Por que a vida em Marte pode estar no interior do planeta

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A Nasa já enviou diversas sondas e missões para ver se consegue encontrar algum sinal de vida em Marte, especialmente em locais onde existe a suspeita de ter existido água em um passado distante. Mas uma pesquisa apresentada durante o encontro anual da União Americana de Geofísica sugere a possibilidade de existir vida no interior do Planeta Vermelho.

Nas décadas mais recentes, algumas explorações feitas na chamada Biosfera Profunda da Terra, que fica abaixo da superfície, já revelou que esse ambiente possui alguns microorganismos. Por conta disso, os pesquisadores acreditam que estamos olhando no lugar errado em Marte.

Há bilhões de anos, quando os planetas do Sistema Solar ainda eram jovens, acredita-se que a superfície de Marte eram bem parecida com a da Terra. Isso mudou após nosso vizinho perder seu campo magnético, que o expôs à intensa radiação do sol e tornou qualquer chance de sobrevivência um verdadeiro desafio, segundo o professor Joseph Michalski, da Universidade de Hong Kong, que participou do estudo.

Mas por conta dessas semelhanças com nosso planeta, os cientistas acreditam que a vida estava “cozinhando” em Marte antes desse fenômeno acontecer. Assim, o estudo lançou a possibilidade da vida no nosso vizinho ter surgido em ambientes hidrotermais, como foi o caso da Terra, mas ter se adaptado para em locais subterrâneos.

“A vida pode ter surgido nesses ambientes hidrotérmicos e sobrevivido no subterrâneo por um bom tempo”, disse Michalski.

Caso essa possibilidade seja realmente verdade, o interior de Marte pode ser lar de espécies microscópicas ricas e diversas, igual ao que acontece na Terra. Michalski lembrou ao site Live Science que a biosfera profunda daqui só foi descoberta há 30 anos e que os micro-organismos desse local são responsáveis por quase metade da vida no nosso planeta.

Essa possível biosfera de Marte é um lugar promissor para procurar sinais de vida, pois ela é considerada até mais habitável que a da Terra. As rochas subterrâneas do nosso vizinho são mais porosas, o que é um convite para nutrientes e trocas de gases. Além disso, o núcleo de lá um pouco mais frio que o daqui.

“Podemos ter organismos unicelulares que podem estar dormentes por algum tempo, mas podem ter sobrevivido ao metabolizar hidrogênio, metano e, potencialmente, enxofre. Sem ser muito específico, eu penso que existem várias possibilidades”, explicou Michalski.

 



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