O que acontece com o cérebro no momento da morte?

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Não se sabe o que acontece em nosso cérebro no momento da morte, mas começamos a ter uma noção melhor, pelo menos do ponto de vista neurológico. Se a escuridão e o vazio total existem ou se tudo continua da mesma forma, é um dilema que permanece no lado filosófico da questão, mas dentro do órgão, é possível saber o processo pelo qual passamos depois do último suspiro.

Cientistas da Universidade Charitée, na Alemanha, e da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, realizaram um estudo sobre o tema, sob a liderança de Jens Dreier. A principal descoberta é que o cérebro humano age de forma parecida com o cérebro de alguns animais no momento da morte. Para realizar o estudo, os cientistas precisaram da autorização das famílias de pessoas que se encontravam em estado terminal, com pouca ou nenhuma chance de recuperação. As reações cerebrais dessas pessoas foram monitoradas enquanto seu estado piorava.

Foi descoberto que os neurônios têm uma reação interessante e tentam evitar a morte, agindo como se existisse uma chance de serem salvos. Assim que o cérebro para de receber sangue e oxigênio, esses neurônios, ao invés de continuar se comunicando entre si como fazem normalmente, param de interagir e conservam a carga elétrica dentro de si, como se esperassem o retorno do oxigênio.

Esse processo, chamado de “depressão não dispersa”, dura não mais do que 10 minutos, quando a morte chega de fato.

Luz no fim do túnel

Quando o cérebro percebe chega no limite da autopreservação, ocorre a chamada “tsunami cerebral”, momento em que a energia armazenada é liberada. No entanto, os cientistas descobriram que é possível encontrar uma forma de manter essas células com energia, adiando ao menos o inevitável.

“A despolarização expansiva marca o início das mudanças celulares tóxicas que eventualmente levam à morte, mas não é o ponto chave da morte por si só, pois essa despolarização é reversível até certo ponto, com a restauração do suprimento de energia”, resume o líder da equipe responsável pelo estudo, Jens Dreier.



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