Voos espaciais são incrivelmente perigosos e exigem coragem de seus praticantes. Coragem essa que faz fronteira com a insanidade (isso é exatamente o que torna os astronautas tão legais).
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Estamos todos familiarizados com os grandes acidentes como o Challenger e Apollo 13, mas escondidos em suas sombras existem alguns acidentes trágicos ainda mais estranhos e horríveis. Esta pequena retrospectiva espacial deve renovar o respeito que temos para com nossos viajantes do espaço.
O vácuo vicioso de Voskhod
Em 18 de março de 1965, a espaçonave russa Voskhod 2 explodiu na órbita da Terra em uma missão histórica: a primeira caminhada espacial feita por humanos. Os cosmonautas Alexei Leonov e Pavel Belyayev formavam a tripulação da pequena espaçonave, a qual teve sua produção apressada para que pudesse ser lançada antes dos EUA. A espaçonave em si acabou apresentando inúmeras falhas, mas a falha mortal não veio dela, mas sim do traje espacial de Leonov.
Pouco tempo depois de embarcar em seu passeio histórico, Leonov percebeu que algo não estava certo. Imediatamente após entrar no vácuo do espaço, seu traje pressurizado começou a inchar. Suas mãos escaparam de suas luvas, tornando quase impossível realizar seu trabalho delicado. E ainda pior, seu traje estava muito inchado para caber na pequena câmara de ar, e ele acabou ficando preso fora da espaçonave. Desesperado, soltou seu oxigênio, ficando à beira da asfixia, até que pudesse voltar espaçonave. Felizmente ele sobreviveu, nos deixando a lição precisa de como não construir um traje espacial.
A colisão de Mir
Em junho de 1997, a nave de reabastecimento Progress, não tripulado, estava acoplado à estação espacial Mir. Vasily Tsibliev, a bordo do Mir, tomou o controle remoto do Progress e estava dirigindo-o através da câmera ao vivo. No entanto, as telas de TV não oferecem nenhuma percepção de profundidade, e ele só percebeu tarde demais que ele estava conduzindo a nave em velocidade muito alta.
Progress bateu em Mir, paralisando uma matriz solar e perfurando seu casco. A estação espacial foi lançada em uma rotação incontrolável e foi despejando seu oxigênio. Felizmente, no entanto, o astronauta Michael Foale conseguiu resolver a situação da estação espacial através da posição das estrelas e ativando o piloto automático da mesma, que, consequentemente, ativou os propulsores de Mir e a estabilizou. A parte rompida do casco foi vedada para controlar a saída de ar.
A Câmara do Silêncio Mortal
Um teste extremamente comum para aspirantes à astronauta é a câmara de privação sensorial. Destinados a simular o isolamento extremo do espaço exterior, os formandos são trancados durante vários dias com apenas alguns estímulos externos mínimos. É desagradável, mas não necessariamente perigoso. Exceto por uma vez, em março de 1961.
Valentin Bondarenko, um cosmonauta de 24 anos, havia chegado ao fim de sua estadia de dez dias na chamada “Câmara do Silêncio”. A pequena sala, que estava cheio de oxigênio para combinar com as condições da espaçonave russa, começou a descomprimir enquanto Bondarenko se preparava para sair. Ele usou um algodão embebido em álcool para remover os adesivos utilizados para segurar sensores médicos em seu corpo, e assim que terminou jogou o algodão de lado. Infelizmente, o algodão caiu no fogão que havia na sala e pegou fogo. A sala, cheia de oxigênio, imediatamente explodiu, queimando o jovem. Bondarenko não morreu na hora, mas seus ferimentos foram graves demais e ele acabou morrendo oito horas depois.
Quem disse que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar?
Em 14 de novembro de 1969 pode-se ver nuvens sinistras ameaçando o Centro Espacial Kennedy da Flórida. Apollo 12 foi preparado para o lançamento naquela manhã, e, apesar de algumas preocupações sobre o tempo, as autoridades concordaram que o lançamento não seria afetado. Aproximadamente 36 segundos após a decolagem, eles começaram a pensar diferente.
Um raio atingiu a nave ascendente, sacudindo os astronautas e desativando a maioria de seus controles. Eles ainda estavam lutando para resolver os problemas quando um segundo raio atingiu, acabando com o restante dos seus sistemas. Os astronautas estavam a vários quilômetros acima da Terra em uma nave paralisada.
Eles então contataram os responsáveis pelo controle de missão para sugestões, e um jovem engenheiro foi capaz de resolver o problema apenas girando um único interruptor. O poder foi imediatamente restaurado e a missão continuou sem mais problemas. Esse engenheiro, John Aaron, passou a ajudar na salvação do Apollo 13 e, eventualmente, tornou-se gerente da Estação Espacial Internacional.
Um teste aterrorizante
No início dos anos 1960, os EUA estavam em andamento nos testes de várias tecnologias espaciais, com esperança de vencer a Rússia nos livros de história. Um desses testes envolveu dois pilotos, que por acaso também estavam em sua fase de teste, Malcolm Ross e Victor Prather. Eles estavam vestindo protótipos de trajes espaciais e dando voltas na atmosfera superior em balões de alta altitude para testar os trajes.
Apesar de alguns impasses, a corrida de teste correu bem. Foi quando eles retornaram à Terra que a tragédia aconteceu. Depois de descerem no Golfo do México, o dois aliviados esperaram o helicóptero que iria levá-los para casa. Quando este chegou, baixou os cabos para que eles pudessem subir, mas Prather escorregou. Ele caiu no Golfo e a água entrou em seu traje. Ele foi puxado para baixo e afogado antes que os mergulhadores pudessem alcançá-lo.
