Não é de hoje que os vampiros despertam o interesse das pessoas, seja em filmes, séries ou livros. Mas muitos podem ser perguntar se os seres humanos realmente poderiam sobreviver como eles.
Não é somente na ficção onde existe essa sede por beber sangue: em 2011, no estado do Texas, EUA, um rapaz de 19 anos de idade chamado Lyle Bensley supostamente invadiu o apartamento de uma mulher e tentado mordê-la no pescoço. Bensley alegou ser um vampiro com séculos de idade e que precisava do líquido humano para permanecer vivo. Felizmente, a mulher conseguiu escapar e chamar a polícia, que prendeu o rapaz.
Mas é seguro beber sangue?
Caso seja consumido em quantidades muito pequenas (por exemplo, algumas colheres de chá) e esteja livre de agentes patogênicos, o sangue pode não ser prejudicial.
Ao ser ingerido, o sangue se torna um composto tóxico para o ser humano. Como todas as toxinas têm sua dose “segura”, um pouco do líquido não irá prejudica uma pessoa. No entanto, quanto maior a quantia ingerida, os riscos também aumentam.
O sangue é rico em ferro e o corpo tem dificuldade em expulsar o excesso de ferro do organismo. Dessa forma, existe outro risco: qualquer ser humano que consuma o líquido regularmente corre o risco de sofrer uma overdose da substância. Essa condição, chamada de hemocromatose, pode causar diversos problemas de saúde, incluindo danos ao fígado, acumulação de fluido nos pulmões, desidratação, queda na pressão sanguínea e distúrbios do sistema nervoso.
Mesmo assim, pessoas que se alimentam de sangue parecem ser mais comuns do que se poderia esperar. O pesquisador John Edgar Browning, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, investigou essa prática. Segundo ele, milhares de pessoas bebem sangue por várias razões. Algumas delas dizem que o sangue lhes dá energia, enquanto outras apenas gostam do seu sabor. Nenhum dos entrevistados por Browning relatou complicações comportamentais.
Então como alguns morcegos bebem sangue?
Ao contrário dos humanos, animais que consomem sangue têm mecanismos digestivos especializados para essa tarefa. De acordo com Katherine Ramsland, escritora do livro “A Ciência dos Vampiros”, o chamado morcego-vampiro precisa consumir uma enorme quantia de ferro para fazer com que a hemoglobina transporte oxigênio dos pulmões para os tecidos do corpo.
Esses animais ingerem mais ferro que o necessário, por isso, eles têm um aparelho especial para expulsar todo o excesso. Quando ingerido, o líquido passa por órgãos adaptados para extrair os nutrientes.
Segundo uma pesquisa sobre este sistema, os morcegos-vampiros têm uma membrana mucosa ao longo do trato gastrointestinal que atua como uma barreira para evitar que o excesso de ferro entre na corrente sanguínea do animal. Seres humanos, no entanto, não têm esse mecanismo de extração de ferro como os morcegos-vampiros.