Infelizmente, uma causa de morte muito comum que pode pegar qualquer um de nós de surpresa é o afogamento, especialmente no caso de crianças pequenas.
Nem seria preciso dizer que a exposição à agua é um fator chave, mas você sabia que é possível se afogar de maneira “atrasada”? E que é muito mais perigoso se afogar em uma piscina do que no mar?
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Confira alguns fatos perturbadores a respeito do afogamento.
9) O lago em que vítimas de afogamento jamais são encontradas
O Lago Tahoe fica nas montanhas entre os estados da Califórnia e Nevada, nos EUA, e é um destino de férias muito popular, mas possui um segredo macabro: vítimas de afogamento no local jamais foram encontradas.
Quando uma pessoa é vítima de afogamento, seu corpo, obviamente, acaba afundando. Mas como a atividade de bactérias resulta em gases, o corpo acaba flutuando de volta à superfície. Só que no caso do Lago Tahoe, ele é tão frio que inibe a atividade bacteriana. E se já não bastasse ser profundo (501 metros), ele está quase a 2 mil metros de altura e mergulhadores não podem descer muito fundo. Assim, vítimas de afogamento não costumam ser resgatadas.
Em 2011, com um equipamentos especiais, mergulhadores conseguiram encontrar o corpo de um homem que se afogou no local em 1995. Por conta da temperatura da água (apenas 1,7 grau celsius), o corpo estava bem preservado.
8) O afogamento na água doce é diferente da água salgada
Em um primeiro momento, acreditamos que nadar no oceano é muito mais perigoso que em um lago, por exemplo. Mas, surpreendentemente, 90% dos casos de afogamento ocorrem em água doce. E a razão por trás disso tem relação com a química.
A água doce tem mais similaridades com a composição de nosso sangue do que a água salgada. Quando entra em nossos pulmões, ela passa por nossa corrente sanguínea por osmose. Quando o sangue fica muito diluído, as células explodem e pode ocorrer uma falência múltipla de órgãos. O processo leva de dois a três minutos.
Já a água salgada age de forma distinta. Nesse caso, é o corpo que joga água para os pulmões, engrossando o sangue. Como esse processo demora mais um pouco (8 a 10 minutos), as chances de resgate são muito maiores.
7) Afogamento atrasado
Em 2008, um garoto americano, que era autista, acabou engolindo um pouco de água enquanto nadava em uma piscina, mesmo usando boias. Passado o susto, tudo parecia normal. Ele tomou um banho e foi dormir tranquilamente.
Só que logo depois, sua mãe o encontrou espumando pela boca, com seus lábios roxos. Ele acabou morrendo de parada cardíaca no caminho para o hospital.
O que causou sua morte foi o fato de que a quantidade de água que ingeriu foi o suficiente para drenar, lentamente, o oxigênio de seu corpo e matá-lo, em uma condição rara conhecida como “afogamento atrasado”. Apesar de ser algo que pode acontecer com qualquer um, crianças são mais suscetíveis a esse problema.
Se ver uma criança com problemas respiratórios, exaustão e comportamento estranho após nadar, procure ajuda médica imediatamente.
6) O Mar Morto
Nomeado dessa forma por conta de sua alta salinidade, que não permite a sobrevivência de muitos seres vivos, o Mar Morto está localizado entre Israel e a Jordânia e é muito popular entre turistas.
O Mar Morto também ficou famoso pelo fato de que ele é tão salgado que sua densidade é muito alta e é impossível alguém se afogar por lá, pelo menos da maneira convencional. É normal ver muitas pessoas lendo livros e jornais enquanto nadam nele.
5) Execução
O afogamento também foi um método de execução por séculos. E ainda era considerado uma alternativa gentil, que costumava ser reservada para homens e mulheres de privilégio. E foi bastante utilizado durante dois períodos, em especial: caça às bruxas e na Revolução Francesa.
No primeiro caso, o método era usado justamente para descobrir se a pessoa era uma bruxa ou não: se fosse alguém normal, afogaria normalmente, mas se fosse uma bruxa, faria uso de magia para escapar desse destino.
Já no segundo caso, muitas pessoas morreram durante a revolução, o que exigiu uma revisão nos métodos de execução para eliminar muita gente. A guilhotina era muito eficiente, mas matava apenas uma pessoa por vez. Assim, o afogamento em massa foi utilizado para solucionar esse problema.
