Por que muitas pessoas acreditam em crenças falsas? A ciência explica

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É difícil imaginar que em pleno século XXI, ainda existem pessoas que acreditam que a Terra é plana e que os efeitos das mudanças climáticas são uma invenção de ambientalistas e da mídia, por mais que as provas sejam concretas e comprovadas. No entanto, a ciência acaba de encontrar uma explicação do motivo de muita gente acreditar em crenças falsas, que acaba de ser publicada no jornal Open Mind.

Cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley fizeram uma pesquisa com 500 adultos, em que tinham de olhar várias combinações de formas coloridas em um computador. Eles tinham de identificar qual delas seria um “Daxxy”, um objeto inventado pelos pesquisadores apenas para esse experimento.

Sem saber do que se tratava esse objeto, os participantes tiveram de adivinhar, sem pistas, quais das 24 formas apresentadas seriam um “Daxxy” e recebiam uma resposta se acertaram ou não. E após cada tentiva, também precisaram relatar se tinham certeza ou não da afirmação.

Após analisarem todos os dados coletados, os pesquisadores notaram que a maior parte dos participantes basearam sua certeza no que era um “Daxxy” com suas últimas quatro ou cinco tentativas ao invés de usar todas as informações que receberam da equipe para conseguir a resposta correta.

“O que achamos interessante é que eles poderiam errar 19 tentativas em sequência, mas se conseguissem acertar as últimas cinco, se sentiram confiantes. Não é que eles não estavam prestando atenção, eles estavam aprendendo o que era o Daxxy, mas não usaram muito do que aprenderam para conseguir ter certeza”, disse Louis Marti, estudante de doutorado da universidade e autor líder desse estudo.

Em outras palavras, isso significa que quem acredita em crenças falsas não é “burro” ou ignorante como muitos diriam. Mas na verdade, a pessoa acredita tanto em suas opiniões que não consegue aceitar o que a maioria das pessoas ou até mesmo pesquisas científicas afirmam.

Quer um exemplo? Se você acredita que vacinas não são benéficas para nossa saúde, o estudo sugere que essa crença é baseada nos feedbacks mais recentes que você teve a respeito de sua posição ao invés das evidências gerais.

No entanto, os pesquisadores alertam que essa forma de enxergar as coisas está longe de ser a ideal.

“Se o seu objetivo é chegar a uma verdade, a estratégia de usar seus feedbacks mais recentes, ao invés das informações que recebeu, não é uma tática boa”, disse Louis Marti.



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