Quem nunca pensou em ficar sozinho por um tempo? Algo do tipo ir para o lugar mais isolado da Terra. É fácil ficar de saco cheio de pessoas, rotinas e da própria sociedade na qual convivemos como um todo.
O problema é ficar isolado de verdade. Humanos e/ou outros animais ocupam praticamente todo o planeta Terra, seja em continentes ou ilhas.
Para quem quiser se isolar mesmo, a missão pode ser um pouco complicada. No entanto, existe um local que pode garantir uma verdadeira fuga de todo tipo de vida. Só não é muito fácil chegar por lá.
O Ponto Nemo é o local mais distante de qualquer continente ou ilha no planeta Terra. Trata-se de um ponto no meio do Oceano Pacífico, nas seguintes coordenadas: 48°52.6′ sul, 123°23.6′ oeste.
O local fica a 1,6 mil km equidistantes de um grupo de três ilhas que já são bastante isoladas. Veja as “vizinhas” do Ponto Nemo:
– Ao norte, está a ilha Ducie, um atol desabitado que integra as ilhas Pitcairn, próximo à Polinésia;
– A nordeste, está a Motu Nui, próximo à Ilha de Páscoa e de posse do Chile;
– Ao sul, está a ilha de Maher, na costa da Antártida.
História
Cientistas e especialistas em geral procuraram, por várias décadas, um ponto de inacessibilidade. A ideia era saber qual o local mais difícil de se chegar no planeta.
Em 1992, o engenheiro e pesquisador Hrvoje Lukatela utilizou um programa de computador com coordenadas geográficas e espaciais para encontrar o lugar mais isolado da Terra. E descobriu a localização chamada de Ponto Nemo.
Nomeado originalmente como “polo oceânico de inacessibilidade”, o Ponto Nemo ganhou este nome, mais usual, graças ao Capitão Nemo, anti-herói dos romances de Júlio Verne. EM latim, “nemo” significa “ninguém”.
Utilidade
Por mais que seja o lugar mais isolado da Terra, o Ponto Nemo tem uma utilidade curiosa. Como praticamente não há vida no local, seja humana, animal ou vegetal, o ponto serve como área de descarte de lixo para as agências espaciais da Europa, da Rússia e do Japão.
Há mais de 100 naves e equipamentos espaciais descartados no local, em pedaços e espalhados pelo leito do oceano. Fragmentos menores descartados pegam fogo enquanto chegam à atmosfera, enquanto trechos maiores são levados por correntes marítimas até as praias das ilhas Fiji.
Vida?
Desta forma, o Ponto Nemo é visitado, basicamente, por astronautas. Não há muitos seres morando por lá, visto que o local está dentro do giro do Pacífico Sul e, por isso, é submetido a uma enorme corrente oceânica rotatória.
A região também é muito isolada de terra firme, então os ventos não levam tanta matéria orgânica até lá. Não há peixes ou seres aquáticos em geral por ali – somente bactérias, que se proliferam apesar do ambiente de condições extremas, com águas um pouco geladas (5°C na superfície) e magma vindo das placas tectônicas do Pacífico e do Nazca.