Coreia do Norte destrói campo de testes nucleares com explosões

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A Coreia do Norte realizou nesta quinta-feira (24) o que diz ser a demolição de seu campo de testes nucleares em Punggye-ri, com uma série de explosões durante várias horas, na presença da imprensa internacional. As explosões ocorreram nas profundezas de montanhas do nordeste do país, e foram centradas em três túneis no subsolo e vários edifícios na área ao redor.

A primeira explosão que os jornalistas testemunharam aconteceu por volta das 11 horas (0 hora, em Brasília), quando autoridades norte-coreanas disseram que o túnel norte fora destruído. O local foi utilizado em cinco testes nucleares, entre 2009 e 2017. Duas outras explosões ocorreram por volta das 14h20 e às 16 horas, quando os túneis oeste e sul foram demolidos, informaram os funcionários do governo de Kim Jong-un.

O desmantelamento também envolveu a destruição de postos de observação e de quartéis utilizados por guardas e trabalhadores das instalações nucleares. O túnel do lado leste do campo já havia sido desativado em 2006, após um teste nuclear.

Os jornalistas autorizados a acompanhar a demolição chegaram no local pela manhã (noite de quarta-feira, no Brasil) e permaneceram ali por volta de nove horas. A chegada até o local remoto exigiu uma viagem de trem de 11 horas, que começou em Wonsan, cidade a leste da capital Pyongyang.

A decisão de fechar o campo de testes nucleares é vista como um gesto de Kim para dar um tom positivo à cúpula histórica com o presidente americano, Donald Trump, que aconteceria no dia de 12 de junho, mas foi desmarcada por Trump.
Ainda assim, a medida não é irreversível e ações mais significativas seriam necessárias para atender às demandas de desnuclearização defendidas pelos Estados Unidos.

A presença da mídia estrangeira no evento aponta para o desejo dos norte-coreanos de transmitir, para todo o mundo, as imagens das explosões. No entanto, inspetores internacionais de armas nucleares não foram convidados para o evento, o que limita seu valor como uma concessão séria de desnuclearização por Pyongyang.

Encontro desmarcado

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou nesta quinta-feira (24) seu encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, previsto para o dia 12 de junho, em Cingapura, de acordo com carta divulgada pela Casa Branca.

No texto enviado ao líder norte-coreano, o presidente americano disse que deseja se encontrar com o líder norte-coreano no futuro. Contudo, destacou que agora não seria o momento apropriado em razão da “tremenda raiva e hostilidade” demonstradas recentemente por Pyongyang.

“Eu estava muito ansioso para me encontrar com você”, disse Trump em uma carta dirigida ao líder norte-coreano, que divulgada pela Casa Branca. “Infelizmente, com base na enorme raiva e hostilidade aberta exibida em sua declaração mais recente, sinto que é inadequado, neste momento, ter essa reunião planejada há muito tempo”, afirmou, segundo a Reuters.



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