Astronomos descobrem super-Terra que pode ter vida extraterrestre

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Os astrônomos descobriram uma “super-Terra”, um exoplaneta dentro da zona habitável da LHS 1140, uma estrela pequena e fria localizada na constelação de Cetus, a aproximadamente 39 anos-luz da Terra. A descoberta está sendo publicada na edição de 20 de abril de 2017 da revista Nature, e animou bastante os cientistas que acreditam que a estrela oferece condições promissoras para a busca de vida extraterrestre.

“Este é o exoplaneta mais excitante que eu vi na última década”, disse Jason Dittmann, astrônomo do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian e autor principal do documento Nature. O novo mundo, chamado de LHS 1140b, é cerca de 1,43 vezes maior do que a Terra.

Seu diâmetro mede 18.221 quilômetros – grande, quando comparado com os 12.742 quilômetros do diâmetro da Terra. O planeta é cerca de 6,6 vezes mais maciço do que a Terra e é provavelmente feito de rocha com um núcleo de ferro denso.

“Um modo estrutural simples consistindo em um núcleo de ferro denso cercado por um manto de silicato de magnésio pode explicar a massa e o diâmetro observados”, explicou o Dr. Dittmann e seus colegas. “Concluímos que o LHS 1140b é um planeta rochoso sem um substancial envelope de gás”, disse.

A estrela-mãe do planeta, a LHS 1140, é uma anã vermelha com cerca de um quinto do tamanho do Sol. Também conhecida como GJ 3053 e 2MASS J00445930-1516166, a estrela tem aproximadamente 5 bilhões de anos, enquanto o Sol tem 4,6 bilhões de anos.

O planeta LHS 1140b leva 24,7 dias para completar a sua órbita, isto porque ele está cerca de 10 vezes mais próximo de sua estrela do que a Terra é em relação ao Sol; bem no meio da zona habitável da LHS 1140. Ele recebe cerca de metade da luz solar de sua estrela quando comparado com a Terra.

Uma chance para a vida extraterrestre

“Para existir vida da forma que sabemos que existe, um planeta deve ter água de superfície líquida e manter uma atmosfera”, disseram os astrônomos. “Quando as estrelas anãs vermelhas são jovens, elas são conhecidas por emitir radiação que pode ser prejudicial para as atmosferas dos planetas que orbitam. Neste caso, o tamanho grande do LHS 1140b significa que um oceano de magma poderia ter existido em sua superfície por milhões de anos”.

“Este oceano de lava fervente poderia alimentar vapor na atmosfera muito tempo depois que a estrela se acalmou ao seu brilho atual e constante, reabastecendo o planeta com água”, afirmaram.

“As condições atuais da anã vermelha são particularmente favoráveis – a LHS 1140 gira mais lentamente e emite menos radiação de alta energia do que outras estrelas similares de baixa massa”, acrescentou o co-autor Nicola Astudillo-Defru, astrônomo do Observatório de Genebra, na Suíça.

A equipe encontrou a LHS 1140b usando o Observatório MEarth-South, um conjunto de oito telescópios idênticos de 16 polegadas de abertura que monitoram pequenas estrelas (menos de 33% do tamanho do Sol) localizadas a 100 anos-luz do Sol.

“O sistema LHS 1140 pode se revelar um alvo ainda mais importante para a futura caracterização de planetas na zona habitável do que Proxima b ou TRAPPIST-1”, concluiu os co-autores Dr. Xavier Delfosse e Dr. Xavier Bonfils, ambos no CNRS e IPAG em Grenoble, França.

Fonte: Sci-news



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