Veneza, na Itália, é um dos destinos turísticos mais famosos do mundo. A cidade é conhecida por estar construída totalmente sobre a água, mas como isso foi feito?
O início da cidade não foi nada fácil e alguns dos problemas que tiravam o sono dos primeiros venezianos ainda existem, especialmente as enchentes e preocupações com as fundações das construções.
A cidade começou a surgir no século V, quando o Império Romano do ocidente começou a sofrer invasões germânicas. Procurando fugir da pilhagem, habitantes do nordeste da Itália, da região do Vêneto, se mudaram para um conjunto de ilhotas localizadas em uma lagoa, separada do mar.
Essas ilhotas eram unidas por pontes simples de madeira e quando a população começou a crescer, as pequenas porções de terra já não eram suficientes e a cidade começou a se expandir por cima da água. As fundações são feitas com troncos de árvores fincados no fundo da lagoa, com uma profundidade de 2 a 5 metros.
Por cima dos troncos foram colocadas placas de madeira, além de tijolos e pedras de mármore vindas da Ístria, conhecidas pela ótima resistência a umidade.
As margens dos canais também receberam pedras para dar estabilidade. Elas são substituídas até hoje quando se desgastam, em operações bem complexas que demandam o fechamento dos canais e muito tempo de trabalho.
Se acostumando com os problemas
Aos poucos as pontes de madeira foram sendo substituídas por pedra. Instalações de energia elétrica, telefonia, esgoto e outras foram feitas por baixo das construções e praças, e tudo parece mais ou menos estabilizado. No entanto, os venezianos enfrentam até hoje algumas dores de cabeça.
Nas marés altas, é praticamente impossível sair de casa devido às enchentes. A cidade até é acessível de carro a partir do continente, mas apenas uma pequena parte, então tudo depende dos barcos. A logística também torna o custo de vida em Veneza muito alto, levando a um êxodo moderno.
A tendência é de que, realmente, a cidade acabe se tornando um local exclusivamente turístico.