Filhos de pais mais velhos são mais ‘nerds’, aponta estudo

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Uma nova pesquisa feita pela New King’s College London aponta que filhos de pais mais velhos tendem a ser ‘geeks’ ou nerds’. Segundo o estudo, as crianças de progenitores de idade mais avançada são mais inteligentes, têm mais foco em seus interesses e não se preocupam tanto em se encaixar em grupos ou segmentos sociais – características que enquadram os jovens em questão como ‘geeks’/’nerds’.

Os pesquisadores da New King’s College London, em parceria com o Seaver Autism Center at the Icahn School of Medicine, dos Estados Unidos, coletaram dados comportamentais e cognitivos de 15 mil gêmeos no Twins Early Development Study (Teds). A partir de testes, foram obtidos os resultados, divulgados recentemente pela revista Nature.

Quando as crianças envolvidos na pesquisa estavam com 12 anos de idade, elas fizeram avaliações online que mensuravam seus traços de inteligência. Entre os métodos, foram utilizados testes de QI, tópicos que analisam o foco em assuntos de interesse e medição de níveis de distanciamento social.

Os pais também fora envolvidos nessa pesquisa. Eles foram questionados se os filhos tinham preocupações relacionadas ao seu âmbito social – como são percebidos por seus colegas – e se os interesses pessoais dos garotos ocupavam muito tempo livre.

Resultados

Os resultados mais aliados a ‘geeks’ e ‘nerds’ – inteligência mais avançada, maior dedicação a atividades de interesse e menor atenção à integração social – foram percebidos em crianças de pais mais velhos.

Garotos de um pai de 25 anos ou menos obtiveram pontuação média de 39,6, enquanto as crias dos adultos de 35 a 44 anos conquistaram média de 41 pontos. O índice subiu para 47 com proles de homens com mais de 50 anos.

As crianças consideradas mais ‘geeks’/’nerds’ também eram as que tinham melhores notas na escola. As médias eram ainda mais altas em disciplinas relacionadas às ciências exatas.

Concluiu-se, por fim, que 57% da pontuação gerada pelos testes aplicados pelos pesquisadores foi herdada. Ou seja, tanto o ambiente em que a criança é criada quanto a própria genética colaboram para o seu nível de inteligência ou para o desenvolvimento de outras características que dialoguem com o contexto ‘geek’/’nerd’.

Enquanto a questão genética não pode ser debatida sem um estudo mais minucioso, o tópico “ambiente” é quase autoexplicativo. Pais mais velhos, geralmente, têm carreiras profissionais mais estabelecidas e situação financeira mais favorável. Os filhos desses adultos têm a chance de crescer em situações mais enriquecedoras e de ter acesso a uma melhor escolaridade.

Relação com autismo

Pesquisas anteriores a esta mostraram que crianças de pais mais velhos têm maior risco de desenvolver transtornos relacionados à mente, como autismo e esquizofrenia.

Tal diagnóstico não foi ignorado pelos responsáveis da atual pesquisa. O estudo aponta que alguns genes ‘nerds’ e do autismo estão sobrepostos – e eles estão mais propensos a serem repassados por pais mais velhos.

Quando a criança nasce com apenas alguns desses genes, as implicações são exclusivamente positivas, por estarem relacionadas ao desenvolvimento mais exponencial de sua inteligência. Quando a “dose” genética é mais elevada e outros fatores de risco contribuem, há uma maior predisposição ao autismo.

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