Um massivo asteroide, que possui, aproximadamente, 5 km de largura, irá passar bem próximo da Terra na próxima sexta-feira (1º/9). Chamado de 3122 Florence, a enorme rocha passará a “apenas” 7 milhões de quilômetros do planeta, ou 18 vezes a distância entre a Terra e a lua.
De acordo com a NASA, nunca um asteróide desse tamanho passou tão perto da Terra, desde que a agência começou a rastrear objetos que passam próximos do planeta. A oportunidade dará a cientistas uma chance única de estudá-lo, a partir de observações feitas por radar.
O asteróide é grande o suficiente para acabar com a vida na Terra se atingir o planeta, mas a NASA diz que isso não acontecerá.
Essa não é o encontro mais próximo que o nosso planeta já teve com um Objeto Próximo da Terra (NEO, na sigla em inglês), mas para tal distância, especialistas dizem ser o maior objeto.
“Apesar de muitos asteroides conhecidos já terem passado mais próximos do que o Florence passará nessa sexta-feira (1º/9), todos era menores”, disse Paul Chodas, diretor do centro de estudo de NEOs da NASA.
O asteroide, que recebeu seu nome após Florence Nightingale, que foi uma enfermeira considerada pioneira na enfermagem moderna, foi visto pela primeira vez em 1981, e seu voo de sexta feira será o mais próximo da Terra desde 1890. Ele só voltará a passar próximo do nosso planeta no ano de 2500.
Um estudo, feito em 2016, descobriu que um asteroide de apenas 1 km de largura já seria o suficiente para iniciar uma nova Era do Gelo, caso colida com o planeta. Já um impacto do 3122 Florence causaria uma verdadeira catástrofe que duraria anos, e faria a Terra se tornar um lugar mais escuro, frio e seco, segundo especialistas.
No entanto, seria necessário um asteroide de 6 km de largura para realmente causar a extinção da vida em nosso planeta.
Apesar de uma colisão não ocorrer nesta sexta-feira, uma pequena mudança no movimento do 3122 Florence, mesmo na casa dos milímetros, pode fazer o asteroide mudar sua trajetória. Ou seja, ele poderia causar o fim da vida na Terra se sua órbita fizesse uma mudança substancial.
Segundo a NASA, ele poderá ser visto até mesmo por pequenos telescópios, nas últimas horas de agosto e nas primeiras de setembro. Os melhores lugares para visualizá-lo serão a Austrália e Nova Zelândia.
Caso não tenha um telescópio e deseje assistir a passagem do Florence, clique aqui. A transmissão começa hoje, a partir das 18:30.
Durante esse período, o asteroide passará pelas constelações de Piscis Austrinus, Capricórnio, Aquário e Delphinus
Cientistas da NASA utilizarão dois radares para conseguir observar as características do 3122 Florence, em observatórios na Califórnia e Porto Rico. Com esses instrumentos, será possível ver o seu tamanho real e até mesmo alguns detalhes de sua superfície.
No início deste mês, a agência espacial revelou que um outro asteroide, do tamanho de uma casa, também passará próximo da Terra em outubro, após ser encontrado por cientistas pela primeira vez, há cinco anos. Chamado de TC4, ele passará a apenas 6.800 km da Terra.
A aproximação do TC4 acontecerá no dia 12 de outubro, e estará tão próximo da Terra que chegará a passar dentro da órbita da lua. E, por pouco, não acertará os satélites do planeta.
Impacto acontecerá “cedo ou tarde”, diz especialista
Pesquisadores já descobriram que muitos asteróides possuem, no máximo, 1 km de tamanho, mas agora estão a procura daqueles que possuem 140 metros, pois eles já podem causar danos catastróficos.
Apesar de ninguém saber quando o próximo grande impacto pode acontecer, cientistas já sentem a pressão de ter de prever e interceptar sua chegada.
“Cedo ou tarde, nós teremos um pequeno ou grande impacto”, disse Rolf Densing, do Centro de Operações Espaciais Europeias (ESOC, na sigla em inglês).
Pode não acontecer durante nosso tempo de vida, ele disse, mas “o risco de a Terra ser acertada em um evento devastador, um dia, é muito grande”, disse Densing.
E não há muito o que fazer. Aquela que seria a primeira missão para lançar uma sonda de encontro com um pequeno asteróide para alterar sua trajetória sofreu uma grande perda, após autoridades europeias se recusarem a bancar parte do proejto.
“Não estamos prontos, para nos defender contra algum objeto à caminho da Terra. Nós não temos um sistema de defesa planetário ativo”, complementou Densing.