A colisão do jato na fábrica dos Gemini
As missões Gemini dos EUA ajudaram a aperfeiçoar várias técnicas que eventualmente permitiriam que as missões Apollo chegassem à Lua. Mas poucos sabem o quão perto essas missões estiveram de não acontecer, graças a um acidente bizarro em fevereiro em 1966.
Os tripulantes dos Gemini, Elliot See e Charlie Bassett, haviam embarcado em um T-38 Talon com seus, enquanto Tom Stafford e Gene Cernan, iam em outro. Eles estavam voando para a fábrica McDonnell em St. Louis, onde os Gemini IX e X estavam sendo construídos, para treinar em seu simulador. No entanto, o clima sobre a cidade estava nublado, e a visibilidade era baixa, tornando o desembarque difícil.
Stafford e Cernan fizeram um círculo para ter um melhor ângulo na pista, mas See e Bassett foram direto para ele. Infelizmente, o aeródromo estava localizado muito perto da fábrica, e por causa da névoa, See foi com seu jato direto no edifício onde as duas espaçonaves estavam sendo construídas. Infelizmente, os dois astronautas foram mortos, mas, milagrosamente, as espaçonaves – e o programa Gemini – sobreviveram.
A Câmara de Gás Apollo-Soyuz
Em 17 de julho de 1975, uma espaçonave Apollo dos EUA e a nave russa Soyuz, foram de boa vontade para uma exibição espacial internacional. Ambos os lados trocaram brincadeiras e fizeram passeios nas naves um do outro. Tudo correu perfeitamente de acordo com o plano… até que Apollo voltou para casa.
Uma complicação com nitrogênio tetróxido, gás tóxico, ocorreu com os propulsores e os sistemas de ventilação e atrapalhou a tripulação durante a sua descida. Eles não podiam fazer nada até seu pouso, então eles deram o seu melhor para fazer seus trabalhos, apesar da tosse que se agravava cada vez mais. E para piorar as coisas, eles viraram de cabeça para baixo após o pouso, e a água bloqueou as entradas de ar.
Lutando para manter a consciência apesar da neblina tóxica em que se encontravam, o astronauta Tom Stafford pegou máscaras de oxigênio para sua tripulação, um, inclusive, já estava desmaiado. O módulo de pouso logo foi corrigido e os vapores tóxicos rapidamente se dissiparam, uma vez que a escotilha foi aberta. Porém, a tripulação, quase sufocada, acabou no hospital por duas semanas.
O Desastre com o X-15
Michael Adams era um piloto com habilidades incríveis. Tendo ganho inúmeros prêmios sua atuação excepcional, ele era uma escolha óbvia para fazer parte do Laboratório Espacial da Força Aérea. Ele começou o treinamento como astronauta, mas quando percebeu que o programa seria cancelado, pediu para trabalhar no projeto X-15. O X-15 era um avião hipersônico que viajava em altitudes tão elevadas que a maioria de pilotos, Adams inclusive, eram qualificados como astronautas.
O voo de Adams em 15 de novembro de 1967, começou bem, a princípio, mas depois de alcançar sua altitude de cruzamento de 50 mil pés, falhas elétricas tiraram o avião seu do curso. Em poucos minutos, ele estava em uma rotação de 5.500 km/h. Em seu treinamento ele aprender a estabilizar o avião hipersônico, mas o avião estava em uma queda invertida e Adams não conseguiu corrigir. Ele bateu no deserto da Califórnia a 6.400 km/h e morreu instantaneamente.
Espaço, onde ninguém pode sequer te ouvir… te afoga?
Em julho de 2013, os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional estavam realizando uma caminhada espacial de rotina quando sentiram algo totalmente inesperada no espaço. Luca Parmitano, da Itália, sentiu água se acumulando na parte de trás da cabeça.
Confuso, mas concentrou-se na missão, continuou o seu trabalho até que a água começou a descer e chegou ao seu rosto, em um ambiente onde a gravidade zero. Ele relatou a situação ao Controle de Missão, que abortou a caminhada espacial. Neste ponto, a água tinha cegado Parmitano e tinha enchido o nariz e grande parte de sua boca.
Surpreendentemente,ele manteve sua compostura diante do iminente sufoco e encontrou o caminho para a câmara de ar. Seus colegas tripulantes conseguiram remover a água ainda presa ao seu rosto. Finalmente, descobriu-se que a causa desse fato bizarro foi um bloqueio no sistema de resfriamento embutido do traje de Parmitano.
O Destino Trágico de Vladimir Komarov
Yuri Gagarin foi, o primeiro ser humano a chegar no espaço. No entanto, seu amigo e companheiro cosmonauta, Vladimir Komarov, não foi tão reconhecido, apesar de ter feito uma missão que pode ser considerada mais memorável que a de Gagarin.
No 50 º aniversário da revolução comunista, União Soviética decidiu organizar um encontro dramático entre duas de suas espaçonaves. Infelizmente, isso significava que a espaçonave utilizada teve sua produção apressada para ficar pronta no prazo e essa acabou sendo mais uma armadilha mortal da era espacial. Komarov foi escolhido para pilotar a primeira espaçonave. Ele sabia que se recusasse, seu amigo Gagarin seria enviado, então aceitou o trabalho, sabendo muito bem que não estaria em casa.
Em 23 de abril de 1967, Soyuz 1 levou Komarov ao espaço e falhou quase instantaneamente. Quase tudo teve mal funcionamento, como já era esperado, e o voo foi rapidamente cancelado. O problema, porém, foi que os paraquedas não funcionaram corretamente e assim que Komarov adentrou na atmosfera, começou a queimar. As estações de escuta dos EUA ficaram com seus últimos momentos agonizantes, onde ele amaldiçoava os engenheiros que o enviaram para a morte. Komarov foi quase vaporizado após o impacto.
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