Estudo afirma que o ar poluído pode impactar taxas de fertilidade

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Sim, a população mundial, como um todo, está crescendo bastante. Mas no caso dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, incluindo o Brasil, as taxas de natalidade estão caindo cada vez mais. Acredita-se que isso está acontecendo simplesmente por escolha das pessoas ou problemas de fertilidade, especialmente entre os homens. Mas uma nova pesquisa pode ter encontrado uma nova explicação.

Esse novo estudo descobriu que certas partículas presentes no ar poluído, com apenas 2,5 micrômetros de tamanho, estão impactando o desenvolvimento do esperma humano. O efeito é bem pequeno, mas para alguns casais, pode ser uma grande diferença na hora de conceber uma criança.

Essa pesquisa, conduzida por cientistas chineses, mostrou que diversos fatores, além da própria poluição, podem estar afetando a qualidade do esperma humano, como pesticidas, por exemplo.

Para a realização deste estudo, os pesquisadores coletaram amostras de 6.475 homens que moravam em Taiwan. Os doadores fizeram parte de um programa médico entre 2001 e 2014, o que permitiu que os pesquisadores conseguissem mais informações sobre sua saúde e amostras de esperma. Os dados, então, foram comparados à qualidade do ar no endereço de cada um dos participantes.

Como o ciclo de produção de espermatozóides dura entre 40 e 100 dias, os pesquisadores estudaram amostras com três meses de diferença, dentro de um período de dois anos.

Eles encontraram uma diferença no tamanho, forma e nível de atividade dos espermatozoides nas amostras que ficaram expostas aos 2,5 micrômetros de partículas oriundas da má qualidade do ar.

Cada aumento de 5 microgramas de partícula por metro cúbico de ar estava associado com uma queda de 1% nas proporções entre o esperma normal e o anormal.

“Apesar dos efeitos serem pequenos e sua significância poder ser negligenciável, do ponto de vista clínico, esse é um importante desafio para a saúde pública”, disseram os responsáveis pelo estudo.

Um dos pontos negativos do estudo é que ele, no fundo, apenas indicou uma possível relação entre o poluição e a produção de espermatozoides, sem mostrar uma conexão precisa entre os poluentes e o esperma anormal.

Os pesquisadores também não coletaram informações de qualquer problema de fertilidade entre os doadores. Assim, o “esperma pobre” ou “defeituoso” não está necessariamente relacionado com a infertilidade.

Estudos passados apontam que as baixas taxas de fertilidade podem estar associadas com a redução do número de espermatozoides no esperma dos homens com o passar do tempo.

Por exemplo, uma pesquisa recente que coletou dados entre 1973 e 2011 mostrou que os homens, pelo menos os que moravam no ocidente, tiveram um declínio significativo de espermatozóides em seu esperma, com uma diminuição anual que chega à casa de 1.4%.

Em outras palavras, podemos afirmar que o novo estudo diz que a baixa qualidade do ar pode não ser boa para o esperma, e por consequência, pode afetar as taxas de fertilidade. Mas a exposição a poluentes pode encorajar os homens a produzirem mais espermatozoides em resposta, mesmo que eles sejam considerados anormais.

Fonte: Live Science
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