Músicas machistas fazem ouvinte ser mais agressivo contra mulher

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Um estudo feito pela Universidade de Innsbruck, na Áustria, aponta que músicas machistas podem despertar a agressividade de homens contra mulheres. A pesquisa foi comandada por Tobias Greitemeyer, doutor em Psicologia Social e professor da instituição de ensino austríaca.

Os resultados dos estudos de Greitemeyer foram publicados entre 2006 e 2015. Nas ocasiões, músicas com letras consideradas misóginas, como “Superman”, do Eminem, e “Self Esteem”, do Offspring, foram reproduzidas para voluntários do sexo masculino.

Sem saber que a pesquisa era sobre machismo e/ou misoginia, os voluntários desenvolviam algumas atividades enquanto ouviam as canções. Ao serem questionados sobre o sexo feminino, os homens deram respostas mais negativas e expressaram maior desejo de vingança.

Em outro momento do estudo, foi proposto que os voluntários fizessem lanches para uma mulher. Os homens foram avisados de que a moça não gostava de comida muito apimentada, mas, mesmo assim, os rapazes colocavam mais molho de pimenta enquanto ouviam músicas consideradas machistas.

Inverso também ocorre

O inverso também ocorreu em outra etapa do estudo. Mulheres demonstravam ser mais agressivas com relação a homens enquanto ouviam músicas com mensagens negativas relacionadas a eles. Um exemplo utilizado na pesquisa foi “You Oughta Know”, de Alanis Morissette.

No entanto, o comportamento por parte das mulheres não foi realmente considerado por não representar um problema real na sociedade. “Este tipo de agressão [homens machistas contra mulheres]é um problema muito mais sério e frequente na sociedade do que de mulheres contra homens”, afirma o estudo.

Efeito prolongado

Os pesquisadores acreditam, ainda, que não há um efeito meramente imediato quando homens ficam mais agressivos ao ouvirem músicas com letras consideradas misóginas. A sensação machista é progressiva, tendo em vista que as pessoas foram submetidas a essas canções ao longo de toda a vida.

“O que se pode dizer sobre o feito na vida real, onde homens provavelmente ouvem a centenas de canções misóginas ao longo da vida? O efeito pode ser ainda mais forte e pode levar a um comportamento agressivo ainda mais severo contra a mulher, como estupro e outras formas de violência”, afirma a pesquisa.

Polêmicas com músicas machistas

Músicas machistas geram polêmicas há muito tempo. Em alguns casos, o rebuliço vai parar na justiça.

Nos Estados Unidos, o caso mais recente foi o da música “Blurred Lines”, de Robin Thicke e Pharrell Williams. A canção tem teor claramente machista e o clipe reforça o ponto de vista ao transformar mulheres em meros objetos de desejo masculino.

No Brasil, a produtora Furacão 2000 enfrenta um processo judicial em função da música “Tapinha não dói”, lançada há mais de uma década. Segundo os procuradores, a faixa incita a violência contra a mulher.



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