Por que é tão difícil perder peso, especialmente para pessoas obesas?

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Passadas as festas de final de ano, 2018 começa com muita gente retornando a academia para eliminar as gordurinhas causadas pela comilança e bebedeira da época. E nessas horas, muitas pessoas sempre se perguntam por que é tão difícil perder peso, sendo que o oposto, engordar, não é algo nem um pouco difícil. E isso é ainda mais difícil para quem se encontra na faixa da obesidade.

Essa questão já vem de anos, com um sociedade que aparentar estar engordando cada vez mais. Por exemplo, uma mulher americana pesa, em média, 76 kg. Esse era o peso médio de um homem americano na década de 60. E eles também não fogem da regra: pesam 13 kg a mais desde que John Kennedy virou presidente do país.

E a obesidade é um problema que afeta os Estados Unidos há algum tempo. Até o início dos anos 80, apenas 1 em cada 7 adultos americano eram obesos. Atualmente, 40% estão bem acima do peso ideal, bem como 18.5% das crianças nascidas no país.

Custos elevados

A obesidade é definida pelo Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30. E estar nesta situação implica em uma série de riscos para a saúde. Pessoas obesas costumam ter muitos gastos médicos, vivem menos e faltam ao trabalho com frequência, se comparados com pessoas que estão no peso ideal.

Além de causar diversos problemas de saúde, como problemas cardiovasculares, artrite, gota, apneia do sono e o surgimento de diversas formas de câncer, a obesidade também leva ao surgimento de problemas metabólicos como hipertensão, diabetes e fígado gorduroso. E essas condições eram consideradas raras até a década de 80.

E os custos médicos relacionados com a obesidade são enormes. Para se ter uma ideia disso, um estudo estimou que no ano de 2008, foram gastos pouco mais de US$ 200 bilhões para tratar doenças relacionadas ao problema. Em outras palavras, 1 em cada 5 dólares gastos com saúde eram voltados pra tratar doenças causadas pela obesidade.

Um problema da sociedade americana e mundial

Dentro da sociedade americana, em específico, parece que as raízes da obesidade estão ligadas com diversos pontos da cultura norte americana, como o estresse em ambientes de trabalho e a enorme publicidade em cima de alimentos pouco saudáveis. São habitos que transitam da infância para adolescência. E vamos falar a verdade: já não são mais questões exclusivas dos americanos, mas da população mundial, incluindo o Brasil.

A sociedade americana e mundial cada vez mais se foca em longas horas de trabalho que exigem produtividade. Isso cria estilos de vida pouco saudáveis e pessoas que estão cada vez mais infelizes. Por exemplo, o estresse e falta de sono também são outras causas da obesidade.

Por conta desse novo estilo de vida, cada vez mais as pessoas optam por alimentos processados, que contribuem para o aumento do peso e causam problemas. Os números não mentem: apenas 20% do dinheiro gasto em alimentos eram voltados pra comidas desse tipo na década de 80 nos EUA. Em 2006, esse percentual chegou à casa de 46%.

E por conta da falta de tempo causada pelos nossos estilos de vida, muitas pessoas se tornaram cada vez mais sedentárias e deixaram de praticar exercícios regularmente, outro fator fundamental para se ter uma vida saudável.

Culpando a vítima?

Por mais que muitas pessoas se culpem por encontrar em situação de obesidade e façam de tudo para conseguir perder peso, é muito difícil quebrar o ciclo do vício por comida, especialmente aquelas que não fazem bem para a saúde. Mas cientistas já descobriram que isso não tem relação com falta de vontade para fazer isso, mas sim uma série de fatores psicológicos que fazem o corpo “segurar” a gordura.

Por exemplos, pessoas que se encontram sozinhas para perder peso encontram mais dificuldades para tentar vencer uma doença complexa como a obesidade. Fazer tudo sozinho pode ser uma barreira em tratamentos considerados apropriados, como mudança de comportamento, uso de drogas e cirurgia bariátrica.

O ganho de peso é muito comum, já que dietas estruturadas são difíceis de se seguir com tempo. O corpo costuma resistir a restrições alimentares e calóricas em longo termo. O motivo é que o cérebro costuma aumentar o desejo por comida, o que faz qualquer tipo de dieta falhar miseravelmente.

Por conta disso, a frustração é enorme e muitas pessoas simplesmente desistem e acabam aceitando a obesidade. Um estudo já mostrou que o percentual de homens e mulheres que tentam perder peso está em queda desde 1988, justamente por conta da falta de motivação ao notar que os resultados são fracos ou sequer existem.

E como consertar tudo?

Apesar dessa aura negativa que cerca o assunto, a ciência já conseguiu fazer alguns progressos para combater essa enfermidade. Na realidade, muitos estudos mostram que uma forma de consertar isso não tem relação com dietas. Soluções são muito complexas e levam tempo e recursos. E os pacientes precisam de muito mais apoio que imaginamos.

Quem poderia ajudar um pouco mais são os governos, que poderiam se atentar cada vez mais para essa epidemia que toma conta do planeta. Escolas precisam investir cada vez mais em hábitos alimentares saudáveis e ensinar seus alunos a controlarem o estresse.

Quem também não contribui muito para o assuntos são os planos de saúde. Por exemplo, muitas seguradoras dos Estados Unidos não cobrem tratamentos relacionado à obesidade.

E, claro, é importante sempre manter um estilo de vida saudável. Adultos podem repassar isso para as crianças e cobrar de autoridades uma postura adequada para combater a obesidade.

Fonte: Live Science
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