Se você pensa que as fezes das pessoas são sempre iguais e não servem para nada, saiba que está enganado. Algumas pessoas possuem “super fezes” que podem até mesmo salvar a vida de outras pessoas em condições que podem variar de inflamações no intestino até diabetes tipo 2, tudo isso através de um transplante de fezes, ou melhor das bactérias contidas nela.
Um estudo sobre o assunto conduzido na Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, confirmou algo que os cientistas já suspeitavam há tempos. Os pesquisadores identificaram algumas pessoas como “super doadores” de fezes, capazes de alcançarem resultados que podem ser até duas vezes mais eficientes do que pessoas comuns em relação ao transplante de fezes.
As super fezes são especialmente eficazes no tratamento da doença inflamatória intestinal (DII) e da diabetes tipo 2, principalmente no caso da primeira. Em relação à diabetes tipo 2, faltam dados que comprovem a eficácia de alguns tipos específicos de fezes, mas os testes realizados até agora fornecem bons prognósticos. Em um desses testes, foi constatado que entre 9 pessoas que receberam um transplante, 7 delas receberam do mesmo doador, um dos que foi classificado como possuidor de super fezes.
Diversidade
As fezes e o intestino de onde elas saem são habitados por uma infinidade de espécies de bactérias que fazem o sistema digestivo funcionar. Não se sabe muito ainda sobre essas bactérias, mas os cientistas observaram ao longo dos anos de pesquisa que quanto maior a diversidade, mais saudáveis são as fezes e o trato digestivo de uma pessoa.
Os super doadores e suas super fezes consistem em um grupo de pessoas que possui uma variedade maior de bactérias e micro-organismos. O transplante de fezes dessas pessoas para algum portador de doença crônica relacionada, como DII, faz com que essas bactérias diversas passem a viver no intestino de quem recebe, melhorando a qualidade do sistema digestivo, tratando e prevenindo uma série de doenças.