Como funciona um míssil balístico intercontinental?

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Na última semana, a Coreia do Norte lançou um míssil balístico intercontinental que poderia alcançar os Estados Unidos e diversas outras partes do globo, para a apreensão de muitos. E como que esse tipo de armamento funciona?

A resposta depende um pouco do tipo de míssil balístico intercontinental lançado, mas a maior parte desses projéteis costumam ser lançados de uma plataforma terrestre, viajam até o espaço e entram novamente na atmosfera terrestre, atingindo seu alvo.

Até hoje, nenhuma nação lançou um míssil balístico intercontinental contra outro país, mas a Coreia do Norte não foi o único Estado a testar esse tipo de armamento, disse Philip Coyle, conselheiro do The Center for Arms Control and Non-Proliferation (Centro de Controle de Armas e sua Não-Proliferação, em tradução literal), organização sem fim lucrativos com sede em Washington.

Como seu nome deixa claro, o míssil balístico intercontinental é capaz de viajar de um continente para outro. Esse tipo de armamento viaja em trajetória de parábola, igual a uma bola de basquete após ser arremessada. E da mesma forma, pode ser lançado de qualquer ângulo. Só que no caso do projétil norte coreano, ele foi impulsionado praticamente “em pé”, o que só aumentou ainda mais seu alcance.

Mas é importante lembrar que a Coreia do Norte não faria esse tipo de lançamento se realmente quisesse atingir um alvo. E conforme projeções de especialistas, o míssil, que recebeu o nome de Hwasong-15, poderia alcançar uma altura de até 13 mil km. Ele só não atingiria um pequeno pedaço da África e a América do Sul.

De qualquer forma, vale lembrar que por ter se tratado de um teste, o míssil balístico intercontinental não tinha nenhum tipo de carga. Assim, se estivesse carregando qualquer tipo de explosivo ou até mesmo uma ogiva nuclear, seu peso seria muito maior e poderia viajar muita distância muito menor, disse Coyle.

Funcionamento em três fases

Um míssil balístico intercontinental funciona em três fases distintas. A primeira é a chamada fase de impulso, na qual os foguetes do projétil o lançam no ar durante 2 a 5 minutos, até que ele chegue ao espaço. É igual o que acontece com naves espaciais: cada um dos foguetes é descartado após um deles terminar de queimar seu combustível, que pode ser líquido (que queima de forma mais lenta, mas sua duração é maior) ou sólido (o efeito é oposto: queima mais rápido, mas também dura pouco).

Na segunda fase, o míssil balístico intercontinental continua sua trajetória até o espaço e voa a uma velocidade entre 24 e 27 mil km/h. “Ele ainda tem a vantagem do fato de que não existe a resistência do ar”, disse Coyle. Além disso, alguns projéteis ainda utilizam as estrelas para ter uma melhor orientação de seu alvo.

E na terceira e última fase, o míssil entra novamente na atmosfera terrestre e atinge seu alvo em questão de minutos. O armamento ainda pode conter propulsores que orientem melhor o seu alvo. Mas Coyle lembra que o projétil pode até mesmo pegar fogo e se desintegrar por conta do calor gerado na reentrada na atmosfera. Assim, ele precisa ter alguma espécie de proteção, igual a naves espaciais.

Conforme dito anteriormente, a Coreia do Norte não é o único país que possui um míssil dessa natureza. Estados Unidos, Rússia, China e Índia também possuem essa tecnologia, e ela jamais foi usada em uma guerra. E assim esperamos, por conta de seu potencial destrutivo.

“Nós já os testamos para mostrar o que podemos fazer, o que é exatamente o que a Coreia do Norte está fazendo agora. Mas nunca os usamos em guerra, e a razão é que isso poderia causar uma guerra nuclear e todos poderíamos estar mortos”, lembra Coyle.

Fonte: Live Science
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