4) O afogamento real é diferente dos filmes e da TV
Nos filmes e na televisão, nós já sabemos como é retratada a cena de um afogamento e nem precisamos descrevê-la aqui. Só que na vida real, é bem diferente. Quando a vítima está prestes a se afogar, ela entra em um estado de preservação chamado Resposta Instintiva de Afogamento. Movimentos voluntários se tornam impossíveis, sua cabeça cai para trás e sua boca fica no nível da água. Seus olhos podem ficar virados ou fechados e corpo fica em posição vertical.
A Resposta Instintiva de Afogamento é tão silenciosa que muitas pessoas morreram com banhistas e até salva-vidas por perto. Por isso, especialistas recomendam manter um olho aberto em qualquer pessoa que estiver nadando. Caso alguém fique imóvel e não responda a estímulos ou perguntas, pode ter certeza que ela está se afogando.
3) Reflexo de Mergulho Mamário
Em um primeiro momento, imaginamos que nós, humanos, não temos nenhuma adaptação para sobreviver na água, já que somos nadadores ruins, comparado com outros animais. Mas nós possuímos uma adaptação evolucionária para solucionar esse problema: o Reflexo de Mergulho Mamário.
Quando a nossa face toca na água, uma série de respostas fisiológicas involuntárias começam, para manter nosso corpo vivo: entradas de ar fecham, as batidas do coração diminuem, os capilares da pele e nossas extremidades se contraem, enviando sangue para órgãos vitais. Isso tem um duplo propósito: manter os órgãos oxigenados e isolados da pressão da água. Infelizmente, um efeito contrário é que nossos membros ficam mais fracos para nadar.
Esse reflexo é mais frequente em crianças que se afogam. E se a água estiver fria, melhor ainda, pois desacelera o metabolismo e permite que o corpo entre em uma estado de proteção semelhante à hibernação. Por conta desse reflexo, os corpos de crianças que ficaram submersos por vários minutos conseguem ser ressuscitados sem danos neurológicos.
2) Animais que afogam os outros
Os animais costumam ser muito mais espertos do que nós imaginamos, e muitas vezes, utilizam o ambiente em seu favor. Um exemplo são os guaxinins: eles costumam levar cães que os caçam até um local cheio de água, onde ficam submersos. De repente, emergem e tentar empurrar a cabeça dos cachorros na água, tentando provocar o afogamento.
Os cangurus também possuem uma tática semelhante para se defender dos dingos, cães selvagens que também são nativos da Austrália.
1) Minorias se afogam com maior frequência
Tragédias e acidentes ocorrem de maneira indiscriminada, mas parece que os efeitos do afogamento possuem “alvos” específicos. Nos Estados Unidos, por exemplo, 80% das vítimas de afogamento são do sexo masculino. Isso não é por conta de diferenças fisiológicas com as mulheres, mas por que os homens costumam beber mais e tomarem atitudes de risco nas proximidades da água.
Se a etnia for levada em conta, o problema parece ser ainda maior. Segundo dados do Centro de Controle de Doenças dos EUA, crianças negras correm mais riscos que as demais.
Entre os 5 e 14 anos de idade, crianças e adolescentes negros possuem três vezes mais chance de se afogar do que brancos na mesma faixa etária. E, novamente, esse fato não tem relação com diferenças físicas entre brancos e negros. A maior parte dos afrodescendentes vivem em centro urbanos onde não costumam encontrar piscinas ou não aprendem a nadar.
Bônus: Ironia
Você jamais imaginaria que poderia correr o risco de se afogar e uma festa que homenageava salva-vidas. Mas isso aconteceu em 1985, na cidade de Nova Orleans, nos EUA. E era pra celebrar um verão em que ninguém se afogou em nenhuma das piscinas públicas do local.
200 pessoas participavam da festa, sendo que metade eram salva-vidas certificados e quatro estavam a serviço. Misteriosamente, um homem de 31 anos acabou se afogando quando a festa estava terminando. Apesar das tentativas de ressuscitá-lo, ele faleceu e a causa da morte foi justamente afogamento.
Nem é preciso dizer que essa enorme ironia foi um verdadeiro choque. “Os salva-vidas estão muito chateados. É uma tragédia. Essa era a primeira festa anual em que podiam celebrar uma temporada sem problemas”, disse, na época, o diretor do departamento recreacional de Nova Orleans.
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