Uma mulher cega recebeu um implante no cérebro com um eletrodo e um chip, e o resultado pode ter sido histórico para a ciência.
Depois de 16 anos sem ver nada, ela conseguiu enxergar os primeiros clarões de luz, conseguindo até mesmo identificar letras, tudo isso através de estímulo cerebral na área que é responsável pela visão, sem nenhuma alteração em seus olhos.
Berna Gomez tinha 42 anos quando passou a sofrer de uma doença degenerativa muito rápida, que deteriorou os nervos ópticos, que conectam os olhos ao cérebro.
Cerca de 15 anos, depois, ela se voluntariou para o teste com o eletrodo, do tamanho de uma moeda, que foi implantado em seu cérebro e conectado a ele com a ajuda de micro agulhas.
Ela passou seis meses com o implante, que foi retirado, mas os resultados obtidos pelo teste foram surpreendentemente positivos.
Ela ia ao laboratório de pesquisa todos os dias, por quatro horas, onde era submetida a testes, com o eletrodo sendo ativado de formas diferentes. Rapidamente, ela começou a aprender padrões e identificar pontos de luz em sua mente.
No final, Gomez já conseguia identificar linhas horizontais – embora as verticais, por algum motivo, fossem mais difíceis.
Ela chegou a identificar algumas letras do alfabeto, diferenciando até maiúsculas de minúsculas, embora nem todas as letras tenham sido possíveis, mas o avanço foi considerado de grande importância por todos os envolvidos.
O dispositivo
Na última fase de testes, Berna Gomez testou uma ideia de dispositivo que se aproveitaria desse mecanismo para ajudar pessoas a voltarem a enxergar.
Trata-se de um óculos equipado com câmeras que leem objetos à frente da pessoa. De acordo com o que as câmeras identificam elas ativam o eletrodo no cérebro de um modo específico, fazendo com que a pessoa “veja” aquilo em sua mente.
É claro que, nesse caso, a ideia ainda é rudimentar e a paciente teve mais dificuldades do que com os outros testes. Mesmo assim, ela conseguiu identificar áreas mais claras em fundos escuros e pequenas variações de luz.
O estudo pode ser apenas o começo de uma grande inovação tecnológica que pode devolver a visão para pessoas cegas.