Na primeira metade do século XIX, uma ilha começou a surgir no Mar Mediterrâneo, chegando a gerar disputas territoriais, mas 5 meses depois, ela não estava mais lá.
Em julho de 1831, nas proximidades da costa sudoeste da ilha da Sicília, pescadores começaram a avistar os primeiros sinais de que uma nova massa de terra se formava, resultado de uma erupção vulcânica.
Os primeiros sinais da atividade vulcânica nas águas do Mediterrâneo eram peixes, que subiam à superfície já cozidos, até comestíveis, apesar do forte cheiro de enxofre.
Poucos dias depois, foi avistada a caldeira do vulcão acima da água, com muita fumaça e lava saindo constantemente, até que uma ilha se formou em torno, chegando a alcançar um diâmetro de 800 metros, com 60 acima da água.
Na época, o Reino da Sicília, a França e o Reino Unido brigavam pelo pequeno pedaço de terra, localizado bem no meio de várias rotas comerciais do Mediterrâneo, e até aquele momento, crescendo.
Nem deu tempo da disputa começar: 5 meses depois, pouco antes do fim do ano, a formação desapareceu da mesma forma que surgiu, deixando as potências a ver navios – com o perdão do trocadilho.
Os países já tinham até mesmo nomes para a nova terra.
A Sicília a chamava de Ferdinandea, em homenagem a seu rei Ferdinando II, enquanto para os ingleses – que juravam ter sido os primeiros a pisarem lá, a chamavam de Graham, em homenagem ao almirante Sir James Graham. Para os franceses, era apenas Julia, pelo mês em que surgiu.
Ainda esperando a ilha
Logo após afundar completamente, o lugar onde a ilha ficava continha pequenas bolhas de ar surgindo na superfície, algo que muitos na época interpretaram como o sinal de que uma nova erupção viria, trazendo a ilha de volta à superfície do Mediterrâneo.
Não passou disso. Hoje ela fica a 9 metros abaixo do nível do mar.
A ilha acabou afundando por estar baseada em um tipo de rocha muito frágil, que a própria água do mar acaba deteriorando facilmente.
Os restos da ilha formam um cone subaquático, hoje habitado por corais, famosos na região da Sicília, que continua sendo a única ilha naquela parte do Mediterrâneo, com a Córsega um pouco mais ao norte, beirando a costa oeste italiana.