Por que o câncer que matou Marcelo Rezende é um dos mais letais?

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O câncer de pâncreas é creditado por muitos médicos e cientistas como um dos mais agressivos e mortais que um ser humano pode ter. Foi justamente essa modalidade da doença que acometeu o jornalista Marcelo Rezende, que morreu quatro meses após ter revelado estar com o tumor.

Rezende não foi a única celebridade a sucumbir ao câncer de pâncreas. Steve Jobs, Jerry Adriani, Luciano Pavarotti, Marly Marley, Patrick Swayze e Alan Rickman, entre outros famosos, também sofreram com um dos tipos mais letais da doença.

Por qual motivo o câncer de pâncreas é tão letal? O que define a sua agressividade perante às outras configurações do mesmo mal?

‘Começando pelo começo’

Inicialmente, é importante entender o que é o câncer. A doença é, na verdade, um conjunto com mais de 100 problemas de saúde diferentes entre si. A característica principal, contudo, é sempre a mesma: o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos. Tal diagnóstico pode espalhar-se para outras regiões do corpo – a isso, atribui-se o nome de metástase.

Ambas as situações (câncer e metástase) ocorreram com Marcelo Rezende, o que deixou seu caso um pouco mais grave. As células do pâncreas cresciam de modo desordenado e passaram a se espalhar para outros órgãos, por meio da corrente sanguínea. No caso, Marcelo Rezende sofreu metástase no fígado.

Risco de metástase e diagnóstico complicado

Surge, então, o primeiro agravante do câncer no pâncreas: seu alto risco de metástase, mesmo em estágios iniciais. Isso acontece porque uma das funções mais importantes do pâncreas é filtrar o sangue que chega do abdômen.

O segundo agravante está relacionado ao diagnóstico complicado do câncer de pâncreas. Os sintomas deste mal podem ser confundidos com os de outras doenças.

Geralmente, um paciente que sofre com câncer no pâncreas apresenta vômitos, falta de apetite, dores de cabeça, sudorese e dores abdominais. Quem joga esses sintomas no Google, pode se deparar com diversas doenças e até com situações que não representam patologia, como indícios de gravidez.

Por estar em meio a outros órgãos, o pâncreas não permite um diagnóstico fácil, também, por meio de exames. Trata-se de uma parte quase “oculta” do corpo humano.

Dificuldade em operação e tratamento

Há, ainda, dificuldades relacionadas a um possível procedimento cirúrgico e à quimioterapia, principais tratamentos relacionados ao câncer. Ambas as opções, geralmente, são descartadas quando o tumor se prolifera no pâncreas.

Estima-se que, em 25% dos casos, o câncer no pâncreas é inoperável. A cirurgia, que costuma ser eficaz em outros casos, não pode ser realizada. Além disso, mesmo quando é feito, o procedimento cirúrgico não garante a cura ou mesmo uma ação paliativa: a mortalidade segue alta, com taxas de 70% no total.

Quando a cirurgia é inviável, sobram a quimioterapia e a radioterapia, certo? No caso do câncer no pâncreas, nem sempre são opções. Ambos os tratamentos podem não ter o efeito desejado no tumor em questão, devido ao seu caráter agressivo. Além disso, os procedimentos em questão são paliativos e complementares.

Marcelo Rezende chegou a fazer quimioterapia, no início do ano, antes mesmo de ter anunciado que estava com a doença. Após ter alta no procedimento, o jornalista foi a um retiro espiritual, para se fortalecer emocionalmente.

Em seus últimos meses de vida, Marcelo Rezende abandonou a quimioterapia – segundo ele, “a mando de Deus”. “Uma das coisas que me deixaram triste foi quando eu desisti da medicina tradicional e algumas pessoas, ainda bem que foram poucas, me chamaram de covarde. Mas como posso ser covarde se cada passo que dou é orientado pelo meu Pai?”, disse Marcelo, em trecho de um vídeo publicado no seu perfil no Instagram.

Além de um fortalecimento maior no campo espiritual, Marcelo Rezende apostou em um tratamento alternativo, com base em uma dieta à base de proteínas e gorduras, sem carboidratos. A ideia era fazer com que as células cancerígenas morressem de “fome”, devido ao corte na glicose.

Infelizmente, nada adiantou. Marcelo Rezende faleceu no dia 16 de setembro de 2017, mesmo ano em que foi diagnosticado com câncer no pâncreas.



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