Se você é daqueles que acreditam que o lançamento de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera é um dos responsáveis pelo aquecimento global, você acaba de ganhar mais um argumento para sustentar seu pensamento. De acordo com novas informações, atualmente o planeta possui mais CO2 na sua atmosfera do que nos últimos milhões de anos.
Cientistas anunciaram esta semana que os níveis de dióxido de carbono alcançaram o nível recorde de 410 partes por milhão, o que pode causar uma catástrofe global nos próximos anos.
E especialistas garantem que se esses números não mudarem, por volta de 2050, os níveis de dióxido de carbono na atmosfera chegarão a níveis jamais vistos nos últimos 50 milhões de anos.
Dados alarmantes
O Observatório de Mauna Loa, no Havaí, constatou que os níveis de CO2 bateram o recorde desde que as medições começaram a ser feitas. Após ultrapassarem 400 partes por milhão em 2013, agora chegaram à marca de 410 ppm.
Especialistas acreditam que os níveis de dióxido de carbono aumentaram consideravelmente nos últimos dois anos por fatores naturais como o fenômeno El Niño. Mas que a principal causa ainda é a ação humana, em especial a queima de combustíveis fosséis.
“É um pouco depressivo que faz apenas alguns anos que nós chegamos a marca de 400 ppm”, disse Gavin Foster, pesquisador paleoclimático da Universidade de Southampton, no Reino Unido.
Em setembro do ano passado, os níveis de dióxido de carbono permaneceram na faixa de 400 ppm durante todo o mês, e eles vinham em queda desde então. E segundo cientistas, é “quase impossível” que esses números diminuam e que fiquem abaixo dessa marca em um futuro próximo.
Esse valor já é considerável terrível para a concentração de CO2 na nossa atmosfera, o que pode ter consequências terríveis para as condições climáticas futuras.
Além disso, o ponto anual mais baixo das medições do Observatório de Mauna Loa costuma ocorrer na última semana de setembro, mas os registros de 2016 mostraram que os níveis não voltaram até a casa das 300 partes por milhão.
Esse ponto mais baixo não costuma ser consistente todos os anos, e algumas vezes ele ocorre no mês de outubro. Mas isso aconteceu apenas quatro vezes nas duas últimas décadas.
“O ponto mais baixo reflete a transição entre o verão e o outono (no hemisfério norte), quando a absorção de CO2 pela vegetação diminui e é ultrapassado pela liberação do gás a partir do solo”, explicou Ralph Keeling, chefe do Instituto Scripps de Oceanografia, nos Estados Unidos.
2016 foi o ano mais quente da história
As temperaturas mundiais bateram o recorde pelo terceiro ano consecutivo, o que é algo preocupante quando se trata do aquecimento global.
A temperatura da terra e dos oceanos em 2016 ficou 0,94º C acima da média de 13,9º C, registrada no século passado, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, que faz parte do Departamento de Comércio dos EUA.
A NASA e o Escritório de Meteorologia do Reino Unido também registraram dados bem semelhantes, bem como a Universidade de East Anglia, também no Reino Unido, e que faz as medições oficiais para as Nações Unidas.
Causa de mortes
Um estudo feito ano passado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, diz que as mudanças climáticas já estão afetando a humanidade e causando a morte de centenas de pessoas pela Europa nos últimos 16 anos.
Por exemplo, uma onda de calor que atingiu o continente em 2003 matou 506 pessoas em Paris e 315 em Londres. E um quinto dessas mortes podem ser responsabilizadas pela poluição que é causada pelo homem.