Game of Thrones: inteligência artificial está escrevendo o fim dos livros

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Game of Thrones é um dos maiores sucessos recentes da TV. A série da HBO bate recordes de audiência a cada temporada, mesmo com poucos episódios em sua reta final e sucessivos vazamentos de spoilers, roteiros completos e até de capítulos inteiros.

Como os fãs sabem, a série é inspirada em uma coleção de livros de fantasia chamada As Crônicas de Gelo e Fogo. As obras são de autoria de George R.R. Martin. Cinco já foram lançadas entre 1996 e 2011 – A Game of Thrones (1996), A Clash of Kings (1998), A Storm of Swords (2000), A Feast for Crows (2005) e A Dance with Dragons (2011) -, e duas ainda estão sendo feitas – The Winds of Winter e A Dream of Spring.

Tradicionalmente, George R. R. Martin demora muito tempo para publicar seus livros. O intervalo do 3° para o 4° foi de cinco anos. Para o 5°, foram seis anos. E até o 6°, já se foram outros seis anos – e não há nem sinal de que a obra será lançada em breve.

Diante disso, o engenheiro de softwares americano Zack Thoutt desenvolveu uma tecnologia que faz uso de inteligência artificial para escrever o fim dos livros que inspiraram Game of Thrones. Isso mesmo: o trabalho restante de As Crônicas de Gelo e Fogo está sendo feito, paralelamente, por um robô. Ou seja, George R. R. Martin poderia até continuar em hiato se quisesse.

Vale destacar que, obviamente, o robô não tem a pretensão de substituir George R. R. Martin. Trata-se apenas de um experimento, feito pelo engenheiro.

Como isso é feito?

Para se trabalhar no fim da série de livros, faz-se uso das redes neurais, que analisam uma quantidade enorme de dados e aprendem com eles o suficiente para criar novos produtos. “A rede neural compara o material que ela produz com os dados que você usou para alimentá-la. Assim, ela se atualiza e aprende a imitar melhor seus objetivos”, contou Zack Thoutt ao site Motherboard, da revista Vice.

Mais de cinco mil páginas foram entregues ao robô, que aprendeu toda a história de As Crônicas de Gelo e Fogo. Dessa “brincadeira”, já saíram cinco novos capítulos. A ferramenta não conhece teorias relacionadas à série Game of Thrones que circulam na internet – somente o conteúdo oficial foi usado.

O que o robô escreveu?

Algumas conclusões obtidas nesses cinco capítulos escritos pela inteligência artificial parecem um pouco óbvias. Outras, fogem um pouco do convencional.

De acordo com a inteligência artificial, Jon Snow vai montar um dragão, Varys vai envenenar Daenerys e Jaime vai matar Cersei. Esses supostos ocorridos são especulados por fãs há muito tempo, nas redes sociais e em fóruns de discussão.

O robô também escreveu algumas coisas que fogem um pouco do convencional. A primeira frase escrita foi: Sansa Stark é uma Baratheon. Foi criado, também, um personagem novo, chamado Greenbeard, que seria uma espécie de pirata. Ned Stark também reaparece como se nunca tivesse morrido.

Essas situações acontecem porque, apesar de As Crônicas de Gelo e Fogo contarem com 32 mil palavras, a base de dados necessária para um resultado satisfatório exige, pelo menos, 300 mil palavras. Além disso, o estilo de George R. R. Martin é bastante descrito e o uso de adjetivos confunde as redes neurais, que é marcada pela objetividade.



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