Como seria se o Brasil tivesse uma bomba atômica?

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Como seria se o Brasil resolvesse disputar com as grandes potências militares do mundo e produzir uma bomba atômica? A resposta mais simples é: daria problema. Além de violar regras e tratados bem antigos e importantes, o possível míssil nuclear geraria turbulência nas relações com outros países, não só potências, mas também os vizinhos mais próximos, dando origem a uma espécie de Guerra Fria, só que mais pobre.

O Brasil assinou em 1970 o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, ao lado da maioria dos países do mundo. Isso não significa que não possa haver tecnologia nuclear no país, mas ela não pode ser pesquisada e desenvolvida com fins bélicos. Para entender o que aconteceria caso resolvêssemos violar esse tratado, é só olhar alguns casos clássicos, alguns até recentes.

Índia, Paquistão, Irã e Coreia do Norte são exemplos disso. Esses países sofrem até hoje com sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e países da Europa, de forma que a bomba atômica acabou saindo bem mais caro do que eles imaginavam a princípio. Para se ter uma ideia da reputação internacional desses países, basta lembrar que todos eles – além do Iraque, por outros motivos – são chamados pelos americanos de “O Eixo do Mal”, em referência ao “Eixo” formado na Segunda Guerra Mundial pelo Japão ultranacionalista, a Itália fascista e a Alemanha nazista.

Encrenca com os vizinhos

Além do cenário global não ser nada favorável a uma empreitada como uma bomba atômica brasileira, há ainda a questão regional, que não ficaria nada bem. Segundo o sociólogo Demétrio Magnoli, a América do Sul só vive em paz porque ninguém quis embarcar nesse projeto até agora. “A região parece pacata porque nenhum país possui um grande arsenal. Quando algum tiver a bomba, todos os outros passarão a investir em programas nucleares para se proteger”, afirma.

A ideia de se ter uma bomba atômica no Brasil foi cogitada durante toda a época da Guerra Fria, mas sempre acabou sendo descartada. Ainda hoje, há quem defenda que o país abrace o projeto. Dois exemplos recentes foram o do deputado federal Eduardo Bolsonaro, em 2019, e também do então Ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, em 2003, ainda no governo Lula.



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