A humanidade realmente precisa procurar um novo planeta para morar?

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Elon Musk, CEO da SpaceX, possui um claro objetivo: ele quer levar humanos para Marte o mais rápido possível. Ele já deu algumas pistas disso, após lançar o foguete Falcon Heavy e um carro Tesla para o planeta vermelho recentemente. Tudo isso é parte do plano de Musk de colonizar nosso vizinho.

Por mais que pareça um sonho ainda muito distante, existe um motivo mais que importante para acreditar que realmente devemos procurar um novo lar em outro planeta. A ficção já nos mostrou futuros distópicos para a Terra se continuarmos por aqui. Alguns cenários são os impactos de meteoros vistos em “Armageddon”, guerras com robôs iguais as da série “Exterminador do Futuro” e a superpopulação, conforme retratado em “Elysium”, entre outros desastres naturais e artificiais.

E a ficção científica foi o que inspirou muita gente por aí a explorar mundos além da Terra. Robert Goddard, o engenheiro que criou o foguete de combustível líquido, era um fã do assunto, ainda mais se levarmos em conta que ele também era escritor e gostava de abordar essa questão. E Wernher von Braun, responsáveis pelos foguetes da missão Apollo, chegou a firmar uma parceria com a Disney para criar filmes educativo sobre viagens espaciais.

E se dermos uma olhada no nosso próprio sistema solar, realmente podemos ficar preocupados. Vale lembrar que nossa Lua, Marte e outras luas do nosso sistema estão cheias de crateras oriundas de meteoros.

E nem mesmo a Terra está imune. Lembre-se dos dinossauros, que foram provavelmente extintos por conta do impacto de um asteroide. E há cinco anos, um meteoro caiu próximo da cidade de Chelyabinsk, na Rússia, causando uma série de problemas, como pessoas feridas e prédios danificados.

A Nasa até possui um programa constante de monitoramento de asteroides e planos caso um deles possa atingir nosso planeta. Mas ainda assim, não é o suficiente. Por que existe outro problema inevitável. Em quatro ou cinco bilhões de anos, nosso sol se transformará em uma gigante vermelha e crescerá até consumir nosso planeta. Ou seja, qualquer cenário é péssimo para o futuro, mesmo que distante, da humanidade.

Destino: Marte

Com certeza, o destino mais popular para escapar da Terra é Marte. Um bom motivo é que no início, acreditavamos que outros seres também viviam por lá. Muito por conta da pesquisa do astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli, que em 1877, descobriu alguns canais em Marte, apesar de não ter conseguido explicar se eram naturais ou artificiais.

Mas isso foi o ínicio das histórias de ficção científica envolvendo o assunto. Alguns exemplos são o livro “A Guerra dos Mundos”, escrito em 1898 por H.G.Wells e que foi adaptado em um filme em 2005, estrelado por Tom Cruise; e “Uma Princesa de Marte”, lançado em 1912 por Edgar Rice Burroghs e que serviu de inspiração para o filme John Carter: Entre Dois Mundos, de 2012.

Robert Zubrin, fundador do grupo The Mars Society, que é a favor da exploração do planeta vermelho, garante que Marte será habitada por humanos um dia, da mesma forma que escritores de ficção imaginaram.

“Aqui estamos, 500 anos pra mais após (Nicolau) Copérnico (afirmar que a Terra gira em torno do Sol), e muita gente ainda fala da Terra como se fosse o mundo, como se não tivesse nada além do céu. Muitas pessoas ainda possuem esse ponto de vista geocentrico”, afirmou Zubrin.

“Se alguém lhe perguntar por que o espaço é tão importante, é o mesmo que comparar alguém em uma pequena vila dizendo ‘por que o resto do mundo é importante?’, o que chega a ser uma questão absurda”, complementou Zubrin.

O fundador da The Mars Society ainda diz que viagens interestelares são o seu grande sonho, mas que por enquanto, devemos focar com o que temos em mãos: Marte, que é perto o suficiente para uma viagem com a tecnologia que temos hoje.

Ir para além de Marte e descobrir outros planetas

O plano de Zubrin para a colonização de Marte pede um voo direto para nosso vizinho, que com a atual tecnologia, demoraria seis meses. As primeiras missões seriam responsáveis por levar suprimentos essenciais, como água e alimentos, bem como as primeiras instalações necessarias para morar no planeta (Zubrin acredita que gerações futuras terão de se tornar vegetarianas).

Mas existe um grande problema com Marte – não se parece muito com a Terra. Sim, a tecnologia poderia nos ajudar a lidar com os riscos e o dia marciano é bem parecido com o terrestre. Só que o planeta tem apenas um terço de nossa gravidade; o ar marciano não pode ser respirado por nós e a água, se ela existe, está presente em quantidade escassa.

E as condições são ainda piores na nossa Lua. Ela tem apenas um sexto de nossa gravidade, um ciclo dia e noite bem diferente do nosso e sem ar respirável.

Ou seja, tudo indica que uma alternativa é tentar procurar uma nova Terra em alguma outra galáxia. Uma razão para isso é que crianças nascidas na Lua ou Marte sofreriam com os efeitos de suas gravidades menores.

Mas só conseguiremos descobrir outra Terra se encontrarmos uma forma de viajar na velocidade da luz ou desenvolver uma enorme espaçonave que possa sustentar diversas gerações. Outra opção é ampliar o tempo de vida de astronautas por meio de hibernação. E uma, que ainda é fruto da ficção científica, é integrar partes robóticas ao corpo humano.



Fonte: Live Science
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