Um homem na Espanha viveu por 12 anos entre uma matilha de lobos, sem nenhum contato com pessoas. Hoje, já reintroduzido na sociedade, ele se diz desapontado com os seres humanos e sente falta de seus antigos companheiros. O homem afirma nunca ter conseguido se adaptar totalmente à vida comum.
Marcos Rodríguez Pantoja perdeu a mãe aos 3 anos e tinha apenas 7 quando foi para as montanhas de Sierra Morena com seu pai, que tinha acabado de arrumar um novo emprego como pastor de ovelhas. Passado um tempo, ele se viu sozinho na mata e até hoje não sabe que destino teve seu pai, ou se foi abandonado por ele.
Após um tempo perdido, Pantoja entrou em uma caverna onde começou a brincar com filhotes de lobo, até que a mãe passou a trazer comida para os filhotes e também para ele. O homem viveu por quase 12 anos entre os lobos, que o alimentavam, cuidavam e indicavam quais frutos eram seguros para comer. Pantoja foi encontrado aos 19 anos de idade, se comunicando apenas com rosnados e grunhidos, seminu e aparentemente feliz.
Hoje, aos 72 anos, Pantoja se lembra da época com os lobos como a mais feliz de sua vida. Ele afirma que nunca conseguiu se adaptar à vida entre os seres humanos e teve problemas com habilidades sociais por toda sua vida. “As pessoas vão e voltam como formigas. Mas pelo menos as formigas vão para a mesma direção; já as pessoas vão para todos os lugares”, afirma o homem-lobo.
Lobo solitário
Pantoja vive hoje em uma casa fria na província de Ourense, na região da Galícia. Seu lar propositalmente lembra uma caverna e ele cria plantas para tentar se manter em contato com a natureza.
Ele afirma que já tentou entrar em contato com os lobos novamente, mas eles não o reconhecem mais. “encontrei os lobos e posso chamá-los, mas eles não se aproximam de mim. Agora cheiro como um humano, uso desodorante”, diz, com tristeza.
A história de Pantoja virou um filme chamado Entrelobos, lançado em 2010. Ele ainda tenta se adaptar à vida com humanos mesmo depois de todos esses anos.
