O que causou o Furacão Harvey? É possível ter algum furacão no Brasil?

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O Furacão Harvey, que chegou até os Estados Unidos, primeiramente na cidade texana de Corpus Christi, está castigando as cidades do sudoeste do estado do Texas, com períodos de intensa chuva e ruas e casas inundadas, forçando centenas de pessoas a procurarem abrigos, além de já ter causado 10 mortes.

E a tempestade ainda não terminou. Com a expectativa de mais chuva pesada pelos próximos dias, o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA (NWS, na sigla em inglês) divulgou a seguinte mensagem, em seu perfil no Twitter: “Esse evento é sem precedentes e todos os impactos são desconhecidos e além de qualquer coisa que já foi vivenciada”.

O que está causando essa enorme precipitação sem precedentes?

A resposta tem relação com o período de tempo que o Harvey está parado em cima do sudoeste do Texas.

“Ciclones tropicais, sejam tempestades tropicais ou furacões, costumam carregar muita umidade com eles e são normalmente associados com chuva muito intensa”, explicou Matthew Kelsch, meteorologista de uma universidade do estado do Colorado. “Mas o que faz essa situação ser ainda mais impressionante é que a tempestade tropical – o que costumava ser o Furacão Harvey – está parada. Por vários dias, ele deve vagar pelo mesmo local, então os mesmo lugares continuarão sob chuva intensa”, explicou.

Isso está acontecendo porque existe um sistema de alta pressão que está bloqueando o movimento do Furacão Harvey, disse Dave Gochis, cientista da mesma universidade de Matthew Kelsch. Em outras palavras, o Harvey está preso no mesmo local.

Partes da cidade de Houston e áreas ao seu redor já sofreram com chuvas que chegaram à marca de 510 milímetros, e o Serviço Nacional de Meteorologia já disse que outras tempestades isoladas devem fazer esses números aumentarem em até 1270 mm.

A costa do Texas também está mantendo o Furacão Harvey na ativa. O motivo é que ele ainda é “alimentado” pela umidade do oceano, o que continua o deixando forte, sem indícios de quando irá se dissipar, disse Kelsch. Mas o furacão/tempestade tropical deve acabar quando o sistema de pressão que está o bloqueando sumir.

O sudoeste do Texas ainda deve vivenciar entre 200 e 380 mm de chuva nesta quarta-feira (30), disse o meteorologista Jeff Weber.

Pode ocorrer um furacão no Brasil?

Primeiramente, o termo correto não seria furacão, e sim ciclone, pois a nomenclatura varia de região para região (furacão nos EUA/Caribe, tufão na Ásia e ciclone na Índia e costa oriental da África).

Como você já percebeu há muito tempo, o Brasil é um país que está, relativamente, livre desse tipo de fenômeno. É que os furacões/tufões/cicliones não acontecem em regiões próximas ao Equador, já que a rotação da Terra acaba destruindo a rotação do ciclone.

Além disso, o Brasil é uma país que não apresenta as condições necessárias para o desenvolvimento de ciclones: água do oceano com temperatura superficial acima de 28 graus, o cisalhamento (fenômeno de deformação ao qual um corpo está sujeito quando as forças que sobre ele agem provocam um deslocamento em planos diferentes, mantendo o volume constante) vertical do vento fraco e convergência de umidade na superfície.

Ainda assim, o fenômeno já ocorreu em terras brasileiras. Um exemplo é o Catarina, que ocorreu em março de 2004 e foi o primeiro ciclone tropical registrado no Atlântico Sul. O Catarina atingiu o nordeste do Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina. Três pessoas morrerem, 75 ficaram feridas e 2 mil ficaram desabrigadas.

Fonte: LiveScience
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