Muitos relógios na Europa estão 6 minutos atrasados; entenda o porquê

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Albert Einstein, no alto de sua genialidade, disse que o tempo é um conceito relativo. E pode ser que ele esteja correto, por conta de um fenômeno estranho e curioso que está afetando os relógios europeus neste ano de 2018.

Há algum tempo, muitos cidadãos do velho continente notaram diferenças no tempo de seus relógios, que estão ficando alguns segundos atrasados desde o meio do mês de janeiro.

Conta disso, na última semana, muitas pessoas notaram que muitos relógios estavam até seis minutos atrasados, se comparados com a hora correta. Sim, você pode falar que isso não é lá grande coisa para os padrões universais, mas já é o suficiente para te fazer perder o ônibus, especialmente no Reino Unido, por exemplo, onde o transporte público é conhecido por sua pontualidade.

No entanto, apesar do que foi dito no início, esse problema não se trata de uma falha na continuidade do espaço-tempo na Europa. A culpa do problema, na verdade, tem relação com a política.

Primeiramente, é preciso lembrar que existem diversas formas de relógios manterem o tempo correndo. Antigamente, esse processo era mecânico, mas atualmente, ocorre a sincronização com a internet, por meio de aparelhos ligados à rede mundial de computadores, como seu smartphone, ou pelo chamado oscilador de cristal, para relógios digitais comuns.

No caso dos modelos ligados diretamente à energia elétrica, eles funcionam a partir da frequência de rede para atualizar a hora. No Brasil e nos EUA, ela é de 60 Hertz (Hz, o que significa que a corrente alterna 60 vezes por segundo). Já na Europa, esse padrão fica na casa de 50 Hz.

No entanto, desde o meio de janeiro, a frequência caiu para a casa de 49,996 Hz. Parece insignificante, mas para algo que precisa de extrema precisão, já é o suficiente para causar o atraso. Se a frequência estivesse um pouco acima, os relógios estariam adiantados, por exemplo.

E o que causou essa queda na frequência? É aí que a política entra em jogo. O Kosovo declarou sua independência da Sérvia em 2008, que ainda não reconheceu a declaração. E, claro, isso gerou brigas sobre quem ficaria com a infraestrutura de telecomunicações e eletricidade da nova nação.

Como não houve acordo, no final de 2017, muitas regiões do Kosovo (habitadas por sérvios) deixaram de pagar pela eletricidade que consumiam. E isso causou o problema, já que o Kosovo gasta mais do que produz, e a Sérvia não fez esse pagamento como resposta a essa disputa territorial. E como todo o sistema é interligado por todo o continente, os relógios de toda a Europa foram atrasando aos poucos.

O problema deve ser solucionado em breve, pois o Kosovo já se comprometeu a pagar por essa eletricidade para balancear o sistema. As coisas devem voltar ao normal em algumas semanas, mas a população ainda precisará reajustar o horário de seus relógios manualmente.

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