Games de ação melhoram habilidades cognitivas do cérebro, diz estudo

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O mercado de video games está crescendo exponencialmente com o passar dos anos, e sua indústria já é considerada uma das maiores dentro do ramo de entretenimento. E por consequência, acaba sendo alvo de novas pesquisas e estudos. E uma equipe de psicólogos da Universidade de Genebra, na Suiça, descobriram que jogos de ação podem melhorar as habilidades cognitivas do cérebro.

Os resultados do estudo foram publicados no jornal Psychological Bulletin. Pesquisas dessa natureza sempre ocorreram desde a época em que arcade de Pac-Man estava em alta. Já essa, que descreveremos abaixo, verificou o comportamento de jogadores durante jogos de ação, especialmente games de tiro.

E como ponto de partida, a equipe de psicólogos quis observar se jogos de natureza teriam impacto nas habilidades cognitivas do cérebro de jogadores. “Decidimos juntar os dados relevantes de 2000 a 2015 como forma de responder essa questão, pois essa era a única forma de ter uma visão melhor do real impacto dos jogos de ação”, explicou Daphné Bavelier, professor da Universidade de Genebra.

O estudo

Um total de 8.970 pessoas, com idades entre 6 e 40 anos, incluindo pessoas que jogavam ou não com frequência, tiveram suas habilidades cognitivas testadas. Essas avaliações incluíam a noção de atenção espacial (por exemplo, detectar um cachorro no meio de diversos animais), habilidade em fazer diversas tarefas ao mesmo tempo e mudar planos, de acordo com regras pré-determinadas.

Os resultados mostraram que a cognição de jogadores frequentes de games ação eram relativamente melhores que daquelas pessoas que pouco ou sequer jogavam.

No entanto, os próprios pesquisadores admitem que existe uma pequena falha nesses resultados. “Precisamos pensar qual é o perfil típico de um gamer. Será que eles jogam jogos de ação por que já possuem as habilidades cognitivas que os fazem ser bons jogadores; ou pode ser o contrário: suas habilidades cognitvas são boas por jogarem video games?”, disse Benoit Bediou, pesquisador da Universidade de Genebra.

Uma segunda análise foi realizada pelos pesquisadores. Nesse caso, pouco mais de 2,8 mil pessoas (entre homens e mulheres) que jogavam games por, no máximo, uma hora por semana, e tiveram suas habilidades cognitivas testadas.

Os voluntários foram divididos em dois grupos: um precisou jogar jogos de ação (tiro ou de guerra), enquanto que o outro precisou passar seu tempo com jogos de “quebra-cabeça” (The Sims, Tetris). Eles precisaram jogar por um total de oito horas por semana e 50 horas em 12 semanas. Ao final desse período, os participantes tiveram suas habilidades cognitivas testadas novamente. Aqui, o objetivo, segundo Bavelier, era avaliar se esses feitos eram apenas casuais.

Os resultados não foram diferentes: os indivíduos que jogaram games de ação mostraram ter habilidades cognitivas melhores que o grupo que se divertiu com jogos de gêneros diferentes.

“A pesquisa, que foi feita por vários anos no mundo todo, prova os efeitos reais dos vídeo games de ação no cérebro e pavimenta um caminho para os utilizarmos para expandir nossas habilidades cognitivas”, complementou Bediou.

No entanto, vale ressaltar que os resultados foram verificados em um grupo de pessoas que jogou de forma moderada, ao invés de passarem várias horas a fio jogando. E como qualquer outra atividade, uma moderação é sempre bem vinda.

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