A prática da feitiçaria está profundamente enraizada na história e tem conjurado alguns mitos muito interessantes. Confira alguns dos mais intrigantes mistérios sobre as bruxas.
7 intrigantes mistérios sobre as bruxas
1. A maioria das bruxas não foi queimada em uma estaca
A imagem comum da execução de uma bruxa mostra um grande grupo de pessoas histéricas cercando a pessoa culpada em uma pira ardente, mas o sacrifício não era o principal meio de execução usado para os acusados de feitiçaria. Durante os julgamentos das Bruxas de Salém, ninguém foi queimado até a morte; todos os acusados que apresentaram seus casos e foram considerados culpados durante os julgamentos em 1692 foram enforcados. De fato, ninguém declarado culpado de bruxaria jamais foi executado pelo fogo nas colônias americanas – o sacrifício não era permitido pela lei inglesa.
2. Os caçadores de bruxas não escolhiam especificamente as mulheres
O sentimento de repulsa às mulheres levou muitos a acreditarem que elas eram, de alguma forma, mais suscetíveis às artes escuras ou à tentação do Diabo e, portanto, mais propensas a serem bruxas. Por exemplo, as Leis de Alfredo, escritas pelo Rei Alfredo de Wessex, o Grande, em 893 d.C., especificavam a bruxaria como uma atividade expressamente feminina. Mas os homens também praticavam e eram chamados de muitos nomes diferentes, incluindo um feiticeiro, um bruxo ou um mago.
Inúmeras mulheres e homens foram indiscriminadamente perseguidos por feitiçaria ao longo da história. Durante os julgamentos das Bruxas de Trier, na Alemanha, que duraram de 1581 a 1593, foram executadas 368 pessoas – e muitas das vítimas eram figuras masculinas líderes das cidades e aldeias vizinhas, incluindo juízes, conselheiros, sacerdotes e reitores de faculdades. No Julgamento das Bruxas de Würzburg, que se estendeu de 1626 a 1631, 157 homens, mulheres e crianças foram queimados na fogueira por razões aleatórias, como, supostamente, cantarolando canções com o Diabo.
3. Nem todas as bruxas eram más
Mesmo que nós tenhamos essa imagem comum de uma bruxa má – uma mulher velha vestida de preto, montando uma vassoura, com um chapéu pontudo – qualquer pessoa familiarizada com “O Mágico de Oz” sabe que pode haver boas bruxas também.
Glinda, a Bruxa Boa do Sul, era uma representação da metade benevolente da feitiçaria, conhecida como magia branca. Historicamente, as praticantes da magia branca eram conhecidas como bruxas brancas e elas eram mais curandeiras do que as bruxas maldosas. No entanto, o escritor C.S. Lewis inverteu a noção da saga “As Crônicas de Nárnia”, tornando um dos principais antagonistas a gelada e malvada Bruxa Branca.
4. As pessoas poderiam ser condenadas de bruxaria sem qualquer prova sólida
Durante os julgamentos das Bruxas de Salém, a maioria das provas legalmente reconhecidas usadas contra os acusados de bruxaria equivalia a evidência fantasmal ou “testemunho de que o espírito ou forma espectral do acusado lhe apareceu em um sonho no momento em que o corpo físico dele estava em outro local “, que foi aceito “com base no fato de que o Diabo e seus servos eram poderosos o suficiente para enviarem seus espíritos ou espectros a pessoas puras, religiosas, a fim de conduzi-los ao caminho da malícia”.
Outras evidências usadas contra eles eram as chamadas “Marcas da Bruxa” em sua pele que supostamente provavam que tinham feito pactos com o diabo. Pesquisas contemporâneas sugerem que estas marcas eram possivelmente pequenas lesões comuns.
5. Ninguém sabe a origem da palavra “witch” (bruxa em inglês)
Todos os estudiosos etimológicos lá fora podem ou não se surpreender ao saber que a palavra “witch” é de origem indeterminada. A origem mais próxima e mais óbvia possível é a palavra do inglês anglo-saxão wicce, que significa “feiticeira feminina” e é a raiz linguística básica para a religião pagã moderna, a Wicca. Outra possibilidade mais específica é um significado dividido vindo também do inglês anglo-saxão wigle, que significa “adivinhação” e wih, que significa “ídolo”, ambos provenientes da palavra proto-germânica wikkjaz, que significa “necromante” ou “aquele que acorda os mortos”.
6. Pessoas escreveram livros dedicados a caça às bruxas
No século XV, a feitiçaria era de grande preocupação para muitas pessoas e grandes peças de literatura foram escritas sobre bruxas. O mais famoso foi o Malleus Maleficarum, um documento legal e teológico que se tornou um manual de fato sobre como lidar com bruxas e feitiçaria e estimulou a histeria nascente causada pela caça às bruxas na Europa, que permaneceria bem no século XVIII. O livro foi escrito por dois clérigos da Ordem Dominicana – Jakob Sprenger, reitor da Universidade de Colônia, e Heinrich Kramer, professor de teologia na Universidade de Salzburgo – e usou Êxodo 22:18, “A feiticeira não deixarás viver.”, como base para detectar e perseguir todas e quaisquer bruxas.
Até pessoas tão importantes como reis entraram na ação. O livro de James I da Inglaterra, de 1597, Daemonologie, foi um tratado que lançou seu apoio por trás da importância da prática da caça às bruxas.
7. Um papa confirmou a existência de bruxas
A Igreja Católica viu a feitiçaria como uma ameaça para todos os seus seguidores. Em 1484, o Papa Inocêncio VIII emitiu uma bula papal intitulada “Summis desiderantes affectibus” (“Desejando com ardor supremo”), que reconheceu a existência de bruxas, dizendo: “muitas pessoas de ambos os sexos, despreocupadas de sua própria salvação e abandonando a fé católica, entregam-se aos demônios macho e fêmea” e que “afligem e torturam com dores terríveis e angústia, tanto interna quanto externa, estes homens, mulheres, gado, rebanhos e animais e impedem os homens de gerarem e as mulheres de conceberem e impedirem toda a consumação do casamento; que, além disso, negam com sacrilégios a fé que receberam no santo batismo; e que, por instigação do inimigo da humanidade, não temem cometer e perpetrar muitas outras ofensas e crimes abomináveis, a risco de suas próprias almas, ao insulto da majestade divina e ao exemplo pernicioso e escândalo de multidões”. A bula papal deu efetivamente a Kramer e Sprenger – os escritores do Malleus Maleficarum – a autoridade dada por Deus para iniciarem sua Inquisição.