Uma pesquisa, realizado no Laboratório de Neurociência Social da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, chegou a uma conclusão interessante sobre o comportamento de pessoas solitárias.
Feito a partir da análise do perfil de 229 americanos, durante dez anos!, o estudo concluiu que a solidão torna as pessoas menos empáticas e, consequentemente, mais egoístas. Durante todos esses anos, os pesquisadores mapearam as formas como os participantes se comportavam em relação aos sentimentos de solidão e egoísmo.
O que se observou foi simples: as pessoas que se sentiram mais sozinhas em certo ano, demonstraram tendência a se colocar em primeiro lugar no ano seguinte. Curiosamente, o inverso também acontecia: os mesmos que demonstraram comportamento egoísta, ficaram ainda mais solitários no próximo ano.
O condutor da pesquisa, John Cacioppo, acredita que a explicação encontra-se em resquícios de instintos primitivos. Ele explica que, se um de nossos ancestrais fosse excluído de um grupo, o seu corpo entraria em modo automático de autopreservação contra os perigos que a natureza oferecia.
“A solidão é o isolamento social, ou a discrepância entre o que você quer das suas relações sociais e sua percepção desses relacionamentos. Percebemos que a solidão coloca o cérebro em modo de autopreservação. Por meio de ressonâncias, observamos que o córtex se torna mais ativo quando a área responsável pela empatia se torna menos ativa”, Cacioppo esclareceu em uma entrevista.
“A solidão faz com que as pessoas se sintam péssimas. É ruim para a saúde mental: o bem-estar cai, os sintomas de depressão aumentam, as chances de desenvolver problemas e distúrbios mentais também. Também é ruim para a saúde física: em um estudo com três milhões de pessoas, observou-se que as pessoas mais isoladas e solitárias tinham 26% a mais de chances de falecer quando comparadas ao restante”, concluiu o estudioso.