O maior vilão da internet móvel foi descoberto. Segundo um recente estudo, 40% do pacote de serviços de dados é gasto com publicidade – anúncios automáticos que aparecem nos aplicativos sem a solicitação do cliente.
A informação foi divulgada em recente pesquisa realizada pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil). A instituição reforça que, por mais que os anúncios não tenham sido solicitados pelo usuário, ele pagap or aquilo.
Existem ferramentas de bloqueios de anúncios para alguns celulares. No entanto, as ferramentas não são muito utilizadas.
Segundo a Federação Brasileira de Telecomunicações (Febratel), a informação é de conhecimento dos órgãos reguladores. No futuro, pode haver uma espécie de acordo para melhorar esse serviço para a população, com a diminuição ou bloqueio dos anúncios.
Impostos
Além de perder 40% do pacote de dados com publicidade, do valor total gasto com os serviços para o celular, cerca de 50% são impostos, taxas e contribuições. A carga de tributos varia conforme o valor do ICMS de cada estado.
O estado de Rondônia serve como exemplo. No local, o consumidor paga 40,65% de tributos sobre telecomunicações.
Então, se o cliente compra R$ 10 em créditos para o celular, R$ 4,07 são tributos. Se ele usa a internet, do valor restante (R$ 5,93), R$ 2,37 é gasto com publicidade. Sobra R$ 3,56 para se usar com serviços.
Ainda é bom negócio
Apesar de tudo, os preços dos serviços brasileiros continuam acessíveis para a população, segundo o SindiTelebrasil, e permanecem entre os mais baratos do mundo. Entre os países pesquisados, o minuto da ligação de celular no Brasil é o quinto mais barato, custando US$ 0,066. Sem os tributos, o preço do minuto cairia para US$ 0,046.
No caso dos serviços de internet, o preço da banda larga móvel pré-paga no Brasil é de US$ 7,4, com tributos. É o sétimo mais barato entre os países estudados.
Para fazer a avaliação, foi considerada uma cesta de banda larga pré-paga com consumo de pelo menos 500 megabites. Na banda larga móvel pós-paga, o valor pago no Brasil é US$ 8,3, com tributos. Sem os impostos, o preço cai para US$ 5,1 no pré-pago e para US$ 5,8 no pós-pago.
Em setembro deste ano, foram registradas mais de 251 milhões de linhas de telefones móveis em operação no país, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A operadora Vivo tinha 29,28% do mercado, a Claro tinha 25,30%, a TIM 25,2% e a Oi 18,47%.