E se houvesse oxigênio no espaço sideral?

0

Você respira a cada momento. Afinal, você precisa de oxigênio para viver. Felizmente, ele está presente em todos os lugares – ao menos em nosso planeta.

No entanto, como seria se o oxigênio existisse no espaço sideral e em todo o universo?

O oxigênio

Não há praticamente nenhuma molécula de oxigênio de no espaço sideral na forma de O2. Em 1998, a Nasa lançou um satélite que supostamente deveria encontrar moléculas de oxigênio, mas nunca o fez – exceto quando os cientistas, preocupados com um suposto defeito no instrumento, apontaram-no para a Terra.

Astrônomos detectaram oxigênio molecular interestelar em apenas dois lugares: a nebulosa de Orion e a nuvem Rho Ophiuchi. Ainda assim, a molécula é mais rara do que a teoria prevê. Por exemplo, o hidrogênio na nebulosa de Orion supera o oxigênio em um milhão para um. (Leia também: O que aconteceria se o oxigênio sumisse por 5 segundos?)

Uma experiência terrestre revelou porque esta molécula que dá vida é tão rara no cosmos. O motivo é simples: os átomos de oxigênio se agarram firmemente à poeira estelar, impedindo-os de se unirem para formar as moléculas.

Os átomos de oxigênio que flutuam longe dos grãos de poeira interestelar podem juntar-se para fazer a molécula. No entanto, quando eles ficam presos aos grãos, os átomos de hidrogênio se combinam com o oxigênio para criar gelo d’água (H2O) em seu lugar. A água pode, então, tornar-se parte de asteroides, cometas e planetas, o que prepara o terreno para a criação da vida. (Leia também: Qual é o lugar mais frio do universo?)

Oxigênio em todo o universo

As consequências seriam terríveis se, em todo o universo, existisse oxigênio.

Em nosso universo, se o espaço for preenchido com gás a uma pressão mal respirável de 50 milibares, por exemplo, ele iria rapidamente entrar em colapso e formar estrelas. Com tantos astros, buracos negros gigantes nasceriam. (Leia também: Aeronáutica brasileira libera gravações da ‘Noite Oficial dos Ovnis’)

Uma abundância de oxigênio significaria que quase todas as estrelas no universo estariam perto do fim do seu ciclo de vida. Existiriam gigantes vermelhas, anãs brancas e buracos negros, mas poucas como o nosso Sol, que seria um aspirador gigantesco: ele sugaria todo o oxigênio do sistema solar e ficaria mais mortal, por queimar através da fissão nuclear. Longe no espaço interestelar, sem Sol para aquecer o gás, ele seria congelado e, em seguida, a gravidade formaria novos planetas inteiramente feitos de O2.

O oxigênio seria sugado para as estrelas e planetas e depois de um certo período de tempo, gostaríamos de voltar a ter o vácuo do espaço. Nesse meio tempo, no entanto, todo o movimento planetário em torno das estrelas sofreria uma desaceleração por conta do atrito e resistência do vento e a Terra cairia lentamente em direção ao Sol.

O fim de uma galáxia

Não estaríamos sozinhos nessa jornada mortal. Seríamos engolidos pelo nosso Sol juntamente com os outros planetas que o orbitam. Asteroides queimariam por conta da fricção e o universo estaria repleto de estrelas cadentes ricocheteando umas nas outras. O cinturão de asteroides do nosso sistema solar seria como uma queima de fogos de artifícios quase eterna, até o momento em que cada asteroide se transformasse em cinza. (Leia também: Nasa descobre novos planetas muito parecidos com a Terra)

Antes disso, porém, asteroides estariam por todos os lados, já que a órbita do cinturão sofreria desaceleração. Júpiter, como o nosso eterno escudo, conseguiria segurar a maioria, mas não todos. Se o tempo permitisse, seríamos bombardeados por meteoros assassinos.

Atmosfera queimada

A Terra também sofreria com a fricção e nossa atmosfera queimaria. Caso conseguíssemos escapar de sermos incendiados enquanto nosso planeta vira um cometa, teríamos um outro problema. Como a gravidade terrestre sugaria o oxigênio a sua volta, a nossa pressão atmosférica, que é de 21% de O2, aumentaria gradualmente até o ponto de sermos esmagados.

Primeiro, humanos sentiriam seus ouvidos explodirem internamente. Depois, a cabeça. O oxigênio atmosférico adicional faria com que incêndios florestais fossem queimadas. Mas os incêndios seriam extintos eventualmente assim que a Lua colidisse com a Terra. Nosso satélite natural também teria seu movimento de órbita reduzido e seria atraído pelo planeta. Nesse momento, tudo seria destruído. (Leia também: A mudança climática está mexendo com o eixo da Terra)

Após todo o oxigênio ser sugado por estrelas e planetas, o vácuo seria restaurado e o universo continuaria normalmente seu ciclo majestoso. Remodelado, com novos planetas nascendo.

Essa é uma situação hipotética e impossível de acontecer. Fique tranquilo, porque o universo é muito bem elaborado e o oxigênio, que é bom, ficou para gente.



DEIXE UM COMENTÁRIO
WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com