10 pessoas ‘comuns’ que se uniram a grupos terroristas

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As bases de grupos terroristas são formadas por pessoas que já conhecem as ideologias e que, de alguma forma, continuam compactuando com os ideais do grupo. No entanto, há uma série de indivíduos que se juntam a grupos terroristas sem ter vínculo anterior, ou mesmo, sem terem morado no país de origem do grupo.

Veja alguns casos:

10. A adolescente sueca que se juntou ao ISIS

marilyn-nevalainen

Existem muitos adolescentes que fogem para lutar pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS). Algumas contagens afirmam que mais de dois mil adolescentes se juntaram ao grupo. Mas Marilyn Nevalainen, uma garota da cidade de Boras, próximo de Gotemburgo, pode ser a única que não tinha ideia de quem eles eram ou o que faziam antes de se juntar ao grupo.

Marilyn tinha apenas 15 anos quando deixou o conforto da Suécia para a violenta Síria. Grávida de seu namorado muçulmano de 19 anos de idade, ela afirma que nunca tinha ouvido falar do ISIS ou mesmo do Islã, quando deixou o país.

Depois de pouco tempo de namoro, o namorado de Marilyn acabou ficando obcecado por sites jihadistas. A consequência disso é que ele a enganou dizendo que estavam viajando pela Europa, enquanto, na verdade, ambos já haviam atravessado a fronteira entre a Turquia e a Síria. Ela só foi descobrir quando foi levada até o grupo terrorista ISIS.

Marilyn eventualmente se tornou uma refém até ser libertada pelas forças curdas em 2016. Seu namorado acabou morrendo em um ataque aéreo.

9. A estudante holandesa que se tornou uma porta-voz das Farc

Tanja Nijmeijer auf Cuba

A estudante holandesa Tanja Nijmeijer, de 19 anos, tomou uma simples decisão que alteraria drasticamente o curso de sua vida. Ela viajou para a Colômbia para se tornar uma professora de inglês, nada incomum nisso, exceto que Tanja acabou lidando com a visível pobreza opressiva da capital Bogotá. Isso a deixou com raiva e realmente irritada, o que acabou contribuindo para sua decisão de se juntar ao grupo terrorista.

Vinda de uma família de classe média, Tanja não entendia por qual motivo tantas crianças viviam nas ruas, enquanto outros colombianos ficavam cada vez mais ricos. Quando ela se queixou a um professor da sua universidade colombiana, o professor a acusou de hipocrisia. Então Tanja decidiu agir. Com a ajuda do professor, ela rastreou e se inscreveu nas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O mais antigo movimento de insurgência de esquerda e também um dos grupos terroristas mais bem consolidados do mundo, as Farc passaram mais de 50 anos tentando derrubar o governo colombiano. Tanja, aparentemente, pensou que ao se juntar a eles, ajudaria a criar uma sociedade igualitária, onde nenhuma criança colombiana teria que viver na pobreza novamente. Em vez disso, ela acabou se tornando a face pública europeia para o grupo de traficantes, assassinos e de crianças guerrilheiras.

Isso não significa que ela tenha se arrependido de sua decisão precipitada. Mais de 12 anos depois de entrar para o grupo, ela é agora a porta-voz em língua inglesa nas negociações de paz. Embora ela afirmar que morreria pela Farc, alguns suspeitam que ela seja apenas uma refém de si mesma.

8. O britânico de classe média que se juntou a Jabhat al-Nusra

lucas-kinney

Se você nunca ouviu falar da Jabhat al-Nusra antes, você precisa saber que eles são basicamente um ramo da Al-Qaeda na Síria. Em 2015, eles ganharam um improvável novo convertido para sua milícia. Lucas Kinney era um garoto britânico de classe média, que cresceu frequentando escolas católicas nos Condados de Home em Londres. Talvez você possa estar familiarizado com o trabalho de seu pai, Patrick, ele era um assistente de direção de filmes como “Coração Valente” e “Indiana Jones e a Última Cruzada”. Quando Lucas era adolescente, ele queria ser padre. Agora ele diz ao mundo através de vídeos no YouTube que quer matar seus compatriotas em um ataque suicida jihadista.

O jeito que Lucas se uniu a al-Nusra ainda é algo a ser investigado, mas há alguns detalhes que chamam a atenção. Apesar de passar a maior parte de sua adolescência na Arábia Saudita e no Egito (seu padrasto era um gerente de companhia aérea que viajava frequentemente para o exterior), Lucas foi radicado em Viena. Logo depois, ele se encontrou com alguns radicais durante seus estudos em uma faculdade no Oriente Médio, onde acabou se convertendo ao Islamismo. Lucas, aparentemente, também tem uma esposa na Síria.

Acabou que sua paixão pelo Islã se transformou em um desejo de se tornar um radical e construir um reinado extremista de massacres na Síria, onde ele fez algumas coisas terríveis.

