de certas partes da Índia. Os devotos fazem uma promessa para uma entidade e prometem fazer algo em retorno. No caso, eles andam sobre brasas enquanto carregam um objeto quente em cima de suas cabeças.

O rito mais famoso ocorre nos templos dedicados à Deusa Mariamman. Os peregrinos precisam levar potes de qualquer susbtância resistente ao fogo. Eles são preenchidos com carvão ou óleo quente. Depois, os devotos precisam carregar esses potes sobre suas cabeças enquanto andam por cima das brasas. Em alguns casos, as pessoas precisam carregar o pote por toda a vila antes de fazer a caminhada.

Dependendo do número de participantes, o ritual pode demorar horas. O calor gerado pela brasa costuma ser tão grande que paredes próximas ao templo precisam ser molhadas para não esquentarem muito.

6) Evitar alimentos básicos…até que você não os consuma mais

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De acordo com a filosofia Taoísta, é possível para os humanos obterem imortalidade. Existem várias interepretações para seus textos, mas um consenso é que as pessoas conseguem chegar a imortalidade transformando seus corpos. Esse processo é chamado de “alquímia interna”, e envolve diversas disciplinas e práticas rigorosas.

Uma delas é o chamado Bigu, ou “prevenção de grãos”, em referência aos cinco grãos fundamentais da agricultura chinesa. Mas ela também é interpretada como uma forma de evitar qualquer alimento considerado básico. O motivo são as explicações Taoístas sobre o corpo, nas quais se acredita que a comida, ao invés de extender nossa vida, a reduz. Ou seja, quem aprender a viver sem comida conseguirá viver para sempre.

Nos primeiros estágios, a pessoa vai cortando aos poucos qualquer tipo de grão de sua dieta. Enquanto que os devotos mais extremos cortam qualquer tipo de alimento até que consigam parar de se alimentar.

5) Circular um templo…enquanto rola no chão

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Uma prática devocional comum entre os hindus é circular um templo ou ícone religioso no sentido horário. Sempre estar com o seu lado direito voltado para o objeto é considerado um sinal de respeito. É muito comum ver peregrinos circulando templos diversas vezes, debaixo de um sol escaldante, para provar sua devoção.

Uma versão mais extrema da prática também ocorre no templo de Marimman, citado no item 7. Ao invés de andaram em circunferência no templo, os peregrinos optam por rolar no chão e passam por cima de qualquer obstáculo que esteja a sua frente. Homens e mulheres fazem isso, sendo que eles costumam tirar a roupa e utilizar apenas uma pequena vestimenta para cobrir os quadris. E para aumentar o nível de rigor, eles precisam fazer a volta 108 vezes sem parar.

4) Rituais de iniciação sacrificiais…no qual você é o sacrifício

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A antiga Deusa iraniana Mitra era cultuada por muitas pessoas. Não apenas durante o período Zoroastriano do antigo Irã, mas também no Império Romano.

Os rituais romanos dedicados a Mitra eram bem diferentes daqueles realizados na Pérsia. Eles refletiam as duras vidas de soldados que se juntavam a esses cultos exclusivos para homens e eram bem desafiadores. Para fazer parte desses grupos e melhorar sua qualificação dentro deles, era necessário passar por diversos ritos de iniciação. Muitos eram semelhantes com alguns que ocorrem atualmente, mas outros eram extremamente intensos.

Um deles, segundo o que se acredita, envolvia uma refeição na qual era necessária comer a carne de um touro sacrificado em ritual, mas também era preciso que um de seus membros interpretasse a parte do touro morto. O integrante era vendado e colocado em uma parede para ser, cerimonialmente, “abatido”.

Ainda não se sabe se os homens que aceitavam fazer esse sacrifício sabiam que era uma morte simbólica ou se era uma surpresa, com suas vidas sendo salvas no último minuto.

3) Viver como vegetariano…sem ser capaz de preparar ou mesmo cultivar sua própria comida

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Do século III ao XV, o Maniqueísmo foi uma das religiões mais importantes do mundo. Mas desde então, ela está extinta, e, atualmente, existe apenas em livros e artefatos. Felizmente, estudiosos já conseguiram decifrá-la e descobrir todas as suas práticas e crenças.

Como várias outras religiões, o Maniqueísmo era dividido entre os seus seguidores que viviam suas vidas normalmente e clérigos que se  dedicavam à religião. Essas pessoas fizeram votos de pobreza, serviço e celibato. Mas enquanto cristãos chegavam a beber vinhos e cervejas e a comer queijo, os maniqueístas não tinham esse luxo. Além de serem vegetarianos absolutos, os monges eram proibidos de trabalhar na terra e executar qualquer tarefa que podia lhes providenciar qualquer coisa. Assim, necessitavam da ajuda de outras pessoas para sobreviver.

Curiosamente, as pessoas comuns tinham um motivo para alimentar os clérigos além de os ajudarem a sobreviver. Os maniqueístas acreditam que ajudá-los em sua alimentação eram uma oportunidade de livrar a comunidade de seus pecados. Eles também acreditavam que todas as coisas da natureza tinham almas vivas dentro delas. Assim, quando os monges se alimentavam da comida que foi oferecida, essas almas eram liberadas na refeição.

2) Celebrar o Festival de Urs, em Ajmer, na Índia…e empurrar uma faca em seu olho

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O Festival de Urs é um evento celebrado pelos sufistas em várias cidades, e o mais famoso ocorre na cidade de Ajmer. O festival celebra o aniversário de morte de Moinuddin Chishti, um santo sufista e fundador de uma ordem que tem seu nome. E peregrinos de todo o mundo vão até o local para observar os diversos desafios que muitos topam participar.

Durante seis dias, os mais devotos realizam uma série de atos extenuantes. Isso inclui andar 120 km para visitar o local, furar a pele com ganchos e arrancar o globo ocular com espetos, facas e espadas. Esses atos chocantes não foram feitos para serem uma demonstração de masoquismo, mas sim de fé e compromisso com a religião.

1) Viver sob o céu aberto…sem jamais vestir uma roupa

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O Jainismo é uma religião antiga ainda praticada em partes da Índia e em alguns locais do globo. Muitos jainistas seguem certos códigos de conduta, como vegetarianismo e pacifismo, mas seus clérigos possuem um estilo de vida muito mais rigoroso.

Existem duas ordens da religião: a Svetambara e a Digambara. Elas seguem códigos similares, como se abster de violência, não mentir, não se casar, evitar certos alimentos e atividades que sejam nocivas (como matar um simples inseto). A diferenças entre os dois grupos é na forma que esses códigos são interpretados. Enquanto que os svetambara viajam constantemente e imploram por caridade, os digambara chegam aos limites extremos da sobrevivência humana.

Os digambara são facilmente reconhecidos por não utilizarem roupas. Esses monges, compostos apenas por homens, juraram que jamais vestiriam roupas (excluindo uma espécie de colar). Eles vivem a céu aberto durante o ano todo, e se mudam de região para região para escapar de mudanças climáticas que podem complicar suas vidas. Eles sequer possuem permissão para carregar tigelas para se alimentarem e comem apenas com as mãos.

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