A lenda do navio fantasma Holandês Voador

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O Holandês Voador (Flying Dutchman) é um navio fantasma lendário, condenado a vagar pelos oceanos até o fim dos tempos.. Acredita-se que a história teve origem do folclore náutico do século XVII.

Relatos entre os séculos XIX e XX contam que o navio brilhava com luz fantasmagórica. Também dizem que a tripulação do Holandês Voador tentará enviar mensagens para a terra, ou para pessoas há muito mortas.

Na tradição oceânica, o avistamento deste navio fantasma é considerado um sinal de desgraça.

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Origem da Lenda do Holandês Voador

De acordo com algumas fontes, o capitão holandês do século XVII, Bernard Fokke, estaria no comando do navio fantasma. Fokke era conhecido por suas viagens que partiam dos Países Baixos em direção a Ilha de Java. Sobre ele haviam suspeitas de pacto com o diabo.

A primeira versão da lenda como uma história foi impressa pela revista britânica Blackwood’s Magazine em maio de 1821, que colocava como cenário principal o Cabo da Boa Esperança.

Esta história introduz o nome Hendrick Van der Decken ao capitão do navio. Ela também fala sobre cartas endereçadas a pessoas mortas que são oferecidas a outros navios para fazerem a entrega. Se aceitas, as cartas trariam desgraça.

Foi daí também que surgiu a lenda de que, ao ver seu navio próximo do naufrágio em meio a uma tempestade, o capitão jurou contornar o Cabo da Boa Esperança a qualquer custo. A partir daí, ele e sua tripulação foram condenados a uma jornada que só terminaria no dia do juízo final.

Documentos antigos guardam relatos de um navio que zarpou de Amsterdã, na Holanda, no ano de 1680 e que teria sido acometido por uma tormenta no Cabo da Boa Esperança.

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Relatos de avistamentos do Holandês Voador

Muitos foram os relatos de supostos avistamentos do Holandês Voador entre os séculos 19 e 20. O famoso romancista, Nicholas Monsarrat, autor da obra “The Cruel Sea”, teria se deparado com o Galeão fantasma no Oceano Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, quando era oficial da Marinha Real.

Também o príncipe George de Gales, o futuro rei George V, registrou a aparição do navio fantasma em uma viagem. Junto a ele estavam seu irmão mais velho, o príncipe Albert Victor de Gales e seu tutor, John Neill Dalton.

Eles embarcaram temporariamente no HMS Inconstant depois que o leme de sua embarcação foi danificado. O registro dos príncipes é do dia 11 de julho de 1881, horas antes do alvorecer, ao longo da costa da Austrália, no Estreito de Bass, entre Melbourne e Sydney.

“Às quatro da manhã, o holandês voador cruzou os arcos. Uma estranha luz vermelha, como de um navio fantasma todo em chamas, no meio das quais se iluminavam os mastros…”.

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Ilusão de ótica seria a explicação

A explicação para os avistamentos do lendário Holandês Voador seria um fenômeno de ilusão de ótica conhecido como Fata Morgana.

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O nome vem do Italiano e significa Fada Morgana. Ele faz referência à fictícia feiticeira meia-irmã do Rei Artur que, segundo dizem, conseguia mudar de aparência.

Trata-se de uma miragem que ocorre quando há uma inversão térmica. Com isso, objetos que se encontrem ao longo do horizonte como, ilhas, embarcações e icebergs, são mostrados aos nossos olhos com forma translúcida e acima do nível de onde realmente estão.

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Com as devidas condições climáticas é possível haver a separação regular entre o ar quente e o ar frio (mais denso) perto da superfície terrestre. Dessa forma, o ar frio acaba atuando como uma lente reflexiva, criando uma imagem invertida sobre onde o objeto está.

Os efeitos da Fata Morgana costumam ser mais visíveis pela manhã, depois de uma noite fria. Este fenômeno é comum em regiões montanhosas, onde é acentuado pela curvatura do vale, que cancela a curvatura da Terra.

Diferente das miragens inferiores, que criam imagens de lagos no deserto, esse fenômeno cria miragens superiores, ou seja, no ar.

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Lenda do Holandês Voador no cinema

No filme “Piratas do Caribe: O Baú da Morte” (Pirates of the caribbean: Dead Man’s Chest) é mostrada uma outra versão da lenda do Holandês Voador; onde Davy Jones seria o capitão do amaldiçoado navio e estaria incumbido de levar para a o outro mundo a alma daqueles que morreram no mar.

Como recompensa, o capitão poderia a cada dez anos passar um dia em terra com seu grande amor, Calipso, a ninfa do mar.

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