Os pesquisadores podem ter finalmente descoberto por que o maior tubarão do mundo, o Megalodon (Carcharodon megalodon), foi extinto há 2,6 milhões de anos atrás. E tem tudo a ver com a sua refeição favorita.
Com base em novas análises de fósseis, uma equipe de pesquisadores diz que estes poderosos e imponentes tubarões com cerca de 15 à 20 metros de comprimento, provavelmente, morreram depois que sua presa favorita, as baleias-anãs, desapareceram dos oceanos, dando lugar à baleias maiores que hoje conhecemos.
Segundo Alberto Collareta, líder da equipe da Universidade de Pisa, na Itália, o desaparecimento do último destes tubarões de dentes gigantes, poderia ter sido desencadeado pelo declínio e desaparecimento de várias especies de baleias pequenas e médias por conta do surgimento das gigantescas baleias modernas.
Se você não está familiarizado, o Megalodon foi um gigantesco e pré-histórico tubarão que faria o grande Tubarão-branco do filme Tubarão de 1975, sentir vergonha pelo seu “pequeno” tamanho. Com uma mandíbula de 3 metros de largura, que poderia rasgar praticamente qualquer coisa em seu caminho, esses grandes tubarões eram uns verdadeiros monstros marinhos.
Aqui está um gráfico de como eles eram grandes, mesmo se comparados com outros grandes tubarões de hoje em dia:
Acredita-se que os Megalodons percorreram os oceanos por cerca de 20 milhões de anos, antes deles serem repentinamente extintos, a cerca de 2,6 milhões de anos atrás. A razão para este declínio súbito tem sido bastante debatida no meio científico, mas agora, Collareta e sua equipe podem ter descoberto a razão da extinção do Megalodon.
Com base em análises de marcas de dentes deixadas em fósseis de mamíferos marinhos de 7 milhões de anos, a equipe identificou a presa favorita desse colossal tubarão: a baleia-anã, juntamente com algumas focas como aperitivo.
Entre os animais que tinham marcas deixadas pelos dentes do Megalodon, estavam a mandíbula de uma pequena espécie extinta de baleia, chamada “Piscobalaena”, e um tipo primitivo de foca, conhecida como “Piscophoca”.
Ambos os animais tinham menos de 5 metros de comprimento – menos de 1/3 do tamanho do Megalodon.
Enquanto o Megalodon se acostumou a caçar essas presas em particular, a equipe diz que o aquecimento do clima na época, matou muitas baleias menores que viviam ao longo das costas marítimas – incluindo a baleia-anã, seu principal cardápio.
Além disso significar menos baleias-anãs para os Megalodons caçarem, os pólos da Terra derretiam e davam lugar a abundantes ecossistemas oceânicos. Criaturas maiores como as baleias-azuis se adaptavam rapidamente a essas águas polares frias, tornando-se majestosamente grandes.
Os pesquisadores dizem que esta mudança populacional das baleias fez duas coisas ao Megalodon: o forçou a começar a caçar baleias grandes, que muitas vezes eram muito grandes para serem abatidas e mantidas em seus habitats costeiros, o que por tabela, os incapacitava de sobreviver ao frio dos pólos onde outras grandes criaturas marinhas encontravam um refúgio para se alimentarem.
Isso criou um duplo golpe de fome ao Megalodon, que poderia ter sido a causa do seu desaparecimento.
Alguns alegam que os Megalodons poderiam ter se alimentado com sucesso de presas maiores de vez em quando, embora ainda não esteja claro se eles foram capazes de derrubar presas maiores ou se estavam simplesmente limpando as carcaças destas presas.
Mais pesquisas ainda precisam ser feitas para entender completamente todos os aspectos do colapso que deu fim ao reinado do Megalodon, mas agora, temos finalmente uma pista sobre o que poderia ter levado a extinção do maior tubarão do mundo.