Normalmente, ninguém se dispõe a comer alimentos que estejam mofados, mas mesmo assim, tem sempre quem se arrisque. Isso é seguro?
As autoridades médicas e sanitárias do mundo todo certamente dirão que não é, mas em alguns casos muito específicos, o problema do mofo pode ser contornado, além, é claro, dos alimentos que são mofados de forma proposital, como alguns queijos.
Um exemplo disso é um documentário de 2014 lançado pela BBC, onde Michael Mosley consome alimentos mofados sob a orientação de um especialista no assunto, Patrick Hickey.
O médico e apresentador recebe algumas dicas a respeito dos produtos mofados, como em relação à geleia, que geralmente cria uma camada de fungos na superfície. Basta retirá-la, além da porção seguinte, e o produto seria seguro.
Sobre pães, Hickey dá a dica de prestar atenção na cor das manchas de mofo. Se for branco ou azulado, é só cortar a parte mofada e colocar em uma torradeira.
No caso de mofo preto ou alaranjado, é melhor jogar fora. Sobre frutas e legumes, ele diz que é bom ficar atento a furos nas cascas, já que pode estar tudo bem por fora, mas o mofo pode ter se alastrado por dentro.
Quanto aos queijos, depende do tipo. Hickey afirma que em queijos secos, como o parmesão, é só cortar a parte mofada, enquanto queijos mais úmidos precisam ser analisados com mais cuidado.
Os chamados queijos azuis, como roquefort e gorgonzola, fermentam sob a ação de um fungo, o Penicillium roqueforti, que é inofensivo, embora parecido com mofo ou bolor.
Quem se arrisca?
O problema em consumir alimentos mofados, de acordo com as autoridades de saúde, é que esses organismos produzem toxinas prejudiciais à saúde.
Isso também derrubaria os argumentos de Hickey, já que mesmo que o mofo é totalmente retirado de um alimento, é possível que as toxinas produzidas por ele continuem lá.
Além disso, existem esporos de fungos tão pequenos que não são visíveis a olho nu, fazendo com que o alimento apenas pareça seguro.
Um tipo de alimento que merece atenção especial são as castanhas, amêndoas, nozes e produtos similares, como o amendoim.
Acontece que eles podem servir como base para um fungo chamado Aspergillus flavus. Ele é tão nocivo que pode causar câncer no fígado, entre outros problemas ainda mais sérios do que o mofo, ou bolor comum.