Até o momento, nenhuma pista de vida em Marte foi encontrada, mas isso não significa que ela nunca existiu, muito pelo contrário.
O robô Curiosity, da Nasa, pode ter encontrado o motivo pelo qual qualquer traço de vida no planeta vermelho foi simplesmente apagado, dando a impressão de que o local sempre foi um enorme deserto, como vemos nas imagens de hoje.
O Curiosity analisou amostras de argila da superfície marciana, em uma cratera onde um asteroide caiu há 3,6 bilhões de anos. A argila se forma do contato de minerais com água e pode ser um bom indicativo de fósseis microscópicos, mas nada disso foi encontrado lá.
O que chamou a atenção foi a diferença encontrada em duas amostras de argila, localizadas a 400 metros de diferença.
Em uma delas, havia uma quantidade enorme de óxido de ferro, a mesma substância que dá a cor vermelha a Marte.
A presença desse óxido, que é basicamente ferrugem, significa que a água com a qual os minerais entraram em contato, era extremamente salgada, praticamente uma salmoura. E é essa salmoura que pode ter apagado os registros de vida no planeta vermelho.
A salmoura acaba desestabilizando os minerais, quando entra em contato com eles. Dessa forma, as primeiras camadas geológicas, que poderiam conter registros fósseis, são “lavadas” pela salmoura, eliminando qualquer possível evidência de que alguma coisa já viveu em Marte.
Nem tudo está perdido
A presença da salmoura nos minerais marcianos, por outro lado, não coloca toda a pesquisa a perder, pelo contrário.
Além de ter apagado possíveis registros, a água salgada acabou causando outro efeito na superfície do planeta vermelho, um processo chamado de diagênese.
Nesse processo, ao mesmo tempo em que a água salgada “lavava” traços de vida das pedras e da argila, ela também colaborava com reações químicas para que mais vida fosse criada, ou seja, a presença da salmoura aumenta as chances de se encontrar vida por um lado, enquanto diminui por outro.
