Quem não se lembra da Felícia, a personagem de desenho animado que adorava apertar, esmagar e acariciar coisas fofas? Um estudo mostrou por que isso acontece com a maioria dos seres humanos, embora geralmente ninguém chegue a um extremo como no caso do desenho. A razão por trás disso é uma falha nos instintos de proteção dos seres humanos.
Há alguns anos a Universidade de Yale, nos Estados Unidos, vem investigando esse comportamento que os cientistas chamam de “cute agression”, termo em inglês que pode ser livremente traduzido como “agressão fofa”. Testes mostraram, por exemplo, que as pessoas estouravam uma quantidade muito maior de plástico-bolha quando observavam coisas fofas como bebês, animais e outros em relação às pessoas que não foram submetidas a essas imagens.
No entanto, foi na Universidade da Califórnia que começamos a entender melhor os motivos que nos levam a sentir a chamada cute agression. Voluntários fizeram entrevistas e tiveram sua atividade cerebral monitorada enquanto observavam imagens de coisas fofas e imagens de “fofura neutra”. Só assim os cientistas conseguiram entender melhor o comportamento.
Segundo o estudo, a cute agression está associada a dois fatores principais, sendo o primeiro deles o sistema de recompensas do cérebro, que se sente muito recompensado ao perceber coisas fofas, e também o processamento das emoções, que em casos de “ataques de fofura” pode ficar sobrecarregado.
Overdose de fofura
Em outras palavras, a cute agression acontece quando há uma sobrecarga das emoções relacionadas ao bem estar causado pela presença de coisas fofas, que podem incluir desde bebês, crianças e filhotes de animais a atitudes consideradas “fofinhas”, como cuidar de alguém com muito carinho.
Ao observar a “fofura” de um bebê, por exemplo, o instinto de proteção fica tão sobrecarregado que acabamos manifestando a “agressão fofa”, que nada mais é do que um descontrole emocional momentâneo e inofensivo, esperamos.
