Elas podem ser um pouco assustadoras, mas temos que admitir: as múmias são fascinantes. Abaixo, estão cinco fatos surpreendentes que você provavelmente não sabia sobre a mumificação.
5. A mumificação era muito mais complexa do que você pensa
Mumificar um cadáver não é apenas envolvê-lo em faixas de pano. É um processo bem complexo que foi dominado mais de quatro mil anos atrás. Embora o nível de complexidade pudesse variar, dependendo da classe social do falecido, nem mesmo o caso mais “simples” era fácil de ser feito.
A primeira etapa é retirar o cérebro do cadáver pelo nariz, com um gancho ou um tipo de solvente. Então, os órgãos são retirados e o abdômen é limpo com vinho de palma e outros compostos aromáticos. Depois disso, o corpo é preenchido com ervas e armazenado em natrão com sal natural, durante setenta dias. Somente depois de todo esse processo, o corpo pode ser envolto em faixas e apresentado à família.
4. As máscaras de múmias egípcias eram basicamente feitas de ‘jornal velho’
Todos sabemos que os funerais de faraós e outros egípcios importantes eram marcados pela abundância de ouro e pedras preciosas – inclusive nas máscaras. No entanto, o adereço das pessoas consideradas “comuns” era feito a partir de materiais comuns.
Muitas vezes, essas máscaras eram feitas de papiro (uma forma primitiva de papel). As folhas eram coladas umas às outras em camadas, como papel machê. Em diversos casos, os papiros já haviam sido previamente utilizados.
Ao descolar cuidadosamente as camadas dessas máscaras, os cientistas não encontravam somente um monte de cartas pessoais e documentos de negócios reaproveitados, mas também alguns poemas clássicos gregos e textos sagrados.
Em uma dessas máscaras, pesquisadores da Acadia Divinity College, na Nova Escócia, descobriram recentemente o que eles pensam ser a mais antiga cópia conhecida de um texto bíblico: o Evangelho de Marcos.
3. O pé de uma múmia detém a prótese mais velha do mundo
Acreditava-se que a “Perna Romana de Cápua” era a prótese mais antiga existente. Entretanto, uma nova pesquisa mostrou que uma prótese egípcia de um dedo do pé, encontrada presa a uma múmia, é ainda mais antiga.
Esta prótese é centenas de anos mais velha do que a famosa “Perna Romana de Cápua”. Hoje, um museu Egípcio do Cairo mantém esse dedo artificial do pé, datado de cerca de 600 a.C.
2. Tomografias podem nos dizer muito sobre uma múmia
Não é preciso desembrulhar uma múmia para descobrir sua história. Curadores do Museu Britânico, em colaboração com peritos médicos, realizaram tomografias em várias múmias. Os exames mostraram detalhes surpreendentes sobre aqueles seres humanos, como aparência e até problemas de saúde que a pessoa tinha antes de ser mumificada.
Foi descoberto, por exemplo, uma série de placas nas artérias de duas múmias – ou seja, elas tinham doenças cardiovasculares. Os pesquisadores também ficaram chocados com os níveis de cáries dentárias e outras doenças bucais que essas pessoas tinham.
1. As múmias são encontradas em todo o mundo
Embora as múmias egípcias sejam as mais famosas e tenham maior atenção – inclusive neste artigo -, a mumificação não foi algo exclusivo do Egito.
Na América do Sul, por exemplo, as Múmias de Chinchorros são de 5 mil anos a.C. Os incas também tinham a tradição de mumificar seus reis venerados. Surpreendentemente, múmias com quatro mil anos de idade foram descobertas na região de Xinjiang, China, com características nitidamente europeias. Os antropólogos acreditam que elas sejam parte de um povo indo-europeu, conhecido como Tocharians.