Entenda como o vício em se exercitar prejudicou o corpo e a mente de uma mulher

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Katherine Schreiber, atualmente com 28 anos de idade, começou a se exercitar quando era uma adolescente, e sempre lutou contra a balança desde o ensino fundamental, principalmente por acreditar que era uma das meninas “mais feias” de sua sala.

De início, ela começou a se exercitar apenas duas vezes por semana, mas rapidamente chegou à frequência de três vezes por dia.

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Fonte: arquivo pessoal

Mas esse vício em fazer exercícios teve um preço alto para Katherine. Sua menstruação parou de descer, sofreu com diversas fraturas por estresse e desenvolveu hérnias de disco em sua coluna.

Atualmente, ela está fazendo terapia para superar o problema, e já está compartilhando sua história com diversas outras pessoas na esperança de que especialistas aprendam a identificar o vício rapidamente, antes que seja tarde.

Distúrbios alimentares e danos ao corpo

Quando o hábito de se exercitar despertou em Katherine, ela também começou a restringir as quantidades de alimentos que comia, o que também desencadeou distúrbios alimentares.

Enquanto estava na faculdade, ela recebeu tratamento para lidar com o distúrbio alimentar, mas não houve qualquer diagnóstico sobre o seu vício em exercícios. “Ninguém sabia como tratar este problema naquela época”, disse Katherine, em entrevista para o site da ABC News.

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Fonte: arquivo pessoal

Pouco depois, os exercícios começaram a danificar seu corpo.

Sua menstruação parou de descer por aproximadamente dois anos. Seus pés tinham fraturas por estresse e Katherine também desenvolveu hérnias de disco em sua coluna.

Além disso, Katherine diz que sua compulsão por exercícios a deixou sem vida social e também prejudicou qualquer tipo de relacionamento amoroso. “Eu não era capaz de formar ou manter relacionamentos próximos. Eu não tinha tempo para gastar com amigos ou desenvolver uma relação mais próxima com meus parceiros. Não queria ficar fora de casa até tarde ou fazer algo que fosse interferir na minha agenda de exercícios”, disse Katherine.

Ela ainda garante que ela só se encontrava com alguém “por um determinado período de tempo” e que sofria de ansiedade se tivesse de interromper seus exercícios mais cedo.

Diagnóstico e tratamento

Em 2015, Katherine decidiu procurar tratamento e juntou forças com pesquisadores da Universidade de Jacksonville e da Universidade High Point, na Carolina do Norte, para alertar sobre os perigos do vício em exercícios.

“As pessoas falam ‘Uau, eu queria ser viciado em exercícios’, mas praticar muitos exercícios pode ser algo patológico”, disse Heather Hausenblas, professora de cinesiologia da Universidade de Jacksonville.

O vício em exercícios ainda não é oficialmente classificado como um distúrbio mental, mas existem sinais e sintomas reconhecíveis, sejam eles físicos e/ou psicológicos.

Por exemplo, lesões por excesso de atividades, como fraturas por estresse e lesões em ligamentos, são muito comuns.

Viciados em exercício costumam ignorar essas lesões e sacrificam relacionamentos com a família e amigos, bem como suas responsabilidades sociais e ocupacionais, para que consigam manter seus hábitos.

Também existem efeitos quando a pessoa é forçada, por algum motivo, a abrir mão de sua agenda de exercícios. Ansiedade, irritabilidade, falta de descanso e dificuldade em dormir e se concentrar são alguns dos sintomas.

A condição afeta entre 0,3 e 0,5% da população geral, e de 1,9% a 3,2% das pessoas que se exercitam com regularidade, segundo os pesquisadores.

A doutura Hausenblas e seus colegas afirmam que como é difícil diagnosticar o vício em exercícios, ele deve ser feito por meio de conversas com o indivíduo, que devem incluir questões similares às utilizadas para diagnosticar outros vícios.

O objetivo do tratamento não é parar de se exercitar por completo, mas sim ajudar as pessoas a identificarem seu comportamento viciante e descobrir uma maneira saudável de se exercitar.

Katherine diz que o tratamento a ensinou a ficar mais atenta com exercícios e a cortar o tempo que ela acredita ser necessário gastar na academia. Desde então, ela escreveu um livro que conta mais sobre sua experiência.

Katherine admite que ainda gasta 45 minutos por dia na academia, mas agora tem ciência de que não pode cometer exageros.

“Não é uma atividade compulsiva e irresistível que deve te comandar”, disse.

Como identificar um viciado em exercícios?

Segundo a escala criada pela doutora Heather Hausenblas e sua colega, Danielle Symons, esses são os sinais e sintomas de quem é viciado em exercícios:

– Necessidade de praticar mais e mais atividades.

– Agitação, cansaço e tensão quando não estiver se exercitando.

– Se exercitar além do previsto.

– Dificuldade em controlar a duração e intensidade das atividades.

– Gastar longos períodos do dia e da noite se exercitando.

– Evitar atividades sociais, cancelar planos, ou chegar atrasado ao trabalho justamente para se exercitar por mais tempo.

– Não dar um tempo de descanso para o corpo, principalmente em casos de lesões.

Fonte: DailyMail
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