7. O jornalista americano que se tornou um rebelde líbio

matthew-vandyke

Quando Matthew VanDyke apareceu pela primeira vez ao lado de rebeldes anti-Gaddafi na Líbia, durante a Primavera Árabe, você poderia pensar que ele estava apenas fazendo seu trabalho. Como jornalista, Matthew tinha feito, anteriormente, documentários que cobriam todos os tipos de conflitos. Só que, desta vez, Matthew não estava lá como observador, mas sim como um combatente.

Como ele acabou nos campos de batalha da Líbia, é talvez uma das formas mais estranhas neste artigo. Depois de passar por um período de intenso isolamento em seus 20 anos, Matthew decidiu fazer o que ele chamou de “um curso intensivo de virilidade”. Neste caso, “virilidade” significava tirar um ano sabático analisando os pontos críticos do mundo. Durante o ano de 2010, ele fez amizade com um grande grupo de líbios. Quando a Primavera Árabe atingiu o país em 2011, Matthew decidiu se juntar aos seus amigos e lutar com os rebeldes. Tudo isso era parte de seu curso intensivo de virilidade.

Na Líbia, Matthew tirou selfies atirando em soldados do governo e fazendo coisas do tipo. Ele acabou em uma das prisões de Muammar al-Gaddafi. Após ser liberado, por causa da queda do ditador, ele retornou à América, apenas para desaparecer novamente quando a Síria se desintegrou. A última vez que se ouviu falar dele foi em 2015, quando estava formando um exército privado no Iraque para lutar com o ISIS.

6. A ex-punk que se tornou uma guru de mídia social para o ISIS

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Se você tivesse conhecido Sally-Anne Jones no início de 2013, certamente você ficaria impressionado. Uma ex-punk de 40 anos que vivia obcecada por teorias de feitiçaria e conspiração, e que também trabalhava como vendedora de perfumes da L’Oreal – algo que ela odiava, por sinal.

Então, em maio de 2013, esta ex-punk feminista inesperadamente se converteu ao Islã. Até o final daquele mesmo ano, ela já estava vivendo na Síria e trabalhando como uma guru de mídia social para a até então pequena organização militante ISIS.

A decisão de Jones em se tornar uma jihadista provavelmente veio por causa de um relacionamento. Pouco antes de deixar a Inglaterra, Jones tinha começado uma relação com Junaid Hussain, um hacker de 19 anos que queria se juntar ao ISIS. Por conta disso, ela foi com Hussain para a Síria e infelizmente levou seu filho de 10 anos junto. Embora Hussain tenha sido morto por um ataque aéreo em 2015, Jones continua fazendo publicações no Twitter para o ISIS, defendendo a decapitação de cristãos “com uma faca cega”. Estados Unidos, Reino Unido, Europa e a Organização das Nações Unidas (ONU) a listaram como uma terrorista procurada.

5. O sueco neonazista que quer criar um estado branco na Ucrânia

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Com a Síria e Iraque em colapso, a maior parte do mundo parece ter esquecido a guerra no leste da Ucrânia. No entanto, o conflito em Donbass é quase tão confuso quanto o do Oriente Médio. Paramilitares e grupos terroristas neonazistas estão lutando ao lado das forças oficiais ucranianas contra insurgentes violentos e soldados russos clandestinos. Alguns até já atraíram combatentes estrangeiros, como Mikael Skillt.

Mikael entrou para a força especial Azov. Tolerada pelo governo ucraniano, mas longe de ser oficial, Azov é para Donbass o que a força paramilitar Ulster Volunteer foi para os problemas da Irlanda do Norte. Em outras palavras, é um grupo semi-ilegal com uma ideologia extremista.

O objetivo de Mikael ao entrar para o Azov era criar um estado branco puro na Europa. Em 2014, ele alegou que realmente queria derrubar o governo em Kiev e desencadear uma guerra racial em todo o continente. Assim como Tanja Nijmeijer entrou para as Farc, ele se juntou mais por ideologia do que por razões pessoais – para que a Ucrânia pare de ser tão tolerante com judeus e homossexuais, assim como a Suécia é hoje em dia.

4. A viúva branca do al-Shabaab

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Conhecida como a viúva branca do al-Shabaab, Samantha Lewthwaite estava envolvida no ataque ao shopping Westgate no Quênia em 2013, ataque este que deixou mais de 60 inocentes mortos. Samantha era uma menina tímida de Aylesbury, na Inglaterra. Hoje ela é uma das terroristas mais procuradas do mundo.

O ataque no Quênia aconteceu enquanto Samantha estava trabalhando para al-Shabaab, grupo Islâmico da Somália que estava tentando se decidir se iria trabalhar para al-Qaeda ou ISIS. Mas seu primeiro encontro com a jihad islâmica aconteceu bem antes. Em 2005, seu então marido foi um dos quatro homens que se explodiram na rede de transportes de Londres, matando 52 pessoas inocentes e ferindo outras 700. Na época, Samantha condenou as ações de seu marido. No entanto, ela se manteve parte da comunidade extremista islâmica. Em 2008, ela se mudou para a África do Sul e casou-se com outro jihadista.

No final de 2011, ela teve problemas com a policia por fraude de cartão de crédito e suspeita por um atentado de bomba. Quando a polícia sul-africana foi prendê-la, ela os subornou e fugiu do país. Com nenhum lugar para ir, e um marido mártir e sem “emprego”, ela fugiu para os braços do primeiro grupo extremista que encontrou.

3. O adolescente australiano auto-radicalizado

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A história de Jake Bilardi é triste por causa de sua doença mental e também serve de aviso para a impulsividade adolescente. Jake foi um adolescente australiano que cresceu em uma família anti-muçulmana, e é o único desta lista que não foi radicalizado por qualquer pessoa ou arrastado para o extremismo pelo amor ou por uma experiência pessoal. Ele se radicalizou pela sua leitura sobre política na internet.

Como muitos adolescentes politicamente conscientes, Jake gostava de falar da hipocrisia americana em lidar com o Oriente Médio. Enquanto muitos canalizam sua raiva com o mundo em apatia, apenas por moda ou uma carreira no jornalismo, Jake não era assim como a maioria. Solitário e tímido, ele aparentemente sofria de uma doença mental. Foram encontrados posts antigos seus em um blog, que mostram um garoto que pensava que câmeras escondidas estão observando cada movimento seu, e que sua família conspirava para assassiná-lo brutalmente. Aparentemente, essa paranoia finalmente o trouxe para o extremismo islâmico.

Jake, então, contacta primeiro a milícia islâmica al-Nusra e depois a organização jihadista islamita ISIS. Ele foi para o grupo dizendo que queria morrer e perguntou se poderia se tornar um suicida. Sem surpresa, o grupo concordou. Em 2015, Jake se matou detonando um carro-bomba no meio de Ramadi, no Iraque. Ele tinha apenas 18 anos.

2. Os mercenários da vida real da África do Sul

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Com certeza você já ouviu falar do filme do Sylvester Stallone chamado “Os Mercenários”, e suas sequências. O que você provavelmente não sabe é que isso acontece secretamente. Há realmente um monte de caras que, próximos de suas aposentadorias, trabalham como uma força de combate em todo o planeta. Só que em vez de serem ex-astros de ação, eles são ex-racistas. Estes velhos soldados do regime apartheid da África do Sul se tornaram mercenários e ganham dinheiro ajudando a vários governos – dos legítimos até os mais mortais estados terroristas.

Em 2015, um grupo destes mercenários da África do Sul tornou-se manchete no mundo todo por ter ajudado na luta do governo da Nigéria contra o grupo terrorista Boko Haram. No entanto, eles nem sempre foram do lado certo da história. Na Primavera Árabe, eles ajudaram o líder da líbia Muammar al-Gaddafi, num momento em que ele trabalhava abertamente com o estado terrorista.

Curiosamente, seus motivos são em grande parte pessoais. A maioria destes soldados agora estão muito pobres e se sentem deixados de lado pelo novo estado multi-cultural da África do Sul. Eles ganham seu dinheiro sujo lutando em guerras ao redor do mundo para que possam colocar seus filhos na faculdade ou matricular seus netos numa escola decente.

1. O rapper alemão que se juntou ao ISIS

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Por um longo tempo, Denis Cuspert era publicamente conhecido pelo nome Deso Dogg. Ele era um rapper alemão bem conhecido na cena underground de Berlim, em meados dos anos 2000, e tinha uma vida pessoal bem turbulenta. Denis era um “gangsta rap”, seu tempo livre parecia girar em torno de usar uma tonelada de drogas e dormir com muitas mulheres.

Em outras palavras, ele estava vivendo o sonho hip-hop (ou pelo menos, uma versão de baixo orçamento desse sonho). Em 2015, Denis foi morto por um ataque aéreo norte-americano. O motivo? Ele havia deixado Berlim para se tornar um propagandista do ISIS na Síria.

A conversão de Cuspert é incomum, mas pode ser atribuída a um momento preciso. Em 2010, o rapper sofreu um acidente de carro quase fatal e teve uma experiência de quase morte. Imediatamente depois disso, ele se converteu ao Islã e trocou sua carreira no rap por uma carreira de cantor muçulmano. Não muito tempo depois, ele começou a falar sobre a jihad na Alemanha. A polícia alemã imediatamente invadiu seu apartamento e encontrou um monte de armas. Com uma multa de 1.800 euros, Cuspert saiu do país e foi para uma filial da Al-Qaeda que operava no Egito. A partir daí, foi apenas uma curta viagem à sua eventual morte, como um propagandista do ISIS.

fonte: toptenz
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