O gol de Roberto Carlos pela seleção brasileira que desafiou a física

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A física pode estar em qualquer lugar e seus princípios servem de base para explicar até as situações mais inusitadas. Um exemplo disso é um dos gols mais impressionantes da história do futebol, marcado por Roberto Carlos pela Seleção Brasileira de Futebol.

O site da ESPN Brasil relembrou que, em 3 de junho de 1997, Roberto Carlos fez um de seus gols mais incríveis. O ex-lateral esquerdo da seleção deu um chute de três dedos, a uma distância considerável da grande área, que fez uma curva inexplicável. Parecia que a bola iria para a bandeira de escanteio, mas ela chega ao gol após bater ao lado da trave esquerda.

O gol foi marcado em partida da Seleção Brasileira contra a França, válida pelo Torneio da França. O jogo acabou empatado em 1 a 1.

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Em entrevista à ESPN, Roberto Carlos diz que não sabe como fez o gol em questão. “Foi um gol lindo, fruto de muitos anos de treinamento e trabalho duro, que me permitiram acertar aquele chute e fazer esse gol tão marcante na minha carreira”, afirmou o atleta, que atuava também pelo Real Madrid na época.

O site esportivo também entrevistou o doutor em física José Fernando Fontanari, professor da Universidade de São Paulo (USP) e integrante do corpo editorial de dois periódicos científicos: Physics of Life Reviews e Theory in Biosciences. Até ele, que já viu de tudo um pouco, se impressionou com o gol.

“Embora a física explique perfeitamente a trajetória da bola, as condições, como potência do chute, ponto do impacto do pé do Roberto Carlos na bola e distância às traves, que fizeram com que ela ocorresse são tão raras que podemos chamá-la de milagrosa”, afirmou Fontanari, que completou: “Não acredito que veremos algo assim novamente”.

Os franceses Guillaume Dupeux, Anne Le Goff, David Quéré e Christophe Clanet desenvolveram, em 2010, um estudo científico para explicar o gol de Roberto Carlos. A pesquisa foi divulgada no jornal New Journay of Physics e mostra uma equação sendo obtida a partir das análises feitas sobre o tento do ex-atleta.

“O caso do futebol, onde ℒ é duas vezes menor do que L, vale a pena ser comentado. A trajetória da bola pode desviar significativamente do circular, desde que o chute tenha longa distância. Desta forma, a trajetória se torna surpreendente e imprevisível para o goleiro”, dizem os estudiosos, em parte do texto.

Eles complementam: “É assim que interpretamos o famoso gol do brasileiro Roberto Carlos contra a França, em 1997. A falta foi cobrada de uma distância aproximada de 35 metros, ou seja, uma distância na qual é possível esperar essa trajetória inesperada. Levando em conta que o chute também foi forte, o que era outra característica de Roberto Carlos, a trajetória da bola curva brutalmente em direção à rede, em uma velocidade ainda grande, o que surpreende o goleiro”.



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