Discalculia: como é a vida de quem não entende matemática

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A matemática costuma ser a grande vilã das pessoas em idade escolar, mas uma dificuldade fora do normal em lidar com os números pode ser sinal de discalculia. Essa condição simplesmente impede que as pessoas consigam fazer contas e compreender qualquer informação numérica, mais ou menos da mesma forma que a dislexia atrapalha para lidar com letras, palavras e texto em geral.

Até o diagnóstico ser confirmado, os portadores de discalculia costumam sofrer bastante na escola. O distúrbio pode variar muito na forma com que se manifesta de acordo com cada pessoa, mas todos têm em comum o fato de terem problemas para entender operações básicas de matemática. Em outras áreas do conhecimento, onde os números não são tão essenciais, não costumam ter problema algum, já que a discalculia, assim como a dislexia, não possuem relação com o intelecto.

Outro indicativo do problema é que geralmente ele não vem sozinho. “É importante lembrar que apenas um terço dos casos são de discalculia pura, ou seja, não estão associados a outros transtornos do desenvolvimento”, explica o neurologista Marco Antônio Arruda, do Instituto Glia, em Ribeirão Preto, São Paulo. Ele diz que o distúrbio costuma vir acompanhado de crises de ansiedade, hiperatividade e déficit de atenção.

Em um mundo onde os números estão presentes em praticamente qualquer atividade do dia-a-dia, em maior ou menor grau, essas pessoas podem ter seu desenvolvimento muito comprometido se um diagnóstico não for feito o mais cedo possível.

Na ponta do lápis

Os especialistas no assunto afirmam que os pais e professores precisam ficar atentos se a dificuldade da criança com a matemática é normal ou fora do comum. Geralmente a discalculia se revela entre 10 e 12 anos de idade, por volta da terceira ou quarta série do Ensino Fundamental, ou seja, em uma idade de pleno aprendizado e desenvolvimento, não só intelectual como social.

Portadores de discalculia não raro acabam tendo problemas de relacionamento, devido a bullying e exclusão por parte dos colegas, podendo chegar à depressão. A condição requer um acompanhamento pedagócio diferenciado e específico para o problema e também psicológico, para que o paciente entenda sua condição e não se deixe abalar pelas dificuldades